Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 515

Trump rejeita o plano do Egito para Gaza e mantém a “visão” de limpeza étnica

Washington rejeitou a proposta egípcia para o pós-guerra em Gaza apresentada pelos estados árabes em uma cúpula no Cairo nesta semana, reforçando a visão do presidente dos EUA, Donald Trump, para a expulsão dos palestinos e a tomada da região.

“A proposta atual não aborda a realidade de que Gaza é atualmente inabitável e os residentes não podem viver humanamente em um território coberto de escombros e munições não detonadas”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Brian Hughes, em um comunicado em 4 de março.

“O presidente Trump mantém sua visão de reconstruir Gaza livre do Hamas. Aguardamos ansiosamente novas conversas para trazer paz e prosperidade à região”, acrescentou a declaração.

Em uma cúpula altamente esperada no Cairo na terça-feira, os estados árabes endossaram um plano egípcio para reconstruir a Faixa de Gaza. O plano prevê que o Hamas abandone o governo de Gaza. Um rascunho detalhado do plano egípcio obtido pelo Sputnik prevê a reserva de US$ 53 bilhões para reconstruir a Faixa e a formação de um comitê para administrá-la por seis meses em sua preparação para o retorno da Autoridade Palestina (AP).

Como parte do plano egípcio, uma conferência internacional para a reconstrução de Gaza no Cairo será realizada no final deste mês. Ao mesmo tempo, será criado um fundo fiduciário para receber contribuições das nações doadoras. A minuta do plano acrescentou que “a implementação da reconstrução requer arranjos para a governança de transição e o fornecimento de segurança de uma forma que preserve as perspectivas de uma solução de dois estados”.

O plano egípcio prevê que a fase inicial de recuperação durará seis meses e exigirá US$ 3 bilhões, enquanto a primeira fase de reconstrução durará dois anos e custará US$ 20 bilhões. A segunda fase de reconstrução deve durar dois anos e meio e custar US$ 30 bilhões.

A proposta do Egito rejeita categoricamente qualquer deslocamento de palestinos. O Hamas saudou o plano em uma declaração na quarta-feira.

Trump anunciou em fevereiro que Washington pretende assumir o controle de Gaza e expulsar seus residentes. Ele afirmou que a iniciativa se esforça para encontrar um local mais seguro para os palestinos, enquanto as equipes internacionais de desenvolvimento se encarregam da reconstrução da faixa agredida e sitiada.

O presidente disse que seu plano visa transformar Gaza em uma “Rivera do Oriente Médio”.

Desde então, ele voltou atrás, afirmando no final de fevereiro que não deseja impor o plano pela força, mas que o recomendará.

Trump disse durante um discurso no Congresso na terça-feira, “estamos trazendo de volta nossos reféns de Gaza” - não fazendo nenhuma outra referência ao cessar-fogo em Gaza ou ao seu plano para a região.

Israel tem impedido que o cessar-fogo avance para a segunda fase e, segundo informações, está fazendo planos para retomar a guerra em Gaza.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 35 mártires e 10 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 48.440 e 111.845 feridos desde o 7 de outubro.