Bancários-RJ: Maioria da célula rompe com o comitê central e o PCB "formal"
Com a exclusão arbitrária de nossos camaradas, entendemos que é a hora de romper com a formalidade do PCB atual, buscando alinhamento com os camaradas defensores da Reconstrução Revolucionária.
A maioria da célula dos bancários do PCB-RJ rompe, em decisão conjunta, com o PCB formal, declarando sua adesão à Reconstrução Revolucionária do partido, entendendo ser o único caminho a trilhar diante da gestão que o atual Comitê Central do PCB, que perdeu sua legitimidade enquanto direção de um partido comunista, marxista-leninista. A seguir, explicitamos nossos fundamentos e razões.
O início da crise e o posicionamento da célula dos bancários – RJ
A deflagração da crise do partido, desde o início, deixou os militantes da célula dos bancários que não integram a direção do partido, surpresos.
Os debates internos, “nas instâncias corretas”, foram intensos e perduraram ininterruptamente por quase dois meses.
Em todas as oportunidades, a célula se posicionou contrariamente às posições da direção do partido, em especial em relação aos seguintes pontos:
- Desrespeito às resoluções do XVI congresso, por parte de integrantes do CC e da CPN, em especial à participação do secretário geral e do secretário de relações internacionais na PMAI;
- Relação com partidos comunistas estrangeiros;
- Perseguição política a militantes que questionavam o desrespeito às resoluções;
- Procedimentos Disciplinares (PDs) com o objetivo de expurgo político;
- Distorção do conceito leninista de centralismo-democrático;
- Posicionamento vacilante frente ao caráter de conciliação com a burguesia pelo atual governo de frente ampla liderado pelo PT;
- Falta de acúmulo do Comitê Central diante das questões anti-opressão e a relação com os coletivos partidários (UJC, UC, CNMO, CFCAM, LGBT comunista);
- Estratégias de comunicação, relação com os comunicadores digitais e iniciativas de divulgação dos ideais marxistas em editoras e podcasts independentes, uso das redes sociais, etc;
- Degeneração estratégica e táticas equivocadas da direção do partido;
- Amadorismo.
A célula dos bancários formou maioria ampla crítica ao CC e assim permanece até o momento. Entendemos, nesses dois meses, que nossa permanência nos quadros formais do PCB, como força contra-hegemônica, teria sua relevância e mantivemos as críticas “nas instâncias”.
Todos os encaminhamentos da célula foram no sentido de se convocar um congresso extraordinário para solução da crise política e a paralisação imediata dos PDs e expurgos do partido.
As críticas foram encaminhadas “dentro das instâncias” e as respostas foram nulas ou, no máximo, evasivas. Nenhuma das questões de fundo foi enfrentada pela direção.
Com o expurgo - sem direito de defesa - dos camaradas que assinaram a carta “Rio de Janeiro: Por um Partido da nossa classe e a seu serviço” a questão se agravou e alguns dos militantes da célula externaram sua posição crítica nas redes sociais.
Mais uma vez, a direção do partido, de forma seletiva - eis que havia diversos militantes do partido que externavam suas opiniões “fora das instâncias”, mas alinhados à direção, não foram punidos – abriu PDs contra alguns dos militantes da célula.
A célula manifestou seu repúdio à abertura dos PDs. Sem efetividade.
Os últimos expurgos da célula dos bancários - RJ
Nesta semana, dois de nossos camaradas foram expurgados das fileiras do partido em razão de manifestação em redes sociais, o que tornou insustentável nossa permanência nas fileiras do PCB formal, que compreendemos tomado por uma fração do Comitê Central, que desrespeitou um sem-número de resoluções do XVI congresso e a eleição dos camaradas expurgados.
Temos a informação de que seríamos o último órgão do complexo partidário crítico do Rio de Janeiro ainda não expurgado totalmente, sendo certo que todos os militantes da célula - à exceção daqueles que compõem o Comitê Central - mantiveram-se alinhados durante todo o período da crise. Com a exclusão arbitrária de nossos camaradas, entendemos que é a hora de romper com a formalidade do PCB atual, buscando alinhamento com os camaradas defensores da Reconstrução Revolucionária.
Decisão conjunta
Não reconhecemos a legitimidade da direção atual do PCB formal. Entendemos que a linha política e seus expurgos apontam para um caminho que destoa dos nossos objetivos revolucionários marxistas-leninistas e da revolução socialista brasileira.
Assinam os seguintes militantes da célula:
Gabriel Lima
Gerardo Santiago
Jorge Luiz Fernandes
Julio Cesar
Karla Alves
Paulão da Caixa
Vinicius Baptista