Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 69

Os rebeldes Houthis do Iêmen têm atacado navios ligados ao sionismo através do Estreito de Bab el-Mandeb, que liga o Mar Vermelho ao Oceano Índico – o terceiro maior ponto de circulação de embarques de petróleo no mundo, depois dos estreitos de Ormuz e de Malaca.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 69
Navio apreendido pelos Houthis iemenitas ancorado próximo ao porto iemenita.

RESISTÊNCIA IEMENITA CONTINUA ATAQUES A NAVIOS LIGADOS AO SIONISMO NO MAR VERMELHO

A Resistência Iemenita assumiu na quinta-feira (14) a responsabilidade por um ataque a um navio de carga que viajava no estreito do Mar Vermelho, por onde passa parte significativa da navegação mundial. Um porta-voz da resistência disse que o navio cargueiro Maersk Gibraltar foi “alvo de um drone e o ataque foi direto”.

Acrescentou que o ataque ocorreu depois de a tripulação do navio “se recusar a responder aos apelos das forças navais iemenitas” e que se destinava a ser uma retaliação pela “opressão do povo palestino”.

Em resposta ao genocídio israelense contra as crianças de Gaza, após a ofensiva do Hamas em 7 de outubro, os rebeldes Houthis do Iêmen têm atacado navios que navegam através do estratégico Estreito de Bab el-Mandeb, que liga o Mar Vermelho ao Oceano Índico – o terceiro maior ponto de circulação de embarques de petróleo no mundo, depois dos estreitos de Ormuz e de Malaca.

Mais de seis milhões de barris passam por ali todos os dias, principalmente a caminho da Europa.

Desde o início dos massacres da ocupação sionista em Gaza, a resistência iemenita atingiu locais sionistas com mísseis balísticos e drones.

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou na semana passada que Washington estava em conversações com “outros países” sobre a formação de uma “força-tarefa marítima para garantir a passagem segura de navios no Mar Vermelho”, mas não deu mais detalhes.

A força-tarefa da coligação de Washington de 12 nações envolveria navios de guerra de pelo menos quatro países: os EUA, a França, o Reino Unido e Israel.

A resposta do Irã à escalada dos EUA foi declarada pelo Ministro da Defesa, Mohammad Reza Ashtiani, que alertou que uma força-tarefa multinacional apoiada pelos Estados Unidos para proteger o transporte marítimo no Mar Vermelho enfrentaria “problemas extraordinários”.

‘NÚMEROS DE MORTES ANUNCIADOS PELA OCUPAÇÃO SÃO IRREAIS’

Abu Ubaida, porta-voz da Resistência Palestina, disse na sexta-feira que os combatentes da Al-Qassam conseguiram atingir mais de 100 veículos militares sionistas nos últimos 5 dias.

Abu Ubaida acrescentou – num discurso gravado transmitido pela emissora catari Al Jazeera – “Nossos mujahidin são corajosos e travam batalhas heroicas que serão imortalizadas nas páginas da história”, observando que estão a combater uma força fortemente armada com armas letais, equipamento e munição e apoiado por aeronaves.

Ele afirmou que os combatentes da resistência usaram projéteis antiblindados e demoliram casas nas cabeças dos soldados sionistas, apontando que “o inimigo usa mercenários durante a sua operação, que afirma ser uma guerra pela existência”.

Continua que “a administração americana está operando suas pontes aéreas para apoiar esta ocupação como se estivesse combatendo uma superpotência”, sublinhando que o povo palestino ainda está a travar esta batalha sem precedentes desde o início da Tempestade Al-Aqsa, há 70 dias.

O porta-voz de Al-Qassam enfatizou que “nossos mujahidin ainda estão no gatilho e à espreita do inimigo em todos os lugares” e que “o confronto de nossos mujahidin com as forças inimigas revelou que exército fraco e covarde ele é”.

Abu Ubaida sublinhou que o número de mortos e feridos que o exército de ocupação anuncia oficialmente é irreal, e que “o que vemos se desintegrando é o exército do inimigo, não as Brigadas Al-Qassam”.

Ele explicou que “os testemunhos e relatos de nossos mujahidin sobre a morte de soldados inimigos documentam muitas vezes o número anunciado de mortos”.

Abu Ubaida apelou a “todos os homens e combatentes livres da nossa nação para intensificarem a ação no terreno contra o inimigo em todas as frentes”, observando que “o dever agora é levantar-se, revoltar-se e boicotar a ocupação com todas as formas de resistência.”

INVERNO AGRAVA SOFRIMENTO DO POVO PALESTINO, ESPECIALMENTE NAS ÁREAS DE DESLOCAMENTO

A área está exposta à fome e à propagação de doenças infecciosas, bem há anemia entre as crianças.

A Frente Popular pela Libertação da Palestina alertou para uma grave fome que o povo palestino enfrenta em Gaza, especialmente nas províncias ao norte da Faixa de Gaza e no campo de Jabalia em particular, como resultado do sufocante cerco sionista, dos intensos bombardeios e do fracasso da ajuda humanitária em chegar ao local durante semanas.

A Frente considera que o criminoso inimigo sionista continua impondo a fome contra o povo em Gaza sitiada, especialmente no norte, junto ao seu bombardeio brutal e a guerra devastadora, à luz das condições humanitárias catastróficas, sem precedentes na história moderna, resultado da destruição total da infraestrutura de saúde e do ataque e destruição de hospitais.

Isto levou a um colapso abrangente no sistema de saúde e à propagação da anemia e desnutrição entre crianças, bem como de doenças infecciosas, tal qual hepatite e tuberculose, e infecções gastrointestinais, como disenteria e diarreia, especialmente entre as milhares de pessoas deslocadas que estão alocadas em estreitas áreas geográficas inadequadas para habitação, sobretudo nas províncias centrais e de Rafah, devido à falta de medicamentos, à poluição da água e à falta de água potável.

Os centros de saúde, limitados a poucos centros pequenos afiliados à UNRWA, não fornecem o nível mínimo de cuidados de saúde e medicamentos, isso para não mencionar as graves repercussões das condições meteorológicas e do clima frio, devido à falta de barracas protegidas da chuva, a falta de cobertores reforçados ​​e roupas de inverno para grande parte deles.

A Frente assinala que o povo palestino, à luz deste sofrimento contínuo, da sistemática guerra sionista de fome e da fome da comunidade internacional, está à beira de uma catástrofe real e sem precedentes, que exige a rápida introdução de ajuda nas regiões sitiadas, a reabilitação do sistema de saúde e a introdução de medicamentos, equipes e suprimentos médicos necessários para monitorar as condições de saúde do nosso povo, especialmente nos centros de abrigo e nas tendas dos deslocados espalhados.

A Frente concluiu a sua declaração responsabilizando totalmente as organizações internacionais, principalmente as Nações Unidas, pelos resultados da deterioração das condições humanitárias na Faixa de Gaza e da guerra de fome levada a cabo pela ocupação de todo um povo, e da sua incapacidade até agora para impor a entrada de ajuda humanitária e alimentar e medicamentos necessários ao nosso povo à luz da agressão contínua.