Com aval do Governo Federal, gigante brasileira do TI fecha parceria com empresa bélica israelense

A Rafael Advanced desenvolve, produz, fornece e mantém uma gama de sistemas de defesa para forças navais, terrestres e aéreas em todo o mundo, incluindo Sistemas de Defesa Anti-Foguetes, faturando anualmente quase R$ 16 trilhões.

Com aval do Governo Federal, gigante brasileira do TI fecha parceria com empresa bélica israelense
Autarquia federal brasileira que atua no combate aos tristes, monopólios, etc. Foto: Jornal O Futuro

Por Redação

Há quase um ano, poucos meses depois da ofensiva sionista após a Tempestade Al-Aqsa, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE (uma autarquia federal responsável por combate aos trustes e monopólios), aprovou sem restrições, em tempo abaixo da média, a aquisição direta da empresa Stefanini Participações S.A. da totalidade do capital social total e votante detido pela empresa israelense Rafael Advanced Defense Systems Ltd.

O Grupo Stefanini atua majoritariamente no setor de Serviços de Tecnologia da Informação (TI) através de oferta de produtos, consultoria, integração e implementação e manutenção de software. Em 2023, Marco Stefanini, fundador e CEO Global do Grupo e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo Lula-Alckmin se manifestou a favor de uma reforma tributária, mas criticou o Imposto de Valor Agregado (IVA), alegando que aumentará os impostos pagos pelo seu Grupo e que quem pagará a conta será o consumidor final, aludindo que não irão abrir mão de seus lucros, mesmo com rendimento mundial anual chegando a quase R$ 6 bilhões.

Ao falar sobre o arcabouço fiscal, o bilionário não aponta diferenças entre o programa político de Paulo Guedes e de Haddad; usando os pequenos empresários como espantalho, diz que o governo deve investir em saúde, educação e segurança, mas ao mesmo tempo, critica reformas de tributação de empresas como forma do Estado angariar fundos.

O Grupo Stefanini, responsável por mais de 30 marcas em seu portfólio, também atua no setor público, com parcerias principalmente no sistema judiciário, vendendo sistemas e inteligência artificial que envolve os dados de brasileiros, sobretudo os relacionados a inquéritos.

Não suficiente, o grupo bilionário, ainda em 2023, entrou na mira do Ministério Público do Trabalho por ter coagido cerca de 200 funcionários terceirizados a pedir demissão após a Prodesp (companhia responsável por operar os dados do governo paulista) reduzir a quantidade dos serviços prestados pela empresa, além de não cumprir cota de contratação de PcDs. A denúncia, feita pelo Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd), conseguiu na justiça o pagamento de Participação nos Lucros e Resultados para todos os funcionários.

A gigante sionista, que possui um faturamento anual mundial de quase R$ 16 trilhões, é controlada integralmente pelo Estado colonialista de Israel. A Rafael Advanced desenvolve, produz, fornece e mantém uma gama de sistemas de defesa para forças navais, terrestres e aéreas em todo o mundo, incluindo Sistemas de Defesa Anti-Foguetes. O Grupo Rafael também atua na área de UAVs (veículos aéreos não tripulados) por meio de sua coligada Aeronautics Defense Systems. Fora da Palestina ocupada, a empresa sionista possui subsidiárias em todo Oriente Médio, Europa e Américas; no Brasil, suas subsidiárias são a STR (JV) e a Rafa Latino Representação Comercial e Marketing Ltda.

O Grupo Stefanini tomou conta do capital social da STR, uma joint venture, criada em 2016 para desenvolver atividades de segurança cibernética em sistemas de comunicação. Cumprindo todo o rigor formal exigido pelas autoridades brasileiras, a Superintendente-Geral em exercício do CADE aprovou sem restrições o acordo entre as duas empresas. Isso demonstra a anuência do Brasil em estabelecer acordos políticos e econômicos com a máquina de morte israelense.

E não é um caso isolado, desde o financiamento do golpe empresarial-militar de 1964, passando por treinamento de PM, compra de armas, camburões e drones israelenses, venda de petróleo para Israel e implementação das UPPs (baseadas nos checkpoints na Palestina Ocupada) durante o governo Dilma, até o acordo recente entre o exército brasileiro e a Elbit Systems e Israel Aerospace Industries, o Brasil segue firme no financiamento do genocídio, apartheid e limpeza étnica contra o povo palestino.

Desde a ofensiva sionista após a Tempestade Al-Aqsa, Israel já assassinou brasileiros em Gaza e no Líbano; embargou a saída dos brasileiros depois do 7 de outubro, mantendo os cidadãos do Brasil como reféns; além de ameaças aos embaixadores brasileiros no exterior e ao próprio Presidente Lula; recentemente o ódio sionista se voltou contra a advogada brasileira Maira Pinheiro que ingressou ação na Justiça brasileira contra soldado israelense genocida que contou com a ajuda da Embaixada israelense no Brasil e apoio da família Bolsonaro.

Diante disso, as manifestações e comitês de solidariedade espalhados pelo Brasil, e pelo mundo, compostos por integrantes da comunidade palestina em diáspora e apoiadores da libertação nacional palestina, comprovam-se um importante contraponto e disputa política na sociedade. As denúncias feitas evidenciam a ligação umbilical do imperialismo com a opressão de povos inteiros, onde monopólios concentram e centralizam cada vez mais capital, e têm seus interesses saciados por projetos políticos colonialistas, como o sionismo, e a anuência de repúblicas burguesas liberais, como a do Brasil.