Diretoria da APEOESP dá golpe em assembleia para impedir greve dos professores
Repudiamos a forma condenável que a diretoria da APEOESP realizou o papel desmobilizador de auxiliar ao governo e aos patrões, fragilizando a luta da categoria.
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Nota política da Fração dos Trabalhadores da Educação de São Paulo
Os professores da educação estadual se mobilizaram em ampla assembleia de seu sindicato, APEOESP, neste dia 26/04, na Praça da República. O clima geral da categoria é de indignação e revolta contra a precarização da profissão, que vem em um contexto de grave ofensiva burguesa contra os mínimos orçamentários estadual e federal da Educação, manutenção do Novo Ensino Médio (incluindo a “contratação por notório saber” que fragiliza a categoria), a inserção de ferramentas híbridas de ensino, que vão de encontro ao direito constitucional de liberdade de cátedra e ao recente anúncio de que há a previsão de se privatizar a gestão administrativa das escolas estaduais. A categoria acumula ainda, outros problemas de ordem política-administrativa, é o caso do não repasse do valor arrecadado pelo Estado ao INSS, que obriga professores a entrarem com processo particular para receberem o que é por Lei, seu direito.
Porém, a diretoria da APEOESP, composta majoritariamente pelo PT, com apoio de uma frente ampla de correntes do PSOL e a fração academicista do PCB, atropelou o processo democrático da Plenária, coibindo falas da oposição e realizando uma confusa votação contra a greve, em prol de uma “greve dos aplicativos”, que já demonstrou sua ineficiência ao ser aplicada no Estado do Paraná, visto que, na prática, é um boicote pouco ordenado e individual à uma plataforma digital, na qual é impossível construir piquetes e panfletagens, enfraquecendo a unidade da greve, permitindo ação livre dos fura-greve para enfraquecer a categoria e aumentar as chances de repressão aos professores que aderiram.
A próxima assembleia para discutir a greve foi marcada apenas para o final de maio, tempo que pode servir para refrear os ânimos da categoria e também concede ao governo um tempo a mais para implementar seu projeto de privatização de escolas e corte nos orçamentos.
Repudiamos a forma condenável que a diretoria da APEOESP realizou o papel desmobilizador de auxiliar ao governo e aos patrões, fragilizando a luta da categoria. Porém, não é surpresa de dirigentes que vêm articulando um 1º de Maio com a participação do próprio governador de extrema-direita do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
No próximo período, é nosso dever dedicar todos os nossos esforços para reforçar a consciência da categoria dos professores do estado de São Paulo e unificá-los para a luta contra o corte no piso constitucional da educação, contra as privatizações de escolas, as contratações temporárias, as demissões em massa, pela revogação imediata e integral do NEM e do ensino híbrido e pelo pagamento do piso salarial e do reajuste conquistados.
Também é nosso papel prestar solidariedade ativa aos trabalhadores federais da educação, que iniciaram um amplo e já vitorioso processo de greve e mobilização contra o reajuste zero.
Por isso, concentraremos nossos esforços para unificar a categoria e garantir as mais amplas assembleias no dia 24/05. Sem ilusões com o governo burguês, a luta organizada é a única forma de barrar os ataques aos direitos e impor novas conquistas.