Célula Boituva-Iperó-Cesário Lange pela Reconstrução Revolucionária do PCB e pelo XVII Congresso Extraordinário!

Encerramos a carta afirmando que aqui os sentimentos de tristeza e desesperança já se despedem e dão lugar à alegria da luta e à força que o momento pede. Passamos assim a entender que a crise é o calor da manhã que dissipa a neblina que encobria os desvios que nos trouxeram à presente crise.

Célula Boituva-Iperó-Cesário Lange pela Reconstrução Revolucionária do PCB e pelo XVII Congresso Extraordinário!
"A trágica condução da crise pelas instâncias dirigentes (CC em âmbito nacional e CR em escala estadual) nos revelou que o que antes considerávamos como falhas a serem logo dissolvidas, tratavam-se de componentes constitutivos da forma como esse foro concebe o partido."

Em reunião realizada no dia 08 de agosto de 2023, a célula que hoje contempla as cidades de Boituva, Iperó e Cesário Lange deliberou por unanimidade a adesão ao Manifesto em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB!

Não vamos nos estender nessa nota, uma vez que os principais motivos de nossa decisão estão contemplados no documento citado acima e em demais cartas de adesão, publicadas por diversas células e núcleos Brasil afora. Mas consideramos importante apresentar questões locais.

Sentimos ao longo dos anos de existência de nossa célula que a atuação do Comitê Regional (CR) de São Paulo rivaliza com a forma partido ratificada no último congresso. Ou seja, ao invés de operar como um elo entre base e Comitê Central no sentido de promover organicamente elemento importante do centralismo democrático, acabou por alijar nossa célula da vida partidária. Em outras palavras, nossa militância não construía o partido. Como assim? Deve se perguntar o leitor. Bom... no dia a dia, em nossa prática comunista, agíamos como um grupo que admira o PCB e que toca tarefas tentando ser coerente com a linha partidária, a qual buscamos apreender através de documentos oficiais, circulares, entre outros.
Por alguma inocência/romantismo, tendemos a atribuir esses problemas a pequenos erros organizacionais que logo seriam sanados pela direção. Não obstante, mantivemos nossa disciplina revolucionária na execução das atividades, no crescimento da célula, na paulatina inserção na vida da classe trabalhadora da região em que atuamos e nas elaborações teóricas correspondentes a ela.

A trágica condução da crise pelas instâncias dirigentes (CC em âmbito nacional e CR em escala estadual) nos revelou que o que antes considerávamos como falhas a serem logo dissolvidas, tratavam-se de componentes constitutivos da forma como esse foro concebe o partido. Assim, a ausência — ao arrepio das resoluções congressuais — de espaços em que se viabilizariam as disputas internas fundamentais a qualquer partido revolucionário não se trata de erro, mas de parte do modus operandi que certa parcela de dirigentes adota como oficial. (Há de se pontuar que os problemas locais que citamos aqui não advém da atuação individual de assistente A ou B, como insinua famoso membro do CR numa tentativa de esquivar da análise as questões de fundo da crise).

As consequências dessas práticas são inúmeras, pois as opressões típicas de nossa sociedade encontram nelas terreno fértil para fincar suas raízes. Aqui destacamos duas decorrências, congruentes, dessas práticas: a transformação de militantes de base em meros cumpridores de tarefa; e a proteção a abusadores e assediadores entre nossa militância e nos órgãos de direção.

Como indicado acima, não temos qualquer condição de — como insistem demagogicamente alguns dirigentes — fazer a luta interna, pois eles próprios a impedem. Desse modo, nos colocamos com toda convicção, e agora, sim, como construtores e formuladores, como célula integrante da luta aprofundamento da Reconstrução Revolucionária do Partido Comunista Brasileiro!

Encerramos a carta afirmando que aqui os sentimentos de tristeza e desesperança já se despedem e dão lugar à alegria da luta e à força que o momento pede. Passamos assim a entender que a crise é o calor da manhã que dissipa a neblina que encobria os desvios que nos trouxeram à presente crise.

Um forte abraço, camaradas!

Venceremos!