Nota política: Greve no Zaffari em 1º de Maio e boicote à exploração capitalista
no 1º de Maio, os trabalhadores darão uma lição: quando a base se organiza, os capitalistas tremem. Não importa se chover, se a polícia ameaçar ou se o sindicato trair – estaremos nas ruas para lembrar que a exploração tem dono, endereço e data para acabar.

Nota política do PCBR em Porto Alegre
A Companhia Zaffari, a maior rede de hipermercados do Rio Grande do Sul, tornou-se símbolo da brutal exploração que marca o capitalismo brasileiro, a partir de uma denúncia publicada no jornal O Futuro, em parceria com o Brasil de Fato. Enquanto a família Zaffari acumula lucros estratosféricos (R$641 milhões em 2023), seus trabalhadores enfrentam jornadas desumanas, salários de fome, assédio moral e a violação sistemática de direitos básicos. Diante da cumplicidade criminosa do sindicato que deveria defendê-los, os trabalhadores decidiram tomar as ruas e as lojas no 1º de Maio, Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, para paralisar a empresa e exigir dignidade. O PCBR, que desde o começo contribui para a organização dos trabalhadores do Zaffari, se junta à convocação da greve e chama a população para um boicote à empresa no dia 1º de maio.
A Exploração no Zaffari: Quando o Lucro Vale Mais que Vidas
Há meses, nossas denúncias revelaram práticas degradantes nas lojas do Zaffari. Funcionários adultos e adolescentes são submetidos à escala 10x1 (10 dias seguidos de trabalho por 1 de folga), jornadas de até 11h30 de trabalho em feriados, horas extras obrigatórias aos finais de semana (“dias de dobra”), desvios de função constantes e ao controle humilhante do uso do banheiro, incluindo relatos de trabalhadoras urinando nas roupas por serem obrigadas a esperar até duas horas por autorização. Adolescentes, muitos deles estudantes, são explorados em funções exaustivas, com salários líquidos abaixo do mínimo nacional, enquanto a empresa manipula o banco de horas para não pagar horas extras.
A saúde mental é tratada como “fraqueza”: funcionários relatam crises de ansiedade, depressão e síndrome do pânico, agravadas por chefes que os chamam de “vagabundos” ao reivindicar folgas ou cuidar de familiares doentes. A empresa ainda exige CID em atestados médicos, violando a privacidade e dificultando o acesso a licenças, uma prática já condenada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Não por acaso, ex-funcionárias descrevem o Zaffari como um “inferno” onde perderam anos de convívio com os filhos e adquiriram doenças crônicas.
Apesar da repercussão nacional, o Zaffari limitou-se a maquiagens temporárias: anunciou o fim da escala 10x1, substituindo-a pela 6x1, e prometeu excluir adolescentes das “dobras”. Mas os trabalhadores sabem que se trata de um “extintor de incêndio” – uma medida para acalmar a opinião pública, sem resolver o cerne da exploração.
A cumplicidade da direção do Sindec-POA
Enquanto a empresa lucra, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre (Sindec-POA), ligado à Força Sindical, age como cúmplice da exploração. Em 2024, firma Acordos Coletivos ilegítimos que institucionalizaram a escala 10x1, todos sem consultar os trabalhadores em assembleia específica.
A gota d’água veio em fevereiro de 2025, quando uma operadora de caixa foi demitida por apoiar, fora do horário de trabalho, uma manifestação contra a empresa. O Sindec-POA nada fez para defendê-la, revelando seu verdadeiro papel: administrar a precarização do trabalho em favor dos empresários, não combatê-la. Essa traição não é acidental. Desde sempre, os patrões tentam comprar os dirigentes sindicais para utilizá-los como ferramentas para domesticar a luta – um mecanismo histórico no Brasil, onde elites usam instituições “de fachada” para evitar que os trabalhadores descubram sua própria força.
O caso Zaffari não é isolado. Ele mostra a lógica perversa de um sistema que transforma vidas em mercadoria. Para maximizar lucros, os capitalistas sugam até a última gota de suor dos trabalhadores: substituem direitos por esquemas como banco de horas fraudulentos e terceirizações; punem quem se organiza pra enfrentar a exploração, perseguem grevistas e pagam sindicatos para silenciar rebeliões. Exploram os mais vulneráveis: adolescentes, mulheres e negros são as principais vítimas dos salários baixos e assédios.
O Zaffari não é “exceção”, mas uma regra em um país onde 70% dos trabalhadores ganham menos de R$ 2.000 por mês. Os donos do grupo Zaffari não são “empresários do mal”, mas agentes de um modelo que precisa da miséria alheia para existir.Enquanto um operador de caixa trabalha 11h para sustentar a família, os herdeiros da empresa viajam em jatos e compram políticos. A greve no 1º de Maio, portanto, não é só uma luta por melhores condições: é, por consequência, um ato de rebeldia contra todo o sistema de exploração capitalista.
1º de Maio: Dia de Parar o Zaffari e Boicotar a Exploração
Diante da traição da direção do Sindec-POA, mais de 300 trabalhadores votaram por uma greve em todas as lojas no 1º de Maio, convocando todos os funcionários e funcionárias a se somar à luta. As reivindicações são:
- Aumento salarial de 100% (chega de salários abaixo do piso da dignidade!).
- Escala 5x2, com um final de semana livre por mês para descanso e convívio familiar.
- Fim das horas extras obrigatórias (“dias de dobra”) e do controle do banheiro.
- Transparência nos descontos e fim da manipulação do banco de horas.
Mas a greve só terá força com apoio popular. Por isso, o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário também conclama a população para umaampla campanha de boicote ao Zaffari no 1º de Maio: não compre em nenhuma loja e divulgue ao máximo a greve.Junte-se à manifestação no dia 1º de maio,a partir das 8h da manhã, na Praça da Ponte de Pedra (Av. Loureiro da Silva), em Porto Alegre.
O Grupo Zaffari acredita que pode comprar sindicatos, calar a imprensa e reduzir seres humanos a engrenagens descartáveis. Mas no 1º de Maio, os trabalhadores darão uma lição: quando a base se organiza, os capitalistas tremem. Não importa se chover, se a polícia ameaçar ou se o sindicato trair – estaremos nas ruas para lembrar que a exploração tem dono, endereço e data para acabar.
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1º DE MAIO É GREVE: NINGUÉM TRABALHA, NINGUÉM COMPRA E O PATRÃO NÃO LUCRA!