02 de julho: Retomar as lutas populares e construir a Revolução Socialista

No dia 2 de Julho, comemora-se um marco crucial na história da luta do povo baiano: a batalha pela independência da Bahia. Para as e os comunistas essa data é um momento chave para reafirmar a história de lutas e resistência, principalmente das/os trabalhadores/as, povos negros e indígenas.

02 de julho: Retomar as lutas populares e construir a Revolução Socialista

Nota política do Comitê Regional do PCBR na Bahia

No dia 2 de Julho, comemora-se um marco crucial na história da luta do povo baiano: a batalha pela independência da Bahia. Para as e os comunistas essa data é um momento chave para reafirmar a história de lutas e resistência, principalmente das/os trabalhadores/as, povos negros e indígenas que abrigam e abrigavam o território, a exemplo das lutas quilombolas e as Revolta dos Búzios, Sabinada e dos Malês. O Cortejo do 2 de Julho representa um momento em que trabalhadores de todo o estado se unem para reivindicar seus direitos contra as imposições das classes dominantes.

É crucial lembrar o feito histórico que representou a independência do domínio colonial português e refletir sobre como precisamos lutar contra nossos atuais algozes: a burguesia.

Não é mais novidade que vivemos em um momento marcado pelo avanço do neoliberalismo e um constante ataque aos direitos da classe trabalhadora, encabeçados a nível estadual e nacional pelo PT. O governo de frente ampla de Lula e Alckmin, têm laboratórios estaduais progressos, como na Bahia, no qual as alianças políticas sempre foram marcadas pelo projeto de conciliação de classes, garantindo a manutenção do petismo na máquina estatal em troca da direção econômica ser ditada pelos interesses das oligarquias baianas e da burguesia transnacional.

Jerônimo Rodrigues (PT), como era esperado, está seguindo o mesmo receituário dos governos petistas anteriores, que apesar de mostrarem - se como uma alternativa, tem grandes semelhanças com os governos carlistas. As perdas para os/as trabalhadores/as ao longo desses 17 anos se deram em diferentes âmbitos, com a perseguição ao funcionalismo público, Reforma da Previdência Estadual com perda de direitos, precarização e encarecimento do PLANSERV, expansão hospitalar limitada e à custa de privatizações, não abertura de concurso público, privatização de estradas, fim da Cesta do Povo, militarização de escolas, restrição orçamentária para as universidades estaduais, precarização e destruição de serviços de atendimento às vítimas de violência.

Contraditoriamente os investimentos aumentaram principalmente na “Segurança Pública”, com a ampliação de tropas especiais no estado. Não é em vão que a polícia baiana encontra - se em segundo lugar no ranking daquelas que mais matam no Brasil. Somente no primeiro semestre de 2023, o Instituto Fogo Cruzado registrou 792 tiroteios com 598 mortes na capital baiana e na região metropolitana. Vivemos um extermínio orquestrado de parte da população pobre e negra das periferias, especialmente a juventude.

Por outro lado, o governador da Bahia em nenhum momento fez um enfrentamento às privatizações da Petrobrás e de empresas do Polo Petroquímico de Camaçari realizadas pelo governo Bolsonaro, se isentando de qualquer responsabilidade sobre a perda de postos de trabalho, de investimentos públicos e de capacidade industrial já instalada. Não é em vão que a Bahia está entre os Estados com o maior índice de desemprego do país, com uma taxa média de desocupação de 14,4%, ficando acima da media nacional, que foi 8,8% (IBGE).

Não podemos deixar de mencionar também o avanço predatório da mineração em várias cidades baianas, sobretudo na Chapada Diamantina, com a atuação principalmente de multinacionais canadenses e europeias. Além da ameaça de privatização do Parque Estadual de 7 Passagens. A disputa pela terra que se acirra em vários locais do estado, com avanço de setores da extrema-direita e do latifúndio sobre os sem terras, indígenas e quilombolas. Bem como, o avanço do turismo predatório e especulação imobiliária em várias regiões do estado, mas sobretudo em regiões do recôncavo. Tudo isso levando a situações como os assassinatos de Mãe Bernadete e Mestra Nêga Pataxó.

Paralelamente, a extrema-direita, que já ocupou o poder, busca se fortalecer no parlamento, tornando-o cada vez mais conservador e replica táticas já utilizadas em outros estados. Na atual conjuntura denunciamos a barbárie capitalista que promove injustiças como o genocídio da juventude negra, principalmente no estado da Bahia, a perseguição aos povos indígenas, a comunidades tradicionais, assim como às jornadas de trabalho cada vez mais exaustivas.

Devemos nos opor firmemente a esses abusos para conquistarmos nossa verdadeira independência!

Diante deste cenário, é essencial que as e os trabalhadores ergam suas bandeiras e promovam suas agendas como alternativas indispensáveis para transformações profundas no país. Na Bahia, enfrentamos um governo petista que, apesar de seu histórico, adota políticas alinhadas aos interesses do latifúndio e da burguesia, perpetuando práticas inaceitáveis na política institucional.

Essa conjuntura demanda uma mobilização contínua para que as demandas populares sejam atendidas e as mudanças sociais se efetivem. A verdadeira independência só será alcançada ao construirmos uma nova sociedade, começando pela revolução socialista.

O 2 de julho foi um marco, mas não o fim da jornada. Sigamos unidos na luta pela queda do capitalismo e pela libertação completa de nossa classe.

A verdadeira independência só se dará com a Revolução Socialista!