Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 45

As condições para crianças detentas pioraram após 7 de outubro: são inúmeros os relatos de medidas retaliatórias afetando condições básicas à sobrevivência: comida, água, eletricidade e cuidados médicos.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 45
Soldados israelenses em posição durante operações em Gaza, em 13 de novembro de 2023. Reprodução: Israeli Defense Forces via REUTERS

Criminalização, tortura e negação do direito à infância: cresce a violência de Israel sobre crianças palestinas

Crianças em vilarejos, campos de refugiados e próximas a zonas militares enfrentam condições horríveis durante detenções realizadas pelas forças sionistas. Casos desoladores incluem um menino de 3 anos mantido como refém para forçar a rendição de seu pai. Famílias relatam trauma psicológico duradouro. Autoridades israelenses recorrem a explosões de portas das residências palestinas e agressões a membros das famílias durante operações.

As condições para crianças detentas pioraram após 7 de outubro: são inúmeros os relatos de medidas retaliatórias afetando condições básicas à sobrevivência: comida, água, eletricidade e cuidados médicos. Em muitos casos, as crianças liberadas das prisões relatam que presos adultos são obrigados a jejuar para garantir alimento suficiente aos mais novos.

Em Israel, crianças palestinas são presas diariamente e julgadas por tribunal militar.

O crime de detenção administrativa contra crianças aumentou ao longo de dois anos. 26 crianças de 17 a 18 anos foram alvo de tiros e aprisionamento, apesar de estarem feridas. Compartilhe isso para destacar a situação dessas jovens vidas.

Em vídeo de emissora estatal, crianças israelenses cantam que irão “aniquilar todos” em Gaza

O Middle East Eye informou na segunda-feira que a emissora pública de Israel publicou um videoclipe estreado por grupo de crianças prometendo "aniquilar todos" em Gaza. O vídeo intitulado "Canção da Amizade 2023", foi postado pela Kan News durante o último final de semana, e apresenta letras nacionalistas coescritas pelo ativista Ofer Rosenbaum.

O trecho do vídeo que causou ampla indignação nas redes sociais mostra seis meninas israelenses cantando: "As Forças de Defesa de Israel cruzam a fronteira para eliminar os portadores da suástica", "os eliminaremos todos" e "mostraremos ao mundo como destruímos nossos inimigos".

Rosenbaum é presidente do Civil Front, um movimento criado para "restaurar a confiança dos cidadãos israelenses nas forças de segurança do estado", segundo o Jerusalém Post. Ele também foi responsável pela realização uma campanha de outdoors, no mês passado, em todo território ocupado por Israel, retratando os líderes de várias organizações palestinas sendo derrotados e capturados pelo exército israelense.

Através de sua empresa de relações-públicas, Rosenbaum Communications, ele esteve envolvido em uma campanha para evitar a extradição de Malka Leifer, uma mulher israelense-australiana acusada de envolvimento em abusos sexuais de crianças em uma escola religiosa em Victoria. Rosenbaum posteriormente afirmou que foi um "equivoco" ter apoiado Leifer, que foi deportada e condenada a 15 anos de prisão.

Após acusações de que a música defende o genocídio palestino, o vídeo foi removido do site e das contas de redes sociais da Kan sem declarações sobre o ocorrido.

Os conflitos no Líbano não param de escalar

Quatro pessoas foram mortas na terça-feira, incluindo o líder do Hamas, Khalil Kharaz, e seu filho de 15 anos, em um bombardeio sionista a um carro no sul do Líbano. O incidente foi precedido por um ataque aéreo que matou quatro libaneses, incluindo a correspondente Farah Omar  e o cinegrafista Rabieh Al-Meemari da emissora Al Mayadeen, que noticiou a morte de sua equipe em comunicado oficial.

Os últimos assassinatos se somam ao de pelo menos 60 repórteres e trabalhadores da mídia que foram mortos durante os 45 dias de ataques sionistas à Gaza e ao sul do Líbano, conforme o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, grupo destinado à defesa da liberdade de imprensa. A grande maioria dos jornalistas mortos são palestinos na sitiada Faixa de Gaza.

Nos últimos dias, as hostilidades crescem ao longo da fronteira norte de Israel, como destacado em um artigo intitulado "Escalada gradual ao longo da fronteira Israel-Líbano traz risco de uma guerra maior", publicado pelo Washington Post:

"No sábado, jatos israelenses atacaram uma fábrica de alumínio na cidade libanesa de Nabatieh, 19 quilômetros ao norte da fronteira, bem além da zona tradicional considerada aceitável para fogo retaliatório por ambos os lados."

O artigo destaca que "ambos os lados começaram a usar armas mais letais", com Israel "agora enviando regularmente jatos de combate para atacar alvos do Hezbollah, enquanto o Hezbollah está implantando drones e mísseis de calibre mais pesado”.

Resistência Libanesa realiza operações contra o exército de ocupação na fronteira entre o Líbano e a Palestina

No setor leste, a resistência:

- Alvejou com precisão o quartel de Zebdine, atingindo-o diretamente.
- Atacou a infantaria do exército sionista no Triângulo de Taihat com foguetes, causando baixas.
- Utilizou três drones de ataque para atingir soldados da ocupação a oeste de Kiryat Shmona, obtendo acertos diretos.
- Alvejou soldados da ocupação a oeste de Kiryat Shmona com projéteis de artilharia, resultando em acertos diretos.

No setor oeste:

- Atacou o quartel Branit, centro de comando da Divisão 91, com dois mísseis Burkan.
- Repetiu o ataque ao quartel Branit com dois mísseis Burkan adicionais.
- Atacou a infantaria israelense ao redor da região de Al-Dhahira com projéteis de artilharia, obtendo acertos diretos.
- Alvejou a infantaria da ocupação na colina Karantina, perto de Hadb Yaroun, com armas apropriadas.

Segundo a própria Resistência Libanesa, tais operações demonstraram uma vez mais a resposta eficaz às forças de ocupação, destacando sua resiliência e capacidade de confrontar o inimigo.

Família do prisioneiro Walid Daqqah faz apelo urgente

Na segunda-feira, 20 de novembro de 2023, foi realizada uma audiência para a libertação de Walid Daqqah no chamado Supremo Tribunal. A família de Walid, contudo, acredita que o pedido de liberdade será negado.

Walid participou da audiência através da plataforma Zoom. No entanto, as autoridades da ocupação negaram a ele o direito de consultar seu advogado ou realizar uma chamada telefônica. Apesar de ter cumprido sua sentença em 24 de março de 2023, e de ter sido priorizado no primeiro processo de troca de prisioneiros, a libertação de Walid ainda é incerta.

A família exige que as autoridades da ocupação sionista libertem Walid imediatamente, especialmente levando em conta que ele faz parte da lista de prisioneiros gravemente adoecidos e ressaltam que mantêm esperança por sua liberdade iminente. A liberdade de Walid, e outros tantos palestinos presos em condições análogas, deve ser uma das palavras de ordem prioritárias nas manifestações internacionalmente.

Cresce a onda de massacres sionista nas prisões de Israel

Os prisioneiros estão enfrentando violências sem precedentes nas prisões da ocupação sionista, semelhante às atrocidades em Gaza e na Cisjordânia. O silêncio da comunidade internacional segue sendo cúmplice da tragédia.

Desde 7 de outubro, uma campanha implacável de repressão, liderada pelo criminoso de guerra Itamar Ben-Gvir, Ministro da Segurança Nacional de Israel, resultou no martírio de cinco prisioneiros. Roupas de inverno, colchões e itens essenciais são confiscados, colocando em risco a vida de dezenas de prisioneiros doentes, enquanto a grande mídia burguesa segue em silêncio.

É necessário que as instituições internacionais, especialmente da Cruz Vermelha, enviem comissões para inspecionar as condições nas prisões, documentar atrocidades e levar esses crimes à atenção não apenas do Tribunal Penal Internacional, mas dos povos do mundo inteiro.

O momento exige solidariedade firme, continua e urgente. O mundo deve se unir contra essa a guerra genocida no movimento prisional, bem como toda barbárie promovida por Israel sobre as vidas palestinas. Quando o grito de justiça se fizer escutar em todo o mundo,  a resistência palestina prevalecerá e os prisioneiros serão livres.