Barueri-Itapevi (SP): Pela Reconstrução Revolucionária do PCB

Por isso, assim se manifesta nosso posicionamento, frente a uma realidade tão incomoda expressamos nenhuma empatia por aqueles que se colocam num pedestal, subjugando e se negando a conhecer e proteger as bases.

Barueri-Itapevi (SP): Pela Reconstrução Revolucionária do PCB
"As expulsões que ocorreram não estão previstas em nossas resoluções, tampouco é característica da nossa forma de atuação com relação a PD´s."

Saudações camaradas,

É por meio desta nota que o núcleo Barueri-Itapevi vem a público para deixar claro seu posicionamento e descontentamento com as recentes movimentações em todo o complexo partidário.

1. Das Expulsões:

Em um dos comunicados o Secretário de Juventude Estadual utiliza do termo "militantes fiéis ao PCB" para se referir aos camaradas que estão de acordo com o que vem acontecendo e, portanto, utiliza desse termo para se referir á aqueles que estão de acordo com as expulsões sem processo disciplinar e com os que estão de acordo com essa perseguição descarada afim de silenciar camaradas, tudo para manter a política vigente em curso.

Alguns dias atrás uma leva de camaradas foi expulsa sumariamente do partido, entre esses, dois chamaram a nossa atenção, são eles: Juliana Siegmann e Alex Guedes, ambos foram nossos assistentes, sendo Juliana, a nossa primeira assistente e fundadora do nosso núcleo e Alex nosso último e atual assistente. Podemos dizer com propriedade sobre a índole e trabalho político de ambos e mais, podemos sem sombra de dúvida afirmar que são camaradas extremamente fidelizados ao partido, não vieram a público se manifestar contra o partido e do início ao fim, prezaram pelo debate interno, pela unidade e pelo centralismo-democrático, porém mesmo assim foram expulsos, a dúvida que fica é: por quê?

Percebemos aqui que o termo "militantes fiéis" é apenas um jargão estúpido que foi usado em um espírito de seita para separar aqueles que debatem e criticam daqueles que perseguem e sentem medo, separa os expulsos e excluídos daqueles que tanto temem por suas teses e status quo e tanto temem que foi necessário expulsá-los de forma ilegítima para garantir que esse projeto fosse concluído. As expulsões que ocorreram não estão previstas em nossas resoluções, tampouco é característica da nossa forma de atuação com relação a PD´s. Os que tanto acusam e expulsam camaradas por ferir nossas resoluções acabam por ser aqueles que a ferem, expulsam camaradas sem direito de defesa ou aviso prévio (muitos nem mesmo estavam envolvidos), derrubando quadros importantíssimos da nossa organização e o mais triste: causando afastamentos de camaradas com trabalhos políticos incríveis.

2. Das Acusações de Fracionismo:

Muitas, se não todas, das expulsões partiram do pressuposto infundado de fracionismo, acusando camaradas de formarem dissidências e criarem debates externos aversos ao partido, isso é uma completa mentira, os camaradas que foram expulsos, lutaram até o fim para debater internamente e garantir o centralismo-democrático, o que ocorreu é que quando o debate interno não era mais possível devido ás perseguições e expulsões, os camaradas debateram isso externamente. Perceba que o debate não nasceu nas redes sociais, ele foi levado até lá e mais, o debate não nasceu no PCB-RR, o PCB-RR foi criado para que esse debate tomasse força e para que os camaradas expulsos pudessem debater e exercer esse direito no âmbito organizativo, a acusação de fracionismo se torna uma falácia a partir desse primeiro ponto e se configura como oportunismo.

3. Considerações sobre o PCB:

3.1 Da Segurança:

Debater segurança na nossa organização tem sido algo jogado pra escanteio desde que iniciamos nossos trabalhos como núcleo, saímos na rua para as nossas atividades sem saber se vamos voltar pra casa e isso não é levado a sério, aliás isso nem mesmo é levado em conta. Tão medonha é essa aversão a segurança que um dos estopins para a expulsão do camarada Jones Manoel foi o debate sobre segurança trazido por ele ao CC. Deixamos claro aqui, que esse problema com relação à segurança não é um problema que se desenvolve somente no PCB, esse problema ocorre também na UJC, porém tendo em vista o poder de influência que o partido exerce sobre a UJC, se torna inegável o fato de que a única instância capaz de solucionar isso de forma nacionalizada é o CC, mas infelizmente, eles se negam. Um caso infortúnio que confirma isso foi negarem aos militantes da UJC de buscarem faixas, bandeiras e megafone na sede do Partido, que é uma das poucas formas que temos de garantir o mínimo de organização e segurança do bloco PCB/UJC nas ruas.

Os pontos centrais da segurança são garantir a integridade física e mental dos militantes (principalmente da base proletarizada) no âmbito externo e interno da nossa organização, segurança também é sobre racismo, LGBTfobia, saúde mental, transfobia etc. Segurança, em primeira instancia, não é só sobre se armar, e sim sobre criar estratégias, métodos e protocolos situacionais, que impeçam ou minimizem opressões dos agentes da política burguesa, opositores e até mesmo de camaradas. Suprimir esse debate é deixar nosso trabalho político à mercê do capital, é ser elitista e, portanto, trazer segurança apenas a aqueles vistos como importantes para o trabalho político, essa supressão revela o quão despreocupado com isso está nosso partido e o quanto eles não se importam conosco, nos resta as seguintes questões, segurança pra quem? E será que somos insignificantes assim?

3.2 Da Segurança em Âmbito Interno:

A segurança em âmbito interno se traduz em medidas para que o convívio entre os militantes seja o mais qualitativo possível, para que evitemos casos de assédio, transfobia, homofobia, racismo etc. Lembremo-nos, camaradas, vivemos no capitalismo e desvios sempre vão acontecer enquanto não houver a derrubada desse sistema, devemos sempre abrir nossos olhos para essas questões, afinal não estamos nem um pouco seguros dentro da organização, não estamos isentos de violência e não estamos isentos de preconceito. É gravíssimo ver que o partido se abstém dessas medidas e utiliza das PD´s que são nosso espaço de disciplina e melhoramento de convívio para fazer valer a sua política, é gravíssimo casos de assédio e pedidos de PD’s serem ignorados pelo partido, isso mostra mais uma vez o quão despreocupados estão com essa pauta.

4. Do Elitismo:

O elitismo no partido é um debate muito ascendente em nosso núcleo e acreditamos não ser apenas no nosso. Por sermos da base muitas vezes nos sentimos como burros de carga, fazendo apenas o trabalho braçal enquanto existem camaradas que são tão inacessíveis que chegam a se considerar subcelebridades dentro do Partido e não estão nas ruas tocando tarefas. Esses dirigentes não têm a menor noção da rotina de um militante da base e subestimam sua capacidade de debate, ademais, no momento em que o complexo partidário como um todo estava recebendo cada vez mais militantes proletarizados afrontando o academicismo e elitismo nas fileiras, estes se sentem ameaçados.

Por isso, assim se manifesta nosso posicionamento, frente a uma realidade tão incomoda expressamos nenhuma empatia por aqueles que se colocam num pedestal, subjugando e se negando a conhecer e proteger as bases.

5. Do Academicismo:

O academicismo se representa fortemente no partido, sempre vemos camaradas que se dedicam aos estudos teóricos, mas não se debruçam na prática, consomem tanta informação que se esquecem de olhar pela janela e ver que o mundo lá fora está em chamas. É um trabalho confortável, diga-se de passagem, talvez por isso a pauta de segurança seja tão atrasada, esses que a negam não correm o mesmo risco que nós, não vão aos atos, não tocam tarefas na rua, apenas se escondem e acreditam que suas boas análises vão trazer os recursos necessários para a revolução. Lembrando que quem veio a Itapevi tocar tarefas eleitorais com nosso núcleo foi o camarada Gabriel Colombo, expulso sumariamente e sem chance de defesa e o camarada Jones Manoel que teve que fazer seu trabalho eleitoral praticamente sozinho, também expulso sumariamente e sem chance de defesa. Essas expulsões são extremamente desrespeitosas com o trabalho e devoção que os camaradas tinham com o Partido. Enquanto nossa querida candidata e outros guardavam suas mentiras e perseguições a sete chaves, éramos nós os camaradas da base que embaixo de chuva e sol tentávamos construir um bom trabalho de base e um futuro para nossas eleições. O problema de se debruçar apenas na teoria é cair apenas em articulações políticas, o problema de se debruçar apenas na prática é não entender o que está acontecendo até ser tarde demais, por isso, nosso núcleo sempre tentou manter o equilíbrio entre as duas faculdades e repudia o fruto podre do academicismo.

Visto todos os pontos abordados nessa nota, o núcleo Barueri-Itapevi declara sua adesão total ao PCB-RR e solidariedade a todos os camaradas expulsos e injustiçados!

PELA RECONSTRUÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO PCB!

PELO 17° CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO!