PCB-São Carlos e Coletivos aderem ao Manifesto em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB!

Nossa crise tem raízes profundas e contraditórias, dentre elas o distanciamento da Reconstrução Revolucionária e do princípio da hegemonia proletária no PCB

PCB-São Carlos e Coletivos aderem ao Manifesto em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB!
"Todos os problemas descritos anteriormente, somados a problemas de assistências, ausência de um trabalho nacional e regionalmente coordenado, mandonismo por parte de dirigentes que tratam a militância da base como "executores" e uma cultura "pecebista" identitária, tem atrapalhado a prática revolucionária que temos construído em nossa cidade desde 2015."

Reunida em plenárias nos últimos dois finais de semana, a militância do PCB-São Carlos, Juventude e dos Coletivos discutiu a crise instaurada no Partido Comunista Brasileiro e decidiu, por unanimidade entre os presentes, neste domingo, 06, por assinar e aderir ao Manifesto em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB. O Comitê Municipal e as células de São Carlos do PCB passam agora a compor o Partido Comunista Brasileiro-Reconstrução Revolucionária.

Muito diferente do que está expresso nas notas e circulares enviadas pelo Comitê Central e seus dirigentes, compreendemos que a crise em nosso partido não pode ser explicada por disputas individuais e pelo fracionismo, sendo este apenas uma de suas consequências. Nossa crise tem raízes profundas e contraditórias, dentre elas o distanciamento da Reconstrução Revolucionária e do princípio da hegemonia proletária no PCB, que caminha para uma linha política centrista, marcada pela prioridade das palavras de ordem pequeno-burguesas e das frentes social-democratas, do reboquismo político e eleitoral frente ao PSOL nos últimos anos, da aproximação internacional com partidos reformistas e tentativas de adesão à plataforma imperialista pró-Rússia e China, a legitimação do espontaneísmo, economicismo e do federalismo em nossas fileiras, o cercamento da democracia interna e os ataques ao centralismo democrático, a priorização de acordos e conchavos para a eleição dos organismos dirigentes em detrimento do debate político, a proteção de militantes assediadores e acusados das mais diversas práticas opressivas, o amadorismo do Comitê Central e do Comitê Regional de SP na direção do trabalho ideológico e prático, entre muitos outros erros.

Essa crise partidária não é só uma questão de impacto nacional, já que também tem grandes implicações na atuação da militância comunista em São Carlos. Todos os problemas descritos anteriormente, somados a problemas de assistências, ausência de um trabalho nacional e regionalmente coordenado, mandonismo por parte de dirigentes que tratam a militância da base como "executores" e uma cultura "pecebista" identitária, tem atrapalhado a prática revolucionária que temos construído em nossa cidade desde 2015. Disputar a organização internamente, como fizemos — arduamente — nos últimos anos, mostrou-se e mostra-se ineficaz diante de direções que lidam com as divergências políticas através de acusações infundadas, processos disciplinares, quebra de militantes, boicotes, perseguições e expulsões sumárias.

Compreendemos o Partido, por um lado, como um operador político que, orientado por um programa revolucionário construído a partir de uma teoria revolucionária de base marxista-leninista, busca conectar as lutas cotidianas do povo trabalhador brasileiro com uma luta histórica pela superação do capitalismo e demais formas de opressão humana e, por outro lado, como um organizador coletivo capaz de unir os revolucionários através de uma verdadeira e sincera democracia interna para construir uma disciplinada unidade prática. O PCB, hoje, distancia-se dessa concepção pelos motivos já descritos.

É necessário ter coragem e determinação para tomar decisões em momentos difíceis de crise. Como o PCB escolheu não enfrentar frontalmente seus problemas através do debate político e amplo, recusando-se a organizar o XVII Congresso Extraordinário para “proteger a atual direção”, como dito em circular. Como somos, acima de tudo, revolucionários e revolucionárias, optamos coletivamente por aderir ao Manifesto em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB para construir XVII Congresso (Extraordinário) do Partido Comunista Brasileiro e aprofundar a estratégia revolucionária através das mediações táticas adequadas e de uma unidade de ação edificada através de um processo de debate amplo, transparente, franco e sem melindres.

Nós somos o Partido e continuaremos construindo o centenário legado do PCB através de um balanço autocrítico de seus erros e acertos, inclusive estendendo esse balanço para a análise da história de todas as organizações políticas proletárias de nosso país, com o objetivo de estabelecer uma prática revolucionária no presente. Se não disputamos mais o PCB internamente, buscaremos continuar disputando demonstrando que é possível construir uma organização e prática política que supere os profundos problemas do atual PCB.

Gostaríamos de expressar nosso profundo respeito por todos e todas militantes que optarem por continuar construindo o PCB e demonstrar a nossa mais sincera intenção de construção de unidade nas lutas cotidianas. Nossas críticas não são a vocês, mas à direção e à cultura política instaurada no PCB.

Convidamos as demais células e a militância do país a darem esse passo em direção ao horizonte revolucionário pela Reconstrução Revolucionária!

PELO APROFUNDAMENTO DA RECONSTRUÇÃO REVOLUCIONÁRIA E DA ESTRATÉGIA SOCIALISTA!
ORGANIZAR O XVII CONGRESSO (EXTRAORDINÁRIO) DO PCB!