Em ascensão dos atos pró-Palestina no Japão, a polícia reacionária japonesa prende e intimida os militantes anti-guerra frente à embaixada de Israel

Para além de pedir o fim do ataque à Faixa de Gaza, os trabalhadores japoneses pediam pelo impeachment de Kishida Fumio, atual Primeiro-ministro do país, também atual presidente do Partido Liberal Democrata, partido conservador, reacionário e chauvinista.

Em ascensão dos atos pró-Palestina no Japão, a polícia reacionária japonesa prende e intimida os militantes anti-guerra frente à embaixada de Israel
"O que não contava o governo e a polícia japonesa é que isso não pararia e não vai parar a Zengakuren, seus grupos ligados a ela e toda a classe trabalhadora japonesa que luta pelo fim da guerra e de toda a forma de opressão."

Por Liang Henrique

Na sexta-feira, dia 20, trabalhadores e movimentos populares e estudantis foram às ruas no Japão pedir pelo fim do ataque do Estado colonialista e fascista de Israel contra a Faixa de Gaza. O ato ocorreu frente à embaixada de Israel, em Tóquio.

Para além de pedir o fim do ataque à Faixa de Gaza, os trabalhadores japoneses pediam pelo impeachment de Kishida Fumio, atual Primeiro-ministro do país, também atual presidente do Partido Liberal Democrata, partido conservador, reacionário e chauvinista.

O ato em frente à Embaixada de Israel foi protagonizado principalmente pela Zengakuren, em tradução, a Federação Japonesa das Associações Autônomas de Estudantes. Como os trabalhadores e estudantes no ato estavam completamente cercados pelos policiais que vinham tentando interromper o ato, um militante da Zengakuren e também ligado ao grupo Chūkaku-ha - Liga Comunista Revolucionária, Comitê Nacional - foi preso injustamente num ato totalmente covarde da polícia depois dele esbarrar sua bandeira contra um dos policiais que os cercavam. A desculpa que a polícia dá para a sua prisão é que ele cometeu a “obstrução do serviço público”.

Nas imagens acima, retirada de um vídeo gravado em meio ao ato, demonstra o momento exato em que o militante ligado à Zengakuren é jogado ao chão e é levado para outro lugar pelos policiais.

Em outro momento do mesmo ato, um outro militante ligado à Zengakuren tentou, em forma de protesto, entrar forçosamente na Embaixada de Israel e também foi preso imediatamente com a mesma desculpa de “obstrução do serviço público”.

Protesto contra as prisões injustas dos dois militantes da Zengakuren, realizado na frente do Departamento de Polícia Metropolitana, em Kojimachi, distrito de Chiyoda, Tóquio.

Já no próximo dia, 21/10, sábado, reivindicado pelos japoneses como o Dia Internacional Anti-Guerra, a classe trabalhadora ao lado dos estudantes estariam já de novo nas ruas contra o genocídio de Israel contra a Palestina, também pelo fim da guerra Rússia x Ucrânia (-OTAN).

Manifestação em Shinjuku.

Os atos do Dia Internacional Anti-Guerra aconteceram em todo o Japão, inclusive com a participação de trabalhadores e estudantes estrangeiros que atualmente moram no país.

Manifestação em Okinawa.

Trabalhadores de Okinawa também fizeram uma manifestação em frente à base militar White Beach, uma das 119 bases militares estadunidenses que existem em todo o Japão.

Apesar do sucesso dos atos em todo o Japão, no dia 25, quarta-feira, a Divisão de Segurança Pública da Polícia Metropolitana de Tóquio realizou uma “busca” - ou melhor, invasão - em um dos comitês de base da Chūkaku-ha, localizado em Matsumae, no distrito de Edogawa, por conta dos atos e das prisões do dia 20. Não há outra forma de enxergar esses atos, a polícia de Tóquio ligada ao Primeiro-ministro Kishida Fumio claramente estão tentando apavorar os militantes em atos covardes como esses, prendendo e invadindo seus comitês de base para que eles encerrem de uma vez por todas os protestos anti-guerra a favor da Palestina e pelo fim do atual governo japonês.

Foto do momento em que a polícia entra no comitê dos militantes da Chūkaku-ha. Um vídeo desse momento pode ser visto nesse perfil do twitter: https://twitter.com/RihitoPhysicist/status/1717507154863952177

O que não contava o governo e a polícia japonesa é que isso não pararia e não vai parar a Zengakuren, seus grupos ligados a ela e toda a classe trabalhadora japonesa que luta pelo fim da guerra e de toda a forma de opressão. No mesmo dia em que a polícia realiza a invasão, a Zengakuren marca um ato para o dia seguinte, 26, quinta-feira, em frente novamente à Embaixada de Israel e a Delegacia de Polícia de Kojimachi. E também marca um ato para o dia 28, nos mesmos lugares.

Antes mesmo de começar o ato do dia 26, a polícia já havia cercado todo o ambiente em volta da Embaixada e da Delegacia. Policiais também intimidaram pessoas que pareciam estar ligados a Zengakuren.

Diversas pessoas foram detidas por protestar frente à Embaixada de Israel no dia 26.

Como estava marcado, no dia 28, sábado, os trabalhadores e estudantes ao lado dos comunistas apareceram de novo em frente aos locais pelo fim da guerra, em solidariedade à Palestina e pela libertação dos militantes injustamente presos.

Os atos em solidariedade à Palestina e pelo fim do Estado colonialista e fascista de Israel crescem a cada dia em todo o mundo, não há como impedir a solidariedade internacionalista entre os oprimidos e o avanço da organização para derrubar os opressores. No Japão, apesar do que a polícia vem fazendo, os trabalhadores, os estudantes e as organizações populares não irão parar e vão continuar realizando atos em solidariedade nos próximos dias, para que do rio ao mar, a Palestina seja verdadeiramente livre!