PCB Zona Sul de São Paulo: Em prol da necessidade e urgência de fortalecermos a ferramenta histórica de luta do proletariado

Em prol da necessidade e urgência de fortalecermos a ferramenta histórica de luta do proletariado e, assim, construirmos a Revolução Socialista em nosso país, concluiu-se da necessidade do XVII Congresso Extraordinário, como única via para manter o PCB no caminho da Reconstrução Revolucionária.

PCB Zona Sul de São Paulo: Em prol da necessidade e urgência de fortalecermos a ferramenta histórica de luta do proletariado
"Cientes de que essa escolha resultará na expulsão de todos os que subscrevem a esta carta, estamos, a partir de agora, nos organizando enquanto Comitê da Reconstrução Revolucionária na Zona Sul de São Paulo."

Camaradas,

É com grande preocupação que nós, parte da militância da célula Solano Trindade ZS-SP, vemos a crise que se desenrola no Partido Comunista Brasileiro. O texto que segue é resultado de uma reunião extraordinária realizada no dia 12/08/2023 e é assinado pelos camaradas que estavam presentes, com objetivo de enfrentar os desvios antileninistas, a violação de nosso Estatuto e Resoluções por parte do Comitê Central, Comitê Regional de São Paulo e Secretariado da Célula.

Tais desvios ficaram mais evidentes após o XVI Congresso Nacional do PCB, quando uma fração majoritária do Comitê Central agiu intencionalmente sobre todo complexo partidário, de maneira silenciosa, para seguir com suas políticas contrárias às resoluções congressuais, seja no âmbito das Relações Internacionais do PCB, com o comparecimento de nosso partido a eventos estranhos e antagônicos aos interesses da classe trabalhadora internacionalmente (a chamada Plataforma Mundial Anti-imperialista  ou PMAI) ou ferindo, mais diretamente, a concepção de partido marxista-leninista – sujeitando o PCB ao reboquismo à social-democracia, ao etapismo, e, até mesmo, combatendo publicamente o centralismo-democrático e o leninismo – uma vez que, ao célere grupo, é reservado o direito à polêmica pública.

O Comitê Central, ciente dos desdobramentos após o último congresso, abre mão da unidade partidária no momento em que delibera por: (i) tensionar ainda mais os conflitos internos; (ii) não sistematizar e organizar as polêmicas; (iii) combater posições minoritárias distintas das cristalizadas pela maioria na instância; e (iv) abrir um processo de perseguições e expurgos sobre a militância.

Já é do conhecimento das e dos camaradas uma série de questões imediatas advindas da precarização das tarefas partidárias. Esse amadorismo é reflexo do caráter artesanal do trabalho. O espírito de círculo, o mandonismo, a ausência de democracia interna que impedem que o PCB seja vanguarda, são diretamente o reflexo das linhas político-ideológicas que divergem das resoluções congressuais e tentam distanciar o Partido dos seus princípios. Esse trabalho denota a união das frações acadêmica e obreirista, se unindo apesar de suas divergências por um objetivo comum: o distanciamento do leninismo. As barreiras à comunicação interna, longe de um mero acidente, servem para instrumentalizar o projeto dessas duas frações num giro à direita do Partido.

Com isso, avaliamos que, no momento, existem duas opções: ou abrimos um franco debate entre a militância, respeitando as divergências e alcançando sínteses que façam avançar a organização da classe trabalhadora, ou nos calamos, aceitando a compactuação com a prática política antidemocrática, exercida pelo Comitê Central, que tolhe as nossas capacidades político-organizativas, colocando em xeque a estratégia revolucionária.

O contexto já difícil no complexo partidário gerou situações incontornáveis em nossa célula. Diante da proposta da maioria da militância de debater o texto sobre a participação do PCB na PMAI, o secretariado prontamente imobilizou a célula a partir do dia 14 de junho, cancelando a reunião de formação e debate de outros assuntos sem quaisquer justificativas.

As atitudes antidemocráticas que se seguiram, surgiram para cercear ainda mais o debate: fechamento do grupo de comunicação da célula, represálias às tentativas de comunicação dos militantes da célula via e-mail e um processo de assédio aos militantes recém-ingressos em nossas fileiras. Destacamos que nossa indignação se tornou ainda maior quando dois militantes da célula foram expulsos sumariamente, à revelia do Estatuto e de Resoluções do Partido, sem direito de defesa nem exposição de processo frente ao conjunto da militância.

Tais episódios escancararam problemas na condução do trabalho político da célula, por parte de seus dirigentes, que não podiam mais ser ignorados. Com as ameaças de abertura de Processo Disciplinar frente aos pedidos por uma reunião extraordinária de célula para travar o debate sobre a crescente crise, além da intimidação sobre os camaradas que, por ventura, tivessem posições distintas das apresentadas pelo secretariado, não nos restou alternativa além de mantermos a mobilização e o debate franco e honesto entre a base da célula, com a realização de reunião sem a presença dos secretários.

Em prol da necessidade e urgência de fortalecermos a ferramenta histórica de luta do proletariado e, assim, construirmos a Revolução Socialista em nosso país, concluiu-se da necessidade do XVII Congresso Extraordinário, como única via para manter o PCB no caminho da Reconstrução Revolucionária, superando os desvios e estabelecendo a verdadeira unidade como produto da democracia interna, pautada pelo marxismo-leninismo, para todo o complexo partidário.

Cientes de que essa escolha resultará na expulsão de todos os que subscrevem a esta carta, estamos, a partir de agora, nos organizando enquanto Comitê da Reconstrução Revolucionária na Zona Sul de São Paulo.

Convidamos os demais camaradas que queiram realizar debates abertos e francos para a construção do Poder Popular e do Socialismo a se somarem conosco. O Partido Comunista é de quem o constrói!

Rumo ao aprofundamento da Reconstrução Revolucionária, rumo ao XVII Congresso Extraordinário do PCB com todos coletivos do complexo partidário!

Comitê da RR na Zona Sul de São Paulo:

Adriano C.

Daniel A.

Leo S.

Lígia Orlandin

Luiz S.

Marcelo Bamonte

Marcos A.

Marina D.

Paulo S.

Ramon

Renan A.

Thiago C.

Vini S.