Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 87

A vice-liderança do Bureau Político do Hamas e fundador das Brigadas Mártires Izz El-Din Al-Qassam, Sheikh Saleh Al-Arouri, foi martirizado aos 57 anos de idade num ataque sionista em Dahye, Beirute, Líbano. Pelo menos outras duas pessoas foram martirizadas na explosão.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 87
A vice-liderança do Hamas, Sheikh Saleh Al-Arouri.

RESISTÊNCIA SURPREENDE ÁREAS OCUPADAS COM BARRAGEM DE MÍSSEIS

Ontem à noite, as Brigadas Al-Qassam, o braço militar do Hamas, dispararam rajadas de foguetes contra as áreas da ocupação sionista, incluindo Tel Aviv. A operação constituiu uma surpresa completa para a ocupação, que pensava que a operação terrestre sionista no contexto da guerra genocida em Gaza poderia eliminar a capacidade das organizações da resistência palestina de lançar foguetes.

O jornal sionista Yedioth Ahronoth reportou que Israel comemorou o Ano Novo com uma saraivada de foguetes vindos da Faixa de Gaza, e relatos sionistas publicaram videoclipes mostrando foguetes da Al-Qassam no céu de Tel Aviv, outros clipes mostraram os danos causados por foguetes da Al-Qassam em Tel Aviv.

Desde o dia 7 de outubro, o exército de ocupação sionista tem travado uma guerra devastadora em Gaza, que até sábado deixou 21.672 mártires, a maioria deles mulheres e crianças, enquanto o número de feridos atingiu os 56.165.

RESISTÊNCIA EXPLODE TÚNEL COM SOLDADOS SIONISTAS EM EMBOSCADA

As Brigadas Al-Qassam confirmaram que explodiram hoje um túnel cheio de soldados da ocupação em Jabal Al-Rayes, leste do bairro de Al-Tuffah, na cidade de Gaza, e confirmaram que a ação deixou mortos e feridos. Anunciou também que tinha como alvo cinco veículos militares ao leste do bairro de Al-Tuffah, no meio dos contínuos bombardeios do bairro pela ocupação.

Anunciou também que os seus combatentes montaram uma emboscada apertada para uma força especial sionista numa das casas em frente à qual os veículos de ocupação estavam estacionados no campo.

A Qassam explicou que assim que os membros da força entraram na casa para descansar, seus combatentes os surpreenderam com balas e projéteis explosivos, deixando-os mortos e feridos.

Além disso, no campo de Bureij, as Brigadas Al-Qassam anunciaram que seus combatentes tinham como alvo um tanque Merkava com um projétil Yassin 105 a norte do campo.

As Brigadas Al-Quds, braço militar do Movimento da Jihad Islâmica, anunciaram que bombardearam com mísseis “Badr 1” uma reunião de soldados e veículos de ocupação ao leste do campo de Bureij.

LE FIGARO: “PROLONGADA A ESTRATÉGIA MILITAR SUICIDA DE ISRAEL”

O prolongamento da guerra em Gaza tem todas as hipóteses de aumentar a popularidade do Hamas entre a população palestina e todas as nações muçulmanas, disse Renaud Girard, colunista do jornal francês Le Figaro.

Girard questiona-se: “o governo israelense repete frequentemente que os 2 milhões de palestinos na Faixa de Gaza são reféns do Hamas (...) mas isto é razão para destruir sistematicamente as instalações e os edifícios residenciais desta terra de 365 km², habitada por 2 milhões de palestinos e sob ocupação de Israel desde 1967?”

O colunista destacou que os danos humanos e materiais (22 mil mortos) são enormes em Gaza, que a vida da população palestina, que já não tem aonde ir, tornou-se tão perigosa que é justo questionar se o governo de Benjamin Netanyahu, deliberadamente ou não, lançou seu desejo de vingança contra os residentes envoltos por cercas elétricas.

Com o fim da estratégia em que o governo israelense trabalhou, numa miserável falha de segurança em 7 de outubro de 2023, o politicamente frustrado governo israelense, que se sentia próximo da porta de saída, permitiu-se infligir punições coletivas aos palestinos, mas quando foi que a punição coletiva teve sucesso no mundo pós-Segunda Guerra Mundial? – o escritor se pergunta.

Se os três objetivos de Netanyahu – destruir o Hamas, desmilitarizar a Faixa de Gaza e erradicar o “extremismo” entre os residentes da Faixa de Gaza – parecerem legítimos após o ataque do Hamas, uma análise cuidadosa mostra que apenas o segundo objetivo pode ser alcançado, porque o exército israelense é militarmente capaz de transformar toda a região num campo desmilitarizado de ruína, pelo menos durante algum tempo.

Quanto ao Hamas, ele incorpora uma ideologia que o poder das bombas não pode confrontar, e “remover o extremismo” dos residentes da Faixa de Gaza não é evidente – como diz o escritor – quem acreditaria que os milhares de órfãos deixados para trás pelos bombardeios do exército israelense deixarão de vingar seus pais que morreram sob os escombros?

Renaud Girard concluiu que a ofensiva sionista constitui um esforço suicida para Israel e para o Ocidente que a apoia, porque a verdadeira segurança vem da harmonia dos Estados com todos os seus vizinhos. Quanto à estratégia de expulsão forçada da população que vive há séculos na Palestina, não conquistará a aceitação dos vizinhos e é a receita ideal para a guerra eterna.

Prolongar a guerra também é considerado suicida para o Ocidente porque oferece ao presidente russo, Vladimir Putin, numa bandeja de prata, um presente com que ele nunca sonhou, o que é uma prova dos padrões duplos nas lições de moral ocidentais, mobilizando assim o “Sul” em direção ao “eixo da tirania” que constitui a Rússia, o Irã e a China.

EGITO NÃO PARTICIPARÁ DA ALIANÇA DOS EUA NO MAR VERMELHO

O Egito recusou oficialmente participar da operação liderada pelos Estados Unidos, intitulada “Guardião da Prosperidade”, que visa punir o Iêmen em resposta às operações contra navios israelenses no Mar Vermelho, conforme comunicado pelo Al Mayadeen.

Segundo informações da mídia, uma delegação do Ministério das Relações Exteriores do Egito passou ao Cairo na semana passada para discutir a possível adesão do país norte-africano à aliança marítima liderada por Washington na região do Mar Vermelho.

O jornal americano The New York Times relatou que, até o momento, o Bahrein é o único país árabe que integra a aliança, destacando a relutância de muitas nações da região em se associarem à Casa Branca nessa empreitada militar.

Diante desse cenário, o Iêmen emitiu um alerta direto aos EUA e seus aliados, sobre as consequências da militarização do Mar Vermelho, Mar Arábico e Golfo de Áden. O país expressou preocupações sobre os possíveis danos à segurança da navegação internacional ao longo dessas rotas comerciais cruciais, tudo em troca de garantir o transporte de mercadorias para Israel.

ISRAEL MATA DIRIGENTE DO HAMAS EM BEIRUTE, LÍBANO

A vice-liderança do Bureau Político do Hamas e fundador das Brigadas Mártires Izz El-Din Al-Qassam, Sheikh Saleh Al-Arouri, ascendeu ao martírio aos 57 anos de idade num assassinato covarde sionista em Dahye, Beirute, Líbano. Pelo menos outras duas pessoas foram martirizadas na explosão.

Prisioneiro libertado que passou 18 anos em prisões sionistas, Al-Arouri, nascido em Arara, Ramallah, foi fundamental na união dos campos, na consolidação da crescente resistência na Cisjordânia e no estabelecimento do acordo de troca de prisioneiros de Shalit em 2011. Ele deixa um legado de desafio e resiliência, e uma influência indelével na resistência regional.