Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 121

O Brasil assume a liderança da Combined Task Force 151, destinada ao “combate à pirataria” no Mar Vermelho, em um momento de crescente ofensiva da aliança liderada pelos EUA e países do Ocidente ao Iêmen.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 121
Guarda-costeira iemenita durante patrulha no Mar Vermelho. Reprodução: Khaled Ziad / AFP.

RESISTÊNCIA CONTRA FORÇAS ISRAELENSES: OPERAÇÕES DE HOJE

Em mais um dia marcado por intensos confrontos, as forças de resistência realizaram uma série de operações contra as forças dos Estados Unidos e de Israel em várias áreas estratégicas.

As Brigadas Al-Qassam, ligadas ao movimento Hamas, anunciaram a destruição parcial de três tanques Merkava-3, três tanques Merkava-4 e um bulldozer militar D9 em diferentes zonas de combate ao longo da Faixa de Gaza. Além disso, relataram o sucesso em abater um soldado das Forças de Defesa de Israel (IDF) na área industrial a sudoeste da Cidade de Gaza. Uma emboscada com sucesso também foi realizada contra um grupo de soldados das IDF, usando um projétil antifortificação.

As Brigadas Al-Quds, afiliadas à Jihad Islâmica, realizaram uma emboscada bem-sucedida no eixo oeste de Khan Yunis, resultando na morte confirmada de dois soldados das IDF e vários feridos. Confrontos acirrados também foram relatados nos eixos oeste e sudoeste de Khan Yunis.

As Brigadas Al-Aqsa, associadas ao Fatah, engajaram-se em combates intensos com as forças da IDF nos eixos oeste de Khan Yunis e da Cidade de Gaza. O uso de metralhadoras e armas apropriadas foi destacado, incluindo o bombardeio de soldados israelenses e veículos com morteiros na zona industrial a oeste da Cidade de Gaza.

Estas forças reportaram enfrentamentos intensos no centro da cidade e nos arredores do bairro Al-Amal em Khan Yunis. Também houve confrontos na rotatória de Abu Mazen e na área das chalés a oeste da Cidade de Gaza, resultando em mortes e ferimentos.

Em operação conjunta com as Brigadas Al-Qassam, as Brigadas Mujahidin alvejaram veículos militares e soldados na área leste de Khan Yunis. Dentre as ações, destacam-se o ataque ao posto militar de Fajjah com uma salva de foguetes, a destruição de um tanque Merkava em Gaza, e confrontos acirrados nos eixos oeste da Cidade de Gaza.

O Hezbollah conduziu seis operações, alvejando locais estratégicos, edifícios e soldados israelenses em resposta aos ataques contra civis. Alvos incluíram o local Al-Marj, o assentamento Manara e locais nas fazendas ocupadas de Shebaa.

A Resistência Islâmica no Iraque atacou a base dos Estados Unidos no campo de petróleo de al-Omar, na Síria, utilizando um drone kamikaze Shahed-101.

Vale ressaltar que essa lista não inclui os foguetes lançados de Gaza em direção aos assentamentos. A situação na região permanece tensa, com as forças de resistência demonstrando determinação em confrontar as forças estrangeiras presentes na área.

MARINHA DO BRASIL ASSUME COMANDO DE FORÇA TAREFA IMPERIALISTA NO MAR VERMELHO

A Marinha do Brasil assumiu, pela terceira vez, o comando da Combined Task Force (CTF) 151, destinada ao “combate à pirataria” no Mar Vermelho. A cerimônia de assunção de comando ocorreu no Bahrein, e o contra-almirante brasileiro Antônio Braz de Souza liderará a força-tarefa.

A CTF 151, composta por 16 países, é encarregada de supervisionar uma vasta área de aproximadamente oito milhões de quilômetros quadrados em águas internacionais. Essa área inclui o Golfo de Áden, a Bacia da Somália e o Mar da Arábia, locais estratégicos da circulação marítima global.

O Brasil assume a liderança em um momento de crescente ofensiva da aliança liderada pelos EUA e países do Ocidente ao Iêmen. O mandato no comando da CTF 151 pode variar de três a seis meses, e durante esse período, o Brasil concentrará esforços na ofensiva aos houthis do Iêmen.

Na noite de 9 de janeiro, a resistência iemenita disparou mísseis balísticos e navais contra um navio dos EUA que estava fornecendo apoio a Israel. O ataque foi o décimo sexto a embarcações americanas de apoio ao sionismo. No dia 11, diversas cidades iemenitas foram alvo de graves bombardeios provenientes das forças militares dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, com participação da Austrália, Países Baixos, Bahrain e Canadá na ofensiva.

Desde a data, a ofensiva no Iêmen revelou-se uma clara retaliação aos laços de solidariedade do Iêmen com o povo palestino. Os países agressores justificam seus ataques com alegações infundadas de ameaças à “liberdade de navegação”, em uma das rotas mais movimentadas do mundo. A esse esforço sionista de prolongar e ampliar a guerra contra o povo palestino se une agora o Brasil.

ONU ESCOLHE EX-MINISTRA DA FRANÇA PARA INVESTIGAR A UNRWA

A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta segunda-feira (5) que Catherine Colonna, ex-ministra das Relações Exteriores da França, liderará a equipe de auditoria para investigar a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA). A agência enfrenta acusações sionistas de envolvimento de funcionários nos ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023.

De acordo com o G1, Colonna deve liderar o trabalho do grupo de investigação, composto pelos Institutos Raoul Wallenberg (Suécia), Chr. Michelsen (Noruega) e Instituto Dinamarquês de Direitos Humanos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que um relatório preliminar será apresentado até o final de março, com um relatório definitivo público previsto até o final de abril.

A ação ocorre no contexto em que os principais financiadores da UNRWA se utilizaram das acusações sionistas para suspender o financiamento da agência – lista de Estados que inclui Alemanha, EUA, Austrália, Japão, Itália, Holanda, Canadá, Finlândia, Suíça e Reino Unido. Na contramão desse boicote, a Espanha anunciou uma contribuição adicional de 3,5 milhões de euros e Portugal anunciou uma doação de 1 milhão de euros. Os ministros das Relações Exteriores de ambos os países enfatizaram a gravidade de se cortar o financiamento do auxílio à população palestina neste momento.