Trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp entram em greve
Os trabalhadores das estatais reivindicam o cancelamento de todas as privatizações do Metrô, CPTM e Sabesp e a realização de um plebiscito oficial do governo de São Paulo para aferir a posição da população paulista sobre as privatizações.
Por Redação
Os trabalhadores das companhias estatais de São Paulo, Metrô, CPTM e Sabesp entraram em greve unificada nesta terça-feira, 3 de outubro.
Os trabalhadores das estatais reivindicam o cancelamento de todas as privatizações do Metrô, CPTM e Sabesp e a realização de um plebiscito oficial do governo de São Paulo para aferir a posição da população paulista sobre as privatizações.
"Essa é uma greve que defende o direito do povo de São Paulo a ter acesso a transporte público de qualidade, à água e ao saneamento", afirmou José Antônio Faggian, presidente do Sintaema (Sindicato dos trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do estado de São Paulo), na assembleia unificada do dia 02 de outubro. "Mas mais do que isso, o projeto do governo de São Paulo é um projeto de privatização de todos os serviços públicos essenciais. A gente sabe que quem mais usa esses serviços é a classe trabalhadora. Nesse sentido, essa greve é um movimento de todo povo de São Paulo para derrubar esse projeto privatista do governo Tarcísio Freitas e defender os interesses dos trabalhadores".
O povo paulista está acostumado a ouvir notícias sobre a paralisações de transporte público que logo são canceladas após acordo do sindicato com o governo do estado, porém isso ocorre por essas greves, normalmente, possuírem apenas reivindicações de reajustes salariais e benefícios. A greve de hoje é uma greve política, o único acordo aceitável para seu cancelamento é o cancelamento imediato das privatizações e a realização do plebiscito oficial. Essa greve é uma demonstração de força que as empresas estatais não estão à venda.
Para garantir o êxito da greve, os trabalhadores das três categorias planejam a realização de piquetes em diversos pontos da região da Grande São Paulo: nas estações da CPTM Suzano, Guaianases, Itaim, Engenheiro Goulart, Luz, Pirituba, Francisco Morato e Mauá; nas estações de Metrô Itaquera, Belém, Oratório, Tamanduateí e Ana Rosa e nas sedes da Sabesp localizadas na Ponte Pequena, Copa Carvalho, Mooca e Santo Amaro.
A privatização dos serviços públicos não é uma política exclusiva do governo de Tarcísio de Freitas. O governo Lula, através do decreto n⁰ 11.498, incluiu presídios e segurança pública como áreas a serem privatizadas via Parceria Público Privadas (PPPs) e, ainda, permitiu que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) financiasse essas privatizações.
As privatizações transformam essas empresas estatais em meras fontes de lucro piorando as condições de trabalho dos funcionários. Além disso, aumentam as desigualdades priorizando o atendimento às camadas da população com mais condições de pagar por esses serviços em detrimento das mais precarizadas.