Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 167

É preciso retornar a liderança palestina ao caminho certo, rasgar os Acordos de Oslo e suas concessões de segurança e políticas e interromper todas as formas de cooperação com a ocupação sionista, bem como todas as formas de perseguição e prisão política.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 167
Franco-atiradores das Brigadas Al-Quds, braço armado da Jihad Islâmica Palestina.

O Bureau Político da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) se reuniu para discutir o desenvolvimento das agressões e as condições de batalha nos níveis palestino, árabe e internacional. A reunião começou com uma saudação de orgulho, dignidade e bravura aos combatentes palestinos enquanto proferiam seus discursos, elogiando a resistência lendária de várias organizações do nosso povo diante do holocausto sionista, sem precedentes em sua barbárie e selvageria.

O Bureau Político observou as mudanças relativas e significativas na opinião pública internacional, com a Palestina ocupando um lugar de destaque na arena internacional, além do movimento e das negociações políticas internacionais, exercendo uma pressão real sobre os países do mundo, especialmente os ocidentais. Apesar das mudanças superficiais no discurso americano, o apoio dos Estados Unidos à guerra genocida como instrumento militar para alcançar sua visão política ainda está em vigor e continua sendo um componente essencial da agressão.

Alerta-se sobre as manobras americanas promovidas pelo seu secretário de Estado e seus enviados à região, tentando propagá-las aproveitando a situação de cooperação árabe oficial com eles, e a fraqueza na reação popular árabe à guerra genocida e à conspiração para liquidar a presença palestina. Também alerta sobre a periculosidade do conteúdo do documento americano chamado de “Dia Seguinte”, que visa eliminar a resistência na Faixa de Gaza e impor um acordo baseado na normalização árabe abrangente com o inimigo sionista, passando por cima dos direitos palestinos sob o pretexto de um plano americano para um Estado palestino ilusório, sem  representação palestina e reconfigurado de acordo com os padrões americanos.

Considera-se que o envolvimento americano na crise humanitária na Faixa de Gaza, ao anunciar o projeto do cais marítimo e a ponte ligando a costa da Faixa de Gaza a este cais, é uma parte inseparável do projeto americano para criar uma estrutura para impor uma tutela internacional e criar uma administração submissa em Gaza, que opere sob os ditames da ocupação e em cooperação com ela, como uma porta de entrada para excluir qualquer representação palestina genuína e substituí-la por uma formação criada nos Estados Unidos.

A FPLP rejeita determinadamente este projeto e reitera a importância de construir uma posição unificada das organizações contra ele, especialmente neste momento em que se sobrepõe à visão da instituição militar e de segurança do inimigo sobre o controle militar da Faixa de Gaza, e busca formar uma administração colaboracionista, na qual o inimigo conta com atrair algumas das organizações locais e personalidades.

O Bureau pediu a alguns governos árabes que não cooperem com este projeto, que também carrega um projeto de deslocamento de nosso povo, bem como de sua separação do contexto árabe, através da criação de uma alternativa à fronteira de Rafah. Isso expressa uma parceria entre os regimes árabes com o inimigo sionista, o que prejudica ambos a causa palestina e os interesses estratégicos do Egito, com uma imersão intencional de alguns regimes na cumplicidade e na incapacidade de enfrentamento.

Alerta-se para o conflito dentro do comando da guerra sionista e as vozes que surgiram de militares e ex-conselheiros militares de que Israel está a caminho de uma derrota estratégica devido à falta de uma plano político para sair e resolver Gaza, e que todos dentro da entidade concordam que uma tempestade devastadora varrerá o cenário dentro da entidade, após o início da investigação sobre o fiasco do sétimo de outubro, e os resultados da guerra contra a Faixa de Gaza, e o futuro dessa batalha para a entidade e sua existência, exigindo que seja transformado em uma carta palestina vitoriosa para aprofundar e expandir o confronto com essa entidade sionista.

É necessário buscar uma posição palestina unificada contra o inimigo, impedindo que qualquer organização ou elemento palestino a monopolize, e permitindo a criação de uma frente de resistência nacional contra o inimigo. Isso exige responder a sua iniciativa contínua em busca de consenso nacional e construir uma ponte entre as divergências entre todas as forças palestinas, e impedir que o inimigo se beneficie delas, abrindo a porta para os riscos de impor uma tutela de segurança árabe na Faixa de Gaza.

Diante desses riscos, pede-se que se abandone o delírio das apostas erradas e das políticas individuais sem sentido, que criam atritos e contendas políticas mesquinhas, e desviam o conflito de seu norte principal contra o inimigo sionista. Isso nos leva a insistir nacional e objetivamente na formulação de uma visão política unificada levada por uma liderança de emergência nacional temporária, elevando ao nível das angústias enfrentadas pelo nosso povo resistente diante dos massacres diários, da fome, do assentamento e das agressões em toda a extensão da terra palestina. É preciso retornar a liderança palestina ao caminho certo, rasgar os Acordos de Oslo e suas concessões de segurança e políticas e interromper todas as formas de cooperação com a ocupação sionista, bem como todas as formas de perseguição e prisão política.

Há um consenso palestino sobre a prioridade de dar um fim à agressão, realizar uma troca de prisioneiros e permitir o retorno dos deslocados às suas casas e áreas das quais foram expulsos. O regime terrorista sionista tem trabalhado para impedir o cessar-fogo e o fim do massacre sistemático, adiando repetidamente os acordos com novas exigências. Isso ocorre porque sua aposta e objetivo são resgatar seus capturados das mãos da resistência e, em seguida, continuar a agressão por período indeterminado, aproveitando-se da fome como uma ferramenta para tentar obter nas negociações o que não conseguiu alcançar em campo militar.

É exemplar o papel da resistência firme em todas as suas organizações em Gaza, incluindo seus membros, líderes e instrumentos de luta, considerando-os como a expressão sincera do nosso projeto nacional de libertação palestino e da vontade deste povo no confronto histórico com o inimigo. Ele destacou a extensão da resistência e a mobilização de todos os seus poderes na Cisjordânia ocupada, e a possibilidade de sua expansão tanto no aspecto militar quanto de massas, de modo a enfraquecer o inimigo, desmantelar suas forças e desestabilizar seus planos, projetos coloniais e racistas de assentamento.

Toda a admiração e orgulho pela resistência lendária dos prisioneiros palestinos nas prisões da ocupação, liderados pelo camarada secretário-geral Ahmad Sa’adat, que enfrentam com uma vontade de ferro a campanha sionista furiosa que se intensificou após o 7 de outubro. Ele reafirmou a responsabilidade das instituições internacionais, em particular da Cruz Vermelha, em revelar o destino de um grande número de prisioneiros sequestrados da Faixa de Gaza.

Ao final de seu comunicado, o Bureau Político reafirmou sua confiança na vitória e na coragem da resistência e da firmeza dos combatentes, capazes, em última análise, de enfraquecer e expulsar o inimigo. Não importa o quanto o inimigo planeje manter suas forças de ocupação em Gaza, os ataques contra essas forças nunca cessarão. Isso acontece enquanto a resistência do Hezbollah continua atacando de forma implacável, com ataques e reações mais severas e contundentes. De mesma forma há a contínua resistência do Iêmen, de seu exército e dos combatentes iraquianos contra o inimigo e seus aliados, com a perspectiva de um envolvimento mais amplo e de missões significativas para enfraquecer o inimigo sionista-americano e, futuramente, expandir o alcance da batalha à medida que ela se amplia e se desenvolve.

O Bureau Político, conclui expressando o seu apreço pelas posições russa, chinesa e argelina ao rejeitar o projeto de resolução americano apresentado ao Conselho de Segurança da ONU, que visa legitimar politicamente a agressão e a limpeza étnica, concedendo à guerra uma nova oportunidade em vez de ser interrompida.

Glória aos mártires e liberdade aos heróis prisioneiros.

A vitória, com certeza, é aliada do nosso povo.

RESISTÊNCIA CONTRA FORÇAS ISRAELENSES: OPERAÇÕES DE HOJE

Em uma série coordenada de ações, grupos de resistência continuaram seus ataques contra forças dos Estados Unidos e Israel hoje. As operações envolveram diversas organizações, cada uma executando ações específicas.

As operações da Brigada Al-Qassam incluíram o uso de foguetes Yassin 105 para alvejar veículos blindados da IDF, além da destruição de túneis e confrontos intensos nas proximidades do Hospital Al-Shifa em Gaza.

Por sua vez, as Brigadas Al-Quds bombardearam concentrações de soldados da IDF e se envolveram em confrontos a oeste da Cidade de Gaza. As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa também atacaram veículos blindados das IDF e combateram as forças inimigas em áreas residenciais.

As Forças do Mártir Omar Al-Qasim lançaram granadas de morteiro em Abu Mutibaq, a leste da região central.

Além disso, o Hezbollah lançou ataques coordenados em vários assentamentos israelenses. Eles visaram uma força israelense nos quartéis de Zarit, utilizando de artilharia, e atacaram uma posição de inteligência militar no assentamento de Metulla, resultando em baixas inimigas. Além disso, bombardearam o local de Al-Malikiyah com artilharia e alvejaram um prédio usado por soldados das IDF no assentamento, usando armas apropriadas. Outros dois edifícios, nos assentamentos de Avivim e Netua, que abrigavam soldados israelenses, também foram alvejados com armas apropriadas. O assentamento de Shlomi foi alvo de foguetes disparados pelo Hezbollah. Além disso, um prédio usado por soldados israelenses em Zarit e outros dois em Ramot Naftali foram atingidos com foguetes.

FPLP: EXECUÇÕES DE CIVIS DESARMADOS EM KHAN YUNIS SÃO PARTE DA LIMPEZA ÉTNICA CONTRA O POVO PALESTINO

A FPLP afirma que as imagens transmitidas pela Al Jazeera, mostrando um ataque de um drone sionista que matou 4 civis palestinos desarmados na área de Al Sika, na cidade de Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza, representam um novo crime adicionado à ficha criminal do regime sionista.

A continuação da máquina de guerra sionista em cometer os crimes mais hediondos, sem precedentes na história, contra todo um povo na Faixa de Gaza não são incidentes isolados, mas são planejados e derivam da doutrina sionista, racista e criminosa. As cenas desses civis sendo mortos a sangue frio confirmam a existência de uma intenção premeditada e uma determinação para matar o maior número possível de membros de nosso povo na Faixa de Gaza, no contexto de uma guerra genocida e limpeza étnica travada contra o povo palestino.

Não é surpreendente o que o inimigo sionista está fazendo contra o povo palestino. O que é surpreendente é que esses crimes estão sendo cometidos diante das telas de TV e à vista do mundo inteiro, que não se moveu nem tomou medidas decisivas para deter os terríveis crimes sionistas.

A FPLP concluiu seu comunicado reafirmando que esses crimes não prescrevem, e nosso povo não perdoará o inimigo sionista, seus cúmplices e os que se omitem. Apelou para a necessidade de documentar e encaminhar essas cenas terríveis ao Tribunal Penal Internacional (TPI), considerando-as como uma das evidências contundentes e documentadas do cometimento, por parte deste inimigo fascista e racista, de uma guerra de genocídio sionista contra nosso povo na Faixa de Gaza, com o apoio dos EUA e do Ocidente, e com a conivência das instituições internacionais.