Moção em solidariedade ao povo palestino - Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil
Exigimos o rompimento de todas as relações comerciais que os bancos públicos e privados mantém com empresas e instituições ligadas direta ou indiretamente ao massacre palestino, em particular o Banco do Brasil.
Por iniciativa do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) aprovamos uma moção em solidariedade ao povo palestino no 34º Congresso Nacional dos funcionários do Banco do Brasil.
Mas o que o genocídio na Palestina tem a ver com os Bancários? Leia a moção à seguir:
Há mais de 75 anos o povo palestino está sujeito a um violento regime de apartheid, com bombardeios constantes, deslocamentos forçados, prisões políticas, torturas e assassinatos contínuos promovidos pela ocupação colonial do Estado genocida de Israel.
Desde outubro passado, o Estado racista de Israel matou 36.439 palestinos e deixou 82 mil feridos em continuidade ao projeto de limpeza étnica da Palestina ocupada. A mais recente agressão do sionismo incendiou tendas de desalojados em Rafah, onde bombas e mísseis estadunidenses atingiram milhares de palestinos, queimando seus corpos e sua terra, em áreas consideradas pelo próprio exército de extermínio israelense como seguras. Esta nova fase da Nakba (palavra árabe que signifca “catástrofe” ou “tragédia” e designa o êxodo palestino de 1948 quando pelo menos 711.000 árabes palestinos fugiram ou foram expulsos de seus lares) é praticada com o aval da comunidade internacional, inerte frente aos seus cúmplices imperialistas.
Diante desse triste cenário, vozes de resistência ecoam pelo mundo em protestos que reúnem centenas de milhares de pessoas em defesa do povo palestino, muitas duramente reprimidas e censuradas.
O Estado sionista e sua máquina de propaganda, amparada nos grandes veículos da imprensa capitalista, tentam manipular a opinião pública de modo a fazer crer que qualquer crítica à violência desproporcional usada por Israel seja considerada discurso anti-semita, numa tentativa absurda e ilógica de justifcar a barbárie praticada por esse estado como consequência do sofrimento causado aos judeus durante o holocausto do regime nazista. Defender a causa do povo palestino e apontar os inúmeros crimes do Estado sionista, de modo algum signifca pregar ódio aos judeus ou negar o martírio desse povo, fato que se comprova pela volumosa e crescente reação de parte expressiva da comunidade judaica contra a política de guerra de Benjamin Netanyahu, e contra a própria ocupação colonial.
Em meio ao genocídio em curso, as forças armadas brasileiras compraram R$1 bilhão em armas dos sionistas, justifcando a posição do Brasil como quinto maior importador de armamento bélico de Israel. São as mesmas armas e tanques de guerra testados em mártires palestinos que hoje massacram jovens no Brasil, como a recente Operação Escudo na baixada santista de São Paulo que deixou 56 mortos, os quais se somam às inúmeras vítimas da letalidade policial em nosso país. No mesmo sentido, o encarceramento em massa no Brasil alcançou novo patamar, com 839 mil presos, dos quais mais de 40% são presos provisórios, números que tendem a aumentar face à iniciativa neoliberal de privatização dos presídios.
Assim, o Estado Brasileiro fnancia o genocídio em gaza enquanto executa sua própria política de morte contra as populações indígenas, negra, e pobre em solo brasileiro com as armas e treinamento militar importados de Israel. Todo esse dinheiro sujo de sangue passa pelas entranhas do sistema fnanceiro e enriquece os capitalistas que lucram com o genocídio.
Desta forma, nós, trabalhadores e trabalhadoras do Banco do Brasil, reunidos em nosso 34º Congresso Nacional, exigimos o rompimento imediato de relações diplomáticas, econômicas , militares, culturais e institucionais de qualquer natureza do Brasil com o Estado genocida de Israel. Conclamamos os bancários de todo o Brasil e do mundo a denunciar a utilização do sistema fnanceiro como ferramenta do genocídio e lucro, às custas da exploração, do sangue e das vidas dos milhares de palestinos martirizados.
Compreendemos como um avanço todas as iniciativas de estados nacionais que se esforçam para denunciar os crimes cometidos por Israel, pelo socorro e auxílio às vítimas do genocídio e em busca do cessar fogo imediato.
Exigimos o rompimento de todas as relações comerciais que os bancos públicos e privados mantém com empresas e instituições ligadas direta ou indiretamente ao massacre palestino, em particular o Banco do Brasil.
Reivindicamos, por fm, um cessar-fogo imediato incondicional, e nos posicionamos em solidariedade ao povo palestino em sua luta contra a ocupação sionista. Por uma Palestina livre, do rio ao mar.
34º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil