Amapá: Em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB!

"Fica claro e se torna preocupante para nós a pouca importância que o PCB vêm dando a uma região que, cada vez mais, vêm se tornando um centro de disputas e avanço brutal do capital imperialista"

Amapá: Em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB!
"A superação das formas de trabalho artesanais que o PCB apresenta se torna, a cada dia, um obstáculo mais claro para a construção de um instrumento de vanguarda nessas condições"

Nota Política do PCB-RR e UJC Amapá

O PCB e UJC Amapá, após extenso debate em plenária unificada, deliberou em unanimidade a necessidade de adesão do XVII congresso extraordinário do Partido Comunista Brasileiro!

Camaradas, tendo em vista o sufocamento do debate interno, a atual onda de perseguições, expurgos e do respeito às diferentes posições no PCB e, especialmente, no Comitê Central (CC), que nas últimas semanas expulsou camaradas como Ana Karen, Ivan Pinheiro, Jones Manoel, Gabriel Landi e Gabriel Lazzari, bem como a proibição e exclusão inicial do debate por parte da base, coletivos e UJC, exclusão essa já conhecida pela região norte, o PCB e a UJC no Amapá decidiram conjuntamente se somar à construção do XVII Congresso Extraordinário com o horizonte de prosseguir e aprofundar nossa Reconstrução Revolucionária.

Acreditamos que esta seja a decisão correta a se tomar, pois o PCB vêm apresentando limites claros em sua concepção enquanto partido revolucionário, o que fica mais claro ao observarmos uma das questões principais da atual cisão provocada pelo CC e alguns Comitê Regionais (CRs), o cerceamento do debate e os limites estreitos a que podem ser feitos. Tais problemas de concepção organizacional, que não favorece o livre debate interno e força seus militantes a atuar em uma lógica grupelhos para assegurar que suas contribuições serão ouvidas, expõem a falta de espaço para a construção de um maior acúmulo coletivo sobre os problemas mais candentes de uma organização revolucionária.

Tais dificuldades se refletem em muito em nossas organizações ao nível estadual, a falta de profissionalização do trabalho, de troca de experiências, de comunicação interna, o cinismo e a falta de balanço crítico de nossas ações e as tentativas de tocar as tarefas colocadas como prioritárias pelo partido sem qualquer consideração acerca das diferentes realidades locais, especialmente do norte do país, foram fatores que pesaram muito nesta decisão. Todos esses fatores pesam para uma dificuldade enorme dos nossos militantes de tocarem mesmo as tarefas mais básicas de nossas organizações, com uma sobrecarga enorme que têm quebrado muitos de nós e pouco contribui para nosso avanço efetivo.

A falta de interesse e diálogo que o atual Comitê Central vem demonstrando para com a base e classe trabalhadora nortista, classe composta entre outros por trabalhadores do campo, indígenas e ribeirinhos nos faz refletir nas palavras de ordem que com tanto orgulho reproduzimos “de norte a sul, e no país inteiro”. Isso fica ainda mais claro quando observamos o completo abandono que o CC tem atuado junto ao CR do Amapá, onde nossa reorganização, que vêm desde 2021, não teria recebido qualquer suporte se não fosse por uma camarada com uma ligação histórica com o partido no estado, e mesmo naquela situação não havia efetivamente os meios de comunicação internos de qualquer forma para além da comunicação individual desta conosco. Após a saída desta do Comitê Central, perdemos completamente o contato com o CC novamente e, se a bem da verdade, nossa organização foi insuficiente para levar adiante o CR do PCB naquele momento, a retomada de contato com o CC e a nomeação de uma nova assistência foi conseguida somente às duras penas e sob muita insistência da militância do estado. Após isso, percebe-se enquanto organização estadual o constante abandono e falta de interesse na comunicação por parte do atual comitê central, na falta do rapasse de circulares e documentos essenciais, mesmo estes sendo solicitados exaustivamente.

Assim, para nós, fica claro e se torna preocupante para nós, a pouca importância que o PCB vêm dando a uma região que, cada vez mais, vêm se tornando um centro de disputas e avanço brutal do capital imperialista, seja pelo domínio de empresas estrangeiras sobre nossas terras, o avanço do agronegócio, da mineração ilegal, construção de barragens ou tentativas de impor extrações de petróleo sem qualquer garantia de segurança aos povos atingidos. Tudo isso, é claro, não acontece sem uma boa dose de violência típica do capitalismo brasileiro, que toca uma verdadeira guerra civil contra a classe trabalhadora, os povos indígenas, ribeirinhos, camponeses e quilombolas.

Nas regiões urbanas a situação também não é melhor, no Amapá, temos uma das maiores taxas (quando não, a maior) de mortes violentas e de pessoas mortas sob a violência policial; pouquíssimo alcance de saneamento básico nas áreas periféricas; um sistema de saúde extremamente sucateado; e até mesmo o acesso à energia é precário e frágil, mesmo sendo o segundo menor estado em população e sendo um dos estados que mais produz energia para o país, como prova o apagão de novembro de 2020, que deixou profundas sequelas na classe trabalhadora amapaense e, até hoje, segue sendo uma realidade em algumas comunidades e áreas.

A superação das formas de trabalho artesanais que o PCB apresenta se torna, a cada dia, um obstáculo mais claro para a construção de um instrumento de vanguarda nessas condições, nesse sentido é importante até mesmo um balanço e um estudo mais claro acerca das condições que entravaram o desenvolvimento da Reconstrução Revolucionária do PCB no estado até 2019, quando o CR foi dissolvido por ter seus dirigentes ocupando cargos na prefeitura de Clécio Luís. Antes disso, o partido teve um Vereador, expulso por ajudar na construção da Rede Sustentabilidade e que fez parte do CC; apoiou a candidatura de um grande apoiador do avanço do Agronegócio no Amapá, o atual senador Lucas Barreto, em 2010; além da inserção quase nula nas lutas da classe trabalhadora.

A reconstrução da UJC — a partir de 2019 —, e do partido — a partir de 2021 — tentaram apontar para um sentido diferente e uma construção revolucionária, no entanto, por estarem muito baseadas nas posições do próprio PCB a nível nacional, de alianças com o PSOL e de construção de frentes e alianças que, na prática, nos colocam em posição de reboquismo à estas forças já demonstraram seu limite há muito tempo e sem qualquer balanço de nossas organizações, muitas vezes por uma falta de questionamento crítico acerca dessas práticas por realmente acreditarmos que o PCB nos apontava um caminho revolucionário.

O discurso meramente academicista e sem trabalho de base, atrelado a não compreensão das especificidades da classe trabalhadora nortista que é constantemente reduzido a regionalismo, nos fazem perceber a necessidade urgente da proletarização do partido e aproximação da base, que virá somente através da reconstrução revolucionária do partido. Rememoramos o protagonismo histórico do Norte e do povo amazônida na revolução popular cabana, atrelado a constante luta por visibilidade e reivindicamos o retorno dos olhares e ouvidos a classe trabalhadora brasileira.

Assim, estamos vindo a público mostrar que longe de nos pintarmos enquanto militantes e dirigentes isentos de erros e contradições, pretendemos avançar na superação destes limites, no qual a abertura ao debate e à troca de experiências, que a verdadeira Reconstrução Revolucionária do partido deve ter, nos aponta um horizonte, ao contrário da atual casta de burocratas que vicejam hoje em seus postos no Comitê Central. Por isso, em reunião conjunta de militantes de base e dirigentes de PCB e UJC neste dia 06 de agosto (domingo), cuja ampla maioria destes estavam presentes, foi deliberado de maneira unânime pela adesão ao PCB-RR e pela construção imediata do XVII Congresso Extraordinário para a continuidade e aprofundamento da nossa Reconstrução Revolucionária.

EM DEFESA DA CONVOCAÇÃO DO XVII CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO DO PCB, COM A PARTICIPAÇÃO DOS COLETIVOS PARTIDÁRIOS!

EM DEFESA DA REINTEGRAÇÃO DOS CAMARADAS FRAUDULENTAMENTE EXPULSOS E PERSEGUIDOS!

EM DEFESA DO GIRO OPERÁRIO E POPULAR DO PCB!

PARA COMBATER A CONCENTRAÇÃO LOCAL, CONSTRUIR A JUVENTUDE NACIONAL!

EM DEFESA DA RECONSTRUÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO!

O PARTIDO SOMOS NÓS!