Nota de adesão do Núcleo Ilha do Governador (RJ)

No último dia 19 de Novembro de 2023, o núcleo Ilha do Governador da UJC-RJ decidiu coletivamente romper com a atual direção do Partido Comunista Brasileiro, aderindo assim ao Partido Comunista Brasileiro - Reconstrução Revolucionária.

Nota de adesão do Núcleo Ilha do Governador (RJ)

Por núcleo Ilha do Governador da UJC-RJ

Salve, camaradas

No último dia 19 de Novembro de 2023, o núcleo Ilha do Governador da UJC-RJ decidiu coletivamente romper com a atual direção do Partido Comunista Brasileiro, aderindo assim ao Partido Comunista Brasileiro - Reconstrução Revolucionária.

É consenso entre os camaradas deste núcleo que nunca houve, particularmente, qualquer deslumbre quanto à infalibilidade do Partido ou sequer ilusão de que o Comitê Central e demais instâncias de direção estariam livres de contradições ou problemas. No entanto, apostamos até o presente momento na primazia de nossos métodos tradicionais de disputa interna.

Quando a atual cisão em nossas fileiras deflagrou-se, debatemos internamente quais os passos deveriam ser tomados. Fomos todos abatidos por um profundo desgaste e preocupação quanto ao nível de exposição que a recente crise poderia gerar, fragilizando-nos enquanto coletivo e organização com pretensões de constituir-se vanguarda revolucionária.

Em virtude do excesso de informações a que fomos expostos e que também nos expuseram, bem como discordâncias em alguns pontos da linha política que os líderes do racha apresentavam, buscamos adotar um posicionamento moderado frente à crise. Em nota, defendemos a convocação do XVII Congresso do Partido, mas não aderimos ao PCB-RR. Naquele momento, em razão da nota pública da CR-RJ da UJC,  pairava entre os camaradas a expectativa da possibilidade de acirrar a disputa interna sobretudo agora em que as direções poderiam sentir-se pressionadas pela nova organização que tomava forma a partir de suas fileiras.

Nos meses seguintes, observamos. A Conferência Política do Partido foi convocada, porém, seus prazos não asseguravam o caráter de urgência que os debates internos deveriam assumir diante da crise. Aqui e acolá, vimos figuras isoladas politicamente - mas contrárias ao PCB-RR - do Comitê Central serem afastadas temporariamente como bodes expiatórios em meio à crise. O então camarada Boné - bastante isolado internamente - sofreu processo disciplinar pela quebra de centralismo democrático ao levar o debate interno para as redes sociais quando foi também questionado sobre seus comentários transfóbicos (um boi de piranha para as críticas de que o CC acolhe os desvios de seus apoiadores). Ao mesmo tempo, Antônio Carlos Mazzeo seguiu intocado mesmo com todos os casos públicos de assédio que pesam sobre ele. Nitidamente, dois pesos e duas medidas.

Dia após dia, aguardamos os desdobramentos da disputa que seria travada internamente por aqueles camaradas inseridos nas instâncias de direção que - conforme a nota pública da UJC-RJ - propunha um “caminho do meio” entre os que romperam oficialmente com o Partido e aqueles que apegaram-se à defesa aguerrida e incondicional ao Comitê Central. A única resposta foram sucessivos comunicados de desligamento de camaradas que, antes dispostos a pressionar o CC sem romper com o Partido oficialmente, chegaram ao limite da exaustão. Não obstante, nesse período, alguns dos militantes de nosso próprio núcleo desligaram-se ou pediram afastamento. Sendo que estes eram favoráveis à nossa permanência junto ao PCB, aos que permaneceram ativos no núcleo deixou de fazer sentido manter-se apegado à decisão anterior. O esgotamento dos que se propuseram disputar o Partido internamente deixam uma mensagem para nós: parece afirmar-se correto o que os ditos “fracionistas” apontaram desde o início, que o PCB tornou-se um partido indisputável. Ao menos, na urgência que a luta de classes no Brasil atual demanda. Em contrapartida, a Reconstrução Revolucionária apresenta-se, por hora, como alternativa não apenas para reestruturação de um Partido com potencial de avançar na consolidação de uma vanguarda revolucionária, mas contando com quadros e lideranças realmente dispostas a construir a luta necessária.

Após deliberações internas, o núcleo Ilha decide - com somente um voto contrário entre nossos militantes - romper oficialmente com o PCB e tornar pública nossa adesão oficial ao PCB-RR.

Avançaremos!