Com o Brasil em chamas, mais de 3 mil militares são mobilizados para operação de treinamento
Ao invés das Forças Armadas (FA) ajudarem no combate aos incêndios enquanto o Brasil estava em chamas durante o último mês, preferiram construir uma manobra militar de treinamento que poderia ser mobilizada para qualquer outra época do ano.
Por Redação
Durante o mês de setembro, mais precisamente entre os dias 04 a 17, ocorreu em Formosa, em Goiás, a Operação Formosa, tradicional manobra de treinamento das Forças Armadas brasileiras. Tal manobra contou com mais de 3000 militares entre oficiais das três forças, exército, marinha e aeronáutica. Além disso, a Operação Formosa contou também com a presença em solo brasileiro de destacamentos de tropas militares de países que possuem papéis centrais na cadeia imperialista, como China, EUA e França, para treinamento em conjunto e socialização de interoperabilidade.
De maneira concreta, enquanto o Brasil necessitava da mobilização de efetivo militar e civil para conter as queimadas que o agronegócio promoveu, as Forças Armadas escolheram realizar uma manobra que poderia ser realizada em qualquer outro momento do ano, e ainda com a participação de forças estrangeiras em um território estratégico do Brasil.
É claro que foi digno de nota, durante setembro, o exército ter mobilizado alguns poucos militares para o combate aos incêndios, mas o fato se deu em apenas cinco estados brasileiros e com operações que não possuíam nem o mesmo contingente da Operação Formosa, nem a mesma quantidade e equipamento, para, assim, combater os mais de 80 mil pontos de focos de incêndios espalhados por todo o Brasil no período.
Ao invés de mobilizar as tropas para resolver os problemas que afetam efetivamente a possibilidade de futuro da classe trabalhadora, o que foi realizado foi apenas mais uma das operações que abriu o território nacional para forças militares estrangeiras imperialistas.
A resolução para os incêndios criminosos passa necessariamente pela responsabilização do agronegócio e pela contratação de mais servidores ambientais e fortalecimento de instituições de proteção como Ibama e ICMBio. Soma-se a isso, a responsabilização do Estado brasileiro pela omissão criminosa durante essa catástrofe ambiental. As Forças Armadas também são cúmplices pela tragédia em andamento.