Nota de solidariedade à manifestantes na 15ª reunião do GCF Task Force: A farsa verde de Gladson Cameli
A manifestação pacífica organizada pelos movimentos sociais era a única forma encontrada de expor as contradições de um evento que é propagandeado como espaço de debate a respeito do clima.
O Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), vem a público manifestar solidariedade com as/os manifestantes vítimas de violência a mando do governador Gladson Cameli (PP), hoje (23/05) no Teatro da Universidade Federal do Acre, na ocasião do 15ª reunião do GCF Task Force.
A manifestação pacífica organizada pelos movimentos sociais era a única forma encontrada de expor as contradições de um evento que é propagandeado como espaço de debate a respeito do clima, reúne representantes internacionais e empresas, enquanto os movimentos sociais e povos tradicionais ficam de fora excluídos, demonstrando como o discurso de desenvolvimento sustentável vem sendo utilizado para maquiar a forma mais antiga de subordinação, o imperialismo.
Sabemos que o governo do Acre impulsiona a destruição da floresta em nome do “desenvolvimento sustentável”. A política ambiental no Estado tem sido moldada para atender aos interesses do agronegócio, principalmente, a expansão da soja.
Essa expansão da agricultura propagandeada como sucesso, que tem elevado os índices de exportação e colocado o estado numa posição de destaque, é, contudo, a base de muita devastação ambiental e insalubridade para a população. Em 2024, vivemos mais de três meses respirando fumaça tóxica, resultado direto do avanço da devastação na região da AMACRO.
Ao mesmo tempo, o governo articula a entrega das florestas ao mercado internacional de carbono, sem consulta ou diálogo com os povos da floresta. A COP 30 está sendo usada como vitrine para a privatização de territórios sob o rótulo de “sustentabilidade”. A proposta de repassar áreas da floresta para empresas como Amazon e Bayer não é uma solução: é mais uma forma de colonização, agora com discursos verdes.
Como se não bastasse, o projeto da rodovia Cruzeiro do Sul a Pucallpa (Peru) que ameaça cortar a Serra do Divisor e diversas Terras Indígenas, avança com apoio do governo estadual e federal. Essa estrada representa mais um ataque direto à biodiversidade e aos povos originários, sob a justificativa de facilitar exportações do agro.
Gladson Cameli, atual governador do Acre e presidente desse evento da força-tarefa, busca se apresentar como liderança nas discussões sobre o clima, para conseguir financiamento dos acordos de caborno, mas seu mandato é marcado por retrocessos socioambientais profundos. Seus discursos não podem servir de cortina de fumaça para esconder a realidade: desmatamento em alta e direitos violados.
Repudiamos a truculência utilizada contra a militância presente na manifestação pacífica o que incluiu chutes, pontapés e mata-leão que gerou lesão grave em um dos manifestante. Rechaçamos as fake news disseminadas pela imprensa chapa branca e por pessoas ligadas ao governo de que os manifestantes estariam armados visando agredir o governador assim como a tentativa de falsificar os fatos colocando a agressão policial como um confronto entre iguais: manifestantes e seguranças para acobertar a violência praticada pelo aparato de segurança a serviço do governo.
Também rechaçamos a tentativa de criminalização, de nossa militância e de ativistas independentes, pelo governo Estadual que através de suas redes oficiais declara guerra e perseguição a todas e todos que estiveram presentes na manifestação.
NÃO AO ESVERDEAMENTO DO CAPITALISMO!
FLORESTA NÃO É MERCADORIA!
PELO FIM DO MARCO TEMPORAL E DO PL DA DEVASTAÇÃO!
PELO FIM DO LATIFÚNDIO!
PELO FIM DO AGRONEGÓCIO!
PELA NACIONALIZAÇÃO DAS TERRAS!
