'O jornal de Lenin' (Tavinho)

O jornal deve ser um organismo vivo, um ardente palco de polêmicas e denúncias, que subordine o partido no campo ideológico e que esteja subordinado apenas à provação pública e ao deliberado coletivamente nos congressos.

'O jornal de Lenin' (Tavinho)
"Não há meio puramente propagandístico, nem puramente agitativo. Peças de propaganda podem cumprir função de agitação, e vice-versa."

Por Tavinho, para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

“O ponto de partida da nossa atividade, o primeiro passo prático para criar a organização que desejamos, (...) deve ser a fundação de um jornal político para toda a Rússia. Aqui precisamos antes de tudo de um jornal; sem um jornal é impossível coordenar sistematicamente a propaganda e a agitação multiformes e consequentes que constituem a tarefa permanente e principal da social-democracia em geral, e a tarefa particularmente urgente do momento atual.” (Vladimir Lenin, “Por onde começar?”, 1901)

No atual momento pelo qual passa o movimento comunista, surge com frequência uma importante questão: o partido comunista precisa ter um jornal? Várias foram as tribunas até então que se prestaram ao papel de discutir a construção do jornal diante de uma preocupação comum [1]. O movimento comunista brasileiro em sua época recente não deu a devida importância à questão de operacionalizar um órgão central regular, e agora, em retrospecto, é possível entender em que medida a ausência do jornal partidário de tipo leninista contribuiu para que os fatos desenrolassem até o presente estágio da nossa luta por um partido de vanguarda do proletariado brasileiro.

Nesse primeiro texto, a proposta é trazer para o debate comum e aberto uma síntese da concepção de Lenin de jornal político durante o período em que voltou esforços para a construção de um Órgão Central de forma mais determinada. A partir dessas contribuições, não se busca trazer respostas prontas ou formalizar uma proposta em detrimento de outra(s), mas fazer um chamado a incendiar o debate rumo à construção de um jornal para a nossa classe que seja forjado no calor da discussão comum, a muitas mãos. Sem muitos rodeios, um conciso e breve trecho norteador de o que é o jornal para Lenin está em ‘Por onde começar’:

“O jornal não é somente um propagandista e agitador coletivo, mas também um organizador coletivo. Sobre esse último aspecto, pode-se comparar o jornal com a estrutura de andaimes que envolve o edifício em construção mas permite adivinhar seus traços, facilita os contatos entre os construtores, ajudando-lhes a subdividir o trabalho e a dar conta dos resultados gerais obtidos com o trabalho organizado. Por meio do jornal e com o jornal se formará uma organização permanente, que se ocupará não somente do trabalho local, mas também do trabalho geral sistemático, que ensinará a seus membros a acompanharem atentamente os acontecimentos políticos, a avaliar a importância e a influência de diversos estratos da população, a elaborar quais métodos permitem ao partido revolucionário exercer sua influência sobre os mesmos.” [2]

É fato que o texto de 1901 não é o primeiro em que o autor discute a questão do jornal, muito menos o definitivo. A história do jornal enquanto organizador coletivo na Rússia confunde-se com a própria história de seu partido proletário. O POSDR teve um grande número de jornais, como o Iskra, Vperiod, Proletarii e Pravda, e durante o tempo foram vários os aspectos que emergiram na realidade como mais ou menos importantes na construção desse aparato.

Em seus textos de juventude, Lenin já esboçava algumas linhas sobre o jornal como ferramenta de organização e unificação das diferentes formas de luta revolucionária. Em 1899, em artigo [3] para a Rabochaya Gazete (Gazeta Operária), então tida como órgão oficial do Partido Operário Social-Democrata Russo após seu I Congresso, diz:

“Ao falar da necessidade de concentrar todas as forças do Partido – todas as forças literárias, todas habilidades organizativas, todos os recursos materiais, etc. – na fundação e boa condução do órgão de todo o Partido, nós de forma alguma pensamos em deixar outras formas de atividades de lado – por exemplo, a agitação local, manifestações, boicotes, perseguição de espiões, as ácidas campanhas contra representantes individuais da burguesia e do governo, greves de protesto etc., etc. Pelo contrário, estamos convencidos que todas essa formas de atividade constituem a base para a atividade do Partido, mas, sem sua unificação por um órgão de todo o Partido, essas formas de luta revolucionária perdem nove décimos de sua importância; elas não culminam na criação de experiência comum do Partido, na criação de tradições e continuidade do Partido. O órgão do Partido, longe de competir com essas atividades, exercerá uma tremenda influência em sua extensão, consolidação e sistematização.” [4]

Nesse texto de 1899, já notamos elementos importantes. Para Lenin, o jornal estava longe de ser mero agitador entre as massas. O órgão partidário deveria assumir função aglutinadora das forças literárias, organizativas, dos recursos do partido, visando ampliar, consolidar e sistematizar as várias formas de atividade revolucionária. No mesmo ano, escreve ‘Uma tendência retrógrada da social-democracia russa’, que nos fornece outras peças importantes na investigação do jornal de tipo leninista. Nesse texto de maior fôlego, ressaltamos a relevante abordagem do aspecto comunicativo que tem o jornal partidário. Aqui, não só tratando do jornal como organizador político, mas da atividade jornalística militante em sentido mais amplo, em íntima relação com o nível de conscientização dos elementos da classe, elenca-se três diferentes tipos de imprensa para três diferentes graus de consciência no movimento operário: o Órgão Central seria a imprensa correspondente aos operários avançados, quadros da luta política pouco numerosos e vanguarda do proletariado. Adiante, haveria um jornal popular para a comunicação direta com os operários médios, aqueles que buscam a causa comum do socialismo, mas limitados ao horizonte das questões da agitação local. Por fim, manifestos, panfletos populares e agitação oral seriam destinados para alcance direto das camadas inconscientes do proletariado. Na época, esse primeiro contato com o trabalho de consciência de classe seria papel da imprensa legal. Há diálogos interessantes entre essa primeira concepção e a relação entre revista teórica e jornal partidário que Lenin desenvolveria no ano seguinte.

É de conhecimento geral a concepção de Lenin, hoje célebre, de que “sem teoria revolucionária não pode haver também movimento revolucionário”. Em 1900, porém, Lenin escreve o ‘Esboço de uma Declaração do Conselho Editorial do Iskra e da Zarya’, que traz ao tema outra importante contribuição, que complementa a célebre frase do ‘Que fazer?’. Sim, sem teoria revolucionária não pode haver também movimento revolucionário, mas como importante consequência organizativa dessa compreensão vem a de que sem uma literatura partidária comum, não pode haver atividade revolucionária comum [5]. Nesse texto também, Lenin prossegue alertando sobre a importância de diferentes meios de imprensa para diferentes mensagens:

“A distribuição desses temas e questões entre a revista e o jornal será determinada exclusivamente pelas diferenças de tamanho e caráter das duas publicações – a revista deve servir principalmente para propaganda, o jornal principalmente para agitação.” [6]

Parece-nos evidente, mas cabe aqui um comentário. Não há meio puramente propagandístico, nem puramente agitativo. Peças de propaganda podem cumprir função de agitação, e vice-versa. A classificação se dá em função da prevalência em relação ao caráter principal da “densidade do conteúdo” comunicado. A atividade (não só jornalística) de literatura partidária deve ser agitação e propaganda, ligar os fatos concretos às formas de luta do movimento, trazendo ensinamentos importantes de fatos corriqueiros. Esse papel não pode ser resumido de forma alguma à publicação de notas políticas ou encaminhamentos de instâncias superiores. Lenin ressalta a necessidade de diferentes veículos de comunicação para essas diferentes demandas, algo que havia, em outros termos, sido feito em ‘Uma tendência retrógrada da social-democracia russa’. O jornal, portanto, deve ser o meio de alta distribuição de uma mensagem eminentemente agitativa, circulando entre locais de concentração proletária, e trazendo as análises de conjuntura, as denúncias em nível nacional, os acúmulos locais que forem de interesse comum, o balanço das vitórias e das derrotas nas lutas, etc. Já a revista veicula a discussão propagandística de vanguarda. Nela estão as tribunas para as polêmicas políticas e organizativas e os principais acúmulos teóricos de avanço para a prática política, visando pautar as discussões dos organismos de base, fornecer material para políticas ativas de formação de quadros e criar uma cultura propagandística que incentive o debate e a coletivização dos acúmulos.

Voltemos então àquela definição apresentada em ‘Por onde começar’, a de jornal como um organizador coletivo. Lenin escreve as seguintes palavras no início deste importante texto organizativo: “Não se trata de escolher um caminho (...), mas de saber quais passos práticos devemos dar sobre uma rota já traçada, e precisamente de que modo. Trata-se do método e do plano de atividade prática” [7]. ‘Por onde começar’ é uma obra basilar do pensamento organizativo de Lenin, e suas contribuições para a construção de um jornal político não se limitam à definição trazida no início deste texto. O jornal aqui é apresentado (1) como o meio adequado e indispensável para coordenar sistematicamente a propaganda e agitação multiformes e consequentes, tarefa permanente dos comunistas; (2) de extensão que abranja todo o país, de forma a unificar a influência da organização sobre o povo e o governo; (3) que opere também como tribuna a partir da qual todo o povo possa denunciar o governo; e, por fim (4) que seja o organizador coletivo da classe.

‘Por onde começar?’ é recorrentemente entendido como um prelúdio para ‘Que fazer?’, talvez o mais importante texto organizativo do pensamento lenineano. Na obra, Lenin continua sua abordagem do jornal como um organizador coletivo, muito inserido no debate que faz sobre a consciência socialista como um elemento a ser construído, e não algo que surja espontaneamente na classe, contra as tendências espontaneístas que acreditavam que das próprias lutas cotidianas do povo trabalhador surgiria e se desenvolveria a consciência revolucionária. Nesse sentido, é tarefa do partido fazer elevar o nível geral da consciência da classe proletária, e é evidente que o jornal político tem um papel central nesse movimento, operando como um veículo de conscientização, formação e de tribuna de denúncias políticas.

“Tal auditório ideal para as denúncias políticas é precisamente a classe operária, que tem necessidade, antes e sobretudo, de amplos e vivos conhecimentos políticos, e que é a mais capaz de transformar esses conhecimentos em luta ativa, mesmo que esta não prometa qualquer “resultado tangível”. Quanto à tribuna para as denúncias a todo o povo, isso só pode fazer um jornal destinado a toda a Rússia.” [8]

No quinto capítulo da obra, intitulado “Plano de um jornal político para toda a Rússia”, Lenin reafirma, em resposta a Evgueni Zelensky, um ex-populista crítico do Iskra, que o jornal para toda a Rússia era o único meio de educar a população. Para além de um organizador coletivo intrapartidário, o jornal político cumpre uma importante função de organizador da sociedade em si, sob a hegemonia do proletariado enquanto classe potencialmente revolucionária. Em ‘Carta a um camarada’, de certa forma ratifica-se os pensamentos já consolidados em ‘Por onde começar?’ e ‘Que fazer?’:

“Estou de pleno acordo com você quando diz que devemos assinalar principalmente as tarefas a nível de toda a Rússia e de todo o partido em geral. Isso se expressa no primeiro ponto de seu projeto que diz: “O centro dirigente do partido (e não apenas de um comitê ou de uma região) é o jornal Iskra, que possui correspondentes permanentes entre os operários e está estreitamente ligado com o trabalho interno da organização”. Eu só faria uma ressalva, a de que o jornal pode e deve ser o dirigente ideológico do partido, desenvolvendo as verdades teóricas, as situações táticas, as ideias organizacionais gerais, as tarefas gerais de todo o partido, neste ou naquele momento.” [9]

Aqui os termos são inequívocos, é o jornal o dirigente ideológico do partido, e não o contrário. Talvez seja essa a principal demarcação hoje em relação às tendências burocratizantes e anti-leninistas: não podem ser chamadas de jornal político, ao menos não no sentido empregado por Lenin, as tentativas de panfleto informativo que só fazem reproduzir a linha tirada pelas instâncias superiores, de cima para baixo. O jornal deve ser um organismo vivo, um ardente palco de polêmicas e denúncias, que subordine o partido no campo ideológico e que esteja subordinado apenas à provação pública e ao deliberado coletivamente nos congressos.

Importante complemento a isso é a questão da liberdade de crítica, que no âmbito do jornal é trazida em ‘A Organização do Partido e a Literatura de Partido’. Não basta ao jornal ser dirigente ideológico, ele deve operar em completa liberdade de palavra e de imprensa. É importante algum contexto histórico ao texto. Escrito após a “meia” revolução em 1905, o texto retrata uma conjuntura de conquista de alguns avanços nos direitos de associação, e de superação gradual e momentânea da relação entre imprensa legal e ilegal [10]. Lenin havia sido destituído do Iskra menchevique, e contribuído na construção do ilegal Proletarii, que após a revolução de 1905 foi dissolvido para que o Novaya Jizn passasse a ser considerado o Órgão Central do POSDR. Embora a liberdade de crítica seja um princípio defendido por Lenin também em contextos de ilegalidade, a discussão aqui gira em torno de uma nova forma de organizar os trabalhos de literatura partidária diante de um contexto de relativa liberdade editorial.

“Tranquilizai-vos, senhores! Em primeiro lugar, trata-se da literatura de partido e da sua subordinação ao controle do partido. Cada um é livre de escrever e de dizer tudo o que queira, sem a menor limitação. Mas cada associação livre (incluindo um partido) é também livre de afastar aqueles membros que utilizam o nome do partido para defender concepções anti-partido. A liberdade de palavra e de imprensa deve ser completa. Mas a liberdade de associação também deve ser completa. Eu sou obrigado a atribuir-te, em nome da liberdade de palavra, o pleno direito de gritar, de mentir e de escrever o que quiseres. Mas tu és obrigado a atribuir-me, em nome da liberdade de associação, o direito de estabelecer ou de romper a associação com pessoas que dizem isto e aquilo.” [11]

Neste texto, que certamente não escrevemos na intenção de ser um ponto final de nada, e que pode e deve ser desenvolvido, ampliado e criticado, buscamos investigar os “pilares” do jornal político, consultar-nos com Lenin e sintetizar o que deixou de essencial que auxilie em nossa condução do debate sobre essa importante estrutura organizativa e comunicativa, visando sempre afiar o instrumento do proletariado rumo à Revolução Brasileira.

Diante do exposto, é possível entender como características fundamentais do jornal de Lenin ser um organizador coletivo, voltado à vanguarda do proletariado, mas que dê conta de articular diferentes veículos de comunicação para diferentes graus de consciência no movimento operário. Deve organizar a literatura partidária comum, sem a qual não pode haver atividade revolucionária comum, bem como coordenar a propaganda e agitação em todo o país. Deve operar também como a tribuna para que o povo trabalhador possa fazer suas denúncias políticas cotidianas, com completa liberdade de palavra e de imprensa; ser o organizador coletivo da classe, o dirigente e unificador ideológico do partido proletário.

É importante assinalar que essa concepção não está limitada à forma imprensa, a simples publicação regular de um jornal impresso. São justas as preocupações dos camaradas que apontam a necessidade de, hoje, utilizar-se dos meios digitais e das novas tecnologias ao nosso alcance. O veículo impresso e as novas tecnologias não são aspectos contraditórios à luz das contribuições de Lenin sobre o tema, principalmente quando analisado o jornal político nessa ampla abordagem, como um complexo publicístico e organizativo de construção da vanguarda proletária.

É tarefa de um Órgão Central dispor de todas as ferramentas comunicativas possíveis para fazer chegar a sua mensagem, sua linha ideológica. Deve-se utilizar o jornal impresso como principal meio de organização da sociedade civil, como mídia de grande circulação, no qual, para além de trazer as análises da conjuntura e principais denúncias e palavras de ordem, pode ser espaço para aglutinar colunas sobre cultura, cotidiano, esporte – temas que hoje são monopolizados pela mídia burguesa. Em qual jornal impresso hoje pode-se ler sobre a criminalização das torcidas organizadas no futebol brasileiro, por exemplo? Essa mensagem que o jornal impresso traz em suas linhas pode ser distribuída pelos meios digitais, entendendo a lógica do algoritmo, especializando camaradas na gestão e comunicação nas redes, utilizando-se das particularidades do meio para entregar de forma mais efetiva cada mensagem, entendendo as vantagens e as limitações do meio para otimizar o alcance comunicacional. Uma coluna breve de um assunto chave pode ser publicizada em site, transformada em áudio, ser tema de podcast ampliando o assunto, ganhar uma matéria em vídeo. É tarefa dos comunistas saber manejar esses meios com maestria na tarefa diária de disputa e conscientização da classe.

O Órgão Central é um importante operador da estratégia e da tática da organização revolucionária visando o seu fim último, a revolução. Isso porque, para esse fim, deve-se criar uma vanguarda capaz de amalgamar-se organicamente com a própria classe, visando eventualmente formar-se Estado-maior de um exército revolucionário, movimento de inserção que também é ideológico, e que, como vimos, não ocorre espontaneamente com o avançar das lutas. O jornal nesse sentido tem o aspecto de ser o elemento de gradual estreitamento entre a linha formal que delimita o intra e o extra partidário, ou seja, que aproxima a classe do partido e vice-versa – e o faz na medida em que supera o dualismo pequeno-burguês entre verdade teórica e empirismo prático, se tornando meio criador da literatura comum revolucionária para além das palavras de ordem, que constitui a vanguarda, e a amplia conforme conquista novos corações e mentes em sua atividade regular.

Lenin encerra ‘Por onde começar?’ com um apelo, que acreditamos ser atual ainda hoje:

“Se nós unirmos nossas forças para manter um jornal de escala nacional, tal trabalho fará surgir e formará não somente os propagandistas mais hábeis, mas também os organizadores mais habilidosos, os dirigentes políticos mais talentosos, capazes de lançar a palavra de ordem de uma batalha decisiva no momento certo e liderá-la.” [12]

Notas

1. Ver ‘Comunistas de iPhone: aplicativos como forma organizativa e dinamizador partidário’ (Bruno Franzoni), disponível em https://emdefesadocomunismo.com.br/comunistas-de-iphone-aplicativos-como-forma-organizativa-e-dinamizador-partidario/; ‘Sobre o jornal do partido’ (Lucas Santiago), disponível em https://emdefesadocomunismo.com.br/sobre-o-jornal/; ‘O jornal não foi ultrapassado: resposta ao camarada Bruno Franzoni’ (Machado), disponível em https://emdefesadocomunismo.com.br/jornal-nao-foi-ultrapassado/; ‘Pela construção de um Órgão Central à altura do nosso povo: resposta a Bruno Franzoni’ (Deutério), disponível em https://emdefesadocomunismo.com.br/pela-construcao-de-um-oc/; ‘Sobre Carta a um camarada e a estrutura do POSDR’ (J.V.O.), disponível em https://emdefesadocomunismo.com.br/sobre-carta-a-um-camarada-e-a-estrutura-do-posdr/; e ‘Lenin seria YouTuber? As facetas do jornal leninista hoje’ (L. Simioni), disponível em https://emdefesadocomunismo.com.br/lenin-seria-youtuber-as-facetas-do-jornal-leninista-hoje/

2. Vladimir Lenin, Estratégia e tática da hegemonia proletária. São Paulo: Lavrapalavra, 2023, pp. 74-75, negrito nosso.

3. No mesmo artigo, lemos: “Além de jornais, os operários da Alemanha, França etc., tem outros muitos meios de manifestar publicamente suas atividades, de organizar seu movimento – atividade parlamentar, agitação eleitoral, reuniões públicas, participação na administração pública local (rural e urbana), a condução não clandestina de sindicatos (profissionais, guildas) etc., etc. No lugar de tudo isso, sim, tudo isso, devemos nos servir – até que tenhamos conquistado a liberdade política – de um jornal revolucionário, sem o qual nenhuma ampla organização de todo o movimento operário é possível. Nós não acreditamos em conspirações, renunciamos empreitadas revolucionárias individuais para destruir o governo; as palavras de Liebknecht, veterano dos social-democratas alemães, servem como a máxima de nossas atividades: Studieren, propagandieren, organisieren – Estudar, propagandear, organizar – e o pivô dessa atividade pode e deve ser somente órgão do Partido.”

4. Vladimir Lenin, Nossa tarefa imediata, negrito nosso, disponível em https://lavrapalavra.com/2020/11/17/artigos-para-a-gazeta-operaria-nossa-tarefa-imediata/

5. “Estabelecer e consolidar o Partido significa estabelecer e consolidar a unidade entre todos os social-democratas russos; tal unidade não pode ser decretada, não pode ser realizada por uma decisão, digamos, de uma reunião de representantes; deve ser trabalhada. Em primeiro lugar, é necessário desenvolver uma literatura partidária comum – comum, não apenas no sentido de que deve servir a todo o movimento russo e não a distritos separados, que deve discutir as questões do movimento como um todo e ajudar os proletários com consciência de classe em sua luta, em vez de lidar apenas com questões locais, mas também comum no sentido de que deve unir todas as forças literárias disponíveis, que deve exprimir todas as opiniões e pontos de vista que prevalecem entre os social-democratas russos, não como trabalhadores isolados, mas como camaradas unidos nas fileiras de uma única organização por um programa comum e uma luta comum. (...) Somente quando for fundada tal organização, somente quando uma correspondência socialista russa for estabelecida, em segundo lugar, devemos trabalhar para conseguir uma organização especialmente com o propósito de estabelecer e manter contato entre todos os centros do movimento, fornecer informações completas e oportunas sobre o movimento e entregar nossos jornais e periódicos regularmente a todas as partes da Rússia. Somente quando tal organização foi fundada, o Partido terá uma base sólida, só então se tornará um fato real e, portanto, uma poderosa força política.”

6. Vladimir Lenin, Esboço de uma Declaração do Conselho Editorial do Iskra e da Zarya, negrito nosso, disponível online em https://www.marxists.org/portugues/lenin/1900/mes/40.htm#tr2

7. Vladimir Lenin, Estratégia e tática da hegemonia proletária. São Paulo: Lavrapalavra, 2023, p. 69.

8. Vladimir Lenin, O que fazer?. São Paulo: Boitempo, 2020, pp. 104-105.

9. Vladimir Lenin, Carta a um camarada, disponível online em https://www.marxists.org/portugues/lenin/1902/09/carta.htm

10. “As novas condições do trabalho social-democrata que se formaram na Rússia depois da Revolução de Outubro [de 1905] puseram na ordem do dia a questão da literatura do partido. A diferença entre a imprensa ilegal e legal – essa triste herança da época da Rússia feudal e autocrática – começa a desaparecer. Ainda não morreu, longe disso.”

11. Vladimir Lenin, A Organização do Partido e a Literatura de Partido, disponível online em https://www.marxists.org/portugues/lenin/1905/11/13.htm

12. Vladimir Lenin, Estratégia e tática da hegemonia proletária. São Paulo: Lavrapalavra, 2023, p. 76.