Denúncia dos novos ataques do governo Tarcísio-Feder à educação paulista

Como de praxe, a mudança de governo trouxe consigo as mesmas mudanças propagandísticas de sempre, na qual novos governadores promovem novos currículos e políticas educacionais descoladas da realidade com o único intuito de se autopromoverem, deixando comunidades escolares à deriva.

Denúncia dos novos ataques do governo Tarcísio-Feder à educação paulista
"Com isso, o governador deixa claro o fundamento de seu projeto educacional: uma formação limitada, superficial e extremamente mercantilizada, tendo como único objetivo usá-la como arma ideológica neoliberal do mercado contra a juventude paulista."

Por Fração Estadual de Trabalhadores da Educação Básica em São Paulo

O governo ultraliberal do Estado de São Paulo divulgou, na última semana, dois grandes ataques sobre o currículo escolar e a educação inclusiva para 2024, os quais se somam ao desmonte e cerceamento que Tarcísio e Feder já vinham impondo à educação estadual. Frente a esses desmandos, o Movimento em Defesa da Reconstrução Revolucionária do Partido Comunista Brasileiro apoia a adesão à Greve Unificada dos Serviços Públicos e Estatais Contra as Privatizações no dia 28/Novembro, enfatizando a necessidade de se garantir o direito à paralisação! Nos somamos também às mobilizações de 29/11 na ALESP contra a PEC do Corte na Educação!

Como de praxe, a mudança de governo trouxe consigo as mesmas mudanças propagandísticas de sempre, na qual novos governadores promovem novos currículos e políticas educacionais descoladas da realidade com o único intuito de se autopromoverem, deixando comunidades escolares à deriva. Este é o caso da nova grade curricular proposta por Tarcísio e Feder para o Fundamental II, Ensino Médio e EJA. Frente a falência do Novo Ensino Médio, imposto de forma truculenta por Dória e Rossieli, o atual governo mascara o rebaixamento educacional do NEM com uma nova roupagem, mas aprofundando seus problemas.

Na nova grade que já valerá para 2024 o governador e seu capacho reduzem as aulas de Sociologia, Filosofia, Artes e Educação Física para introduzir matérias como Educação Financeira, Oratória e Liderança. Com isso, o governador deixa claro o fundamento de seu projeto educacional: uma formação limitada, superficial e extremamente mercantilizada, tendo como único objetivo usá-la como arma ideológica neoliberal do mercado contra a juventude paulista.

Além disso, o governador anunciou ainda em Novembro que iria reorganizar a atribuição de aulas para professores(as) de Educação Especial, diminuindo o tempo de atendimento para cada criança e, mais alarmante ainda, retirando da lista de CIDs atendidos pelo serviço de inclusão diversos transtornos. Ao invés de o governador diminuir a quantidade de estudantes por sala, valorizar o salário dos professores, investir na estrutura escolar e em políticas de formação profissional continuada, Tarcísio e Feder investem em manobras de apagamento e exclusão dessas crianças e jovens, sobrecarga dos profissionais e obscurantismo, deixando professores, estudantes e familiares desassistidos.

Por fim, a Alesp votará na quarta-feira (29/11) a PEC estadual encaminhada por Tarcísio na qual prevê a redução permanente do investimento na Educação Básica e Superior. Se a proposta for aprovada, o corte na área previsto para 2024 será de mais de R$9bi, afetando todos os níveis de ensino público no estado.

O governador segue com o sucateamento da educação. Enquanto isso, professores estaduais lutam contra as milhares de demissões previstas para a virada do ano e professores e alunos das universidades paulistas lutam por melhores condições de ensino-aprendizagem, lembrando também da greve dos trabalhadores das ETECs e FATECs.

Desde Julho a dupla vem implementando abertamente seu projeto privatista de aprofundar o desmonte da rede educacional do estado: primeiramente, montando um verdadeiro aparato de controle virtual do trabalho docente nas escolas da rede estadual e Centro Paula Souza, enquanto impôs também o cumprimento de planos de aula externos com conteúdos distorcidos. Em seguida, sobrecarregou trabalhadores de gestão escolar, determinando demandas puramente burocráticas de controle e supervisão do trabalho docente nas escolas.