Caruaru (PE): Nota Política em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB

É fundamental que não esqueçamos, camaradas: não há espaços vagos na disputa política. Quando o campo revolucionário é esvaziado, os nossos inimigos avançam. Portanto, não há tempo de temer, nem muito menos desanimar.

Caruaru (PE): Nota Política em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB
"Na Célula do PCB de Caruaru tocamos a árdua tarefa de construção da interiorização do partido no estado. Mas, não poderemos cumprir efetivamente essa tarefa enquanto camaradas estão sendo perseguides, quando somos silenciados ou ignorados nos âmbitos do partido frente a uma crise."

Camaradas,

Diante da crise que se instalou nos últimos meses, decidimos vir a público trazer nosso posicionamento enquanto Célula do PCB em Caruaru-PE.

Desde junho, quando a polêmica referente a participação de dirigentes nacionais na PMAI veio a público, nós, enquanto célula do partido, debatemos internamente a forma a qual o partido veio lidando com essa crise e nossa interpretação frente a esse grave desrespeito às nossas posições estabelecidas em congresso.

Usamos das instâncias internas para avaliar a situação e, desde o princípio, foi unânime a posição a que foi colocada a militância do PCB: as notas do partido desceram de forma verticalizada, orientando as bases ao silenciamento, não permitindo um debate democrático e a uma autocrítica de fato daqueles que de forma irresponsável rasgaram os princípios que regem nosso partido.

Na sequência dos fatos, vimos camaradas de luta — tanto do nosso estado como de outras regiões — passando por processos disciplinares absurdos, por fazerem críticas nas instâncias internas do partido, o que agrava ainda mais a situação, pois, se não podemos fazer a crítica nos âmbitos internos do partido, qual será o lugar certo de fazê-las?

Mas, ainda assim, tentamos fazer com que esse debate acontecesse internamente. No dia 28 de julho decidimos por escrever uma Nota Política e enviar para as instâncias do partido marcando nossa posição: nos colocamos contra a perseguição e expulsão injusta des camaradas, repudiamos o silenciamento das bases e o não reconhecimento da legitimidade dos quadros que compõem o complexo partidário, principalmente a União da Juventude Comunista (UJC).

Após semanas do envio de nossa carta nos âmbitos internos do partido, o que recebemos foi o mais absoluto silêncio. O que demonstra a falta de vontade des dirigentes partidários em resolver divergências nos âmbitos do partido e liquidar o debate democrático interno.

Para piorar a situação, além de não discutir internamente e proibir as bases de fazê-la, nos deparamos com dirigentes nacionais do partido se posicionando de forma aberta sobre a polêmica, usando o site oficial do partido para fazer ataques sujos contra camaradas que se posicionam contra a quebra do centralismo-democrático. Além disso, adotaram uma postura extremamente elitista no trato com as bases nas redes sociais, como insinuar uma "incapacidade" da juventude de pensar por si só, ou que quem trabalha não tem tempo para pensar em meio a uma crise partidária, pois precisa "descansar" para não gerar capital de reserva de trabalho.

Isso é muito grave camaradas, pois quem pensa dessa forma são os inimigos da classe trabalhadora. Isso não é um posicionamento condizente com quem tem compromisso com a classe trabalhadora e a revolução socialista brasileira.

Um partido revolucionário não deve temer as críticas, sejam internas ou externas. A construção do socialismo necessita de uma práxis revolucionária que não separa a ação da reflexão. Pelo contrário, precisamos refletir sobre nossas contradições para assim podermos agir. E esse é um processo sem fim, pois somente dessa maneira se cria condições para a manutenção da prática revolucionária.

Na Célula do PCB de Caruaru tocamos a árdua tarefa de construção da interiorização do partido no estado. Mas, não poderemos cumprir efetivamente essa tarefa enquanto camaradas estão sendo perseguides, quando somos silenciados ou ignorados nos âmbitos do partido frente a uma crise.

É fundamental que não esqueçamos, camaradas: não há espaços vagos na disputa política. Quando o campo revolucionário é esvaziado, os nossos inimigos avançam. Portanto, não há tempo de temer, nem muito menos desanimar. Esse é um momento para nos fortalecermos em defesa dos princípios marxistas-leninistas em prol da revolução proletária no Brasil.

Diante do exposto, viemos através dessa Nota Política nos colocar em favor da realização do XVII Congresso Extraordinário do PCB, com abertura das tribunas de debate para ampla militância, além de apoiarmos a Reconstrução Revolucionária do PCB.

"O imperialismo deixa para trás germes de podridão que devemos detectar e remover clinicamente da nossa terra, mas também das nossas mentes⁠." Frantz Fanon