Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 44

A FPLP enfatizou a relação dos atos de maus-tratos em Gaza e na Cisjordânia e denunciou as instituições internacionais por sua evidente cumplicidade. O movimento promete priorizar a libertação de todos os prisioneiros, desafiando os crimes sionistas em curso.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 44
Pacientes e refugiados lotam os corredores do Hospital Al-Shifa em Gaza. Reprodução: AFP

Crise de saúde nas prisões sionistas

As instituições representativas de prisioneiros políticos têm expressado profunda preocupação em relação a recente transferência do prisioneiro de 62 anos, Walid Daqqah, que sofre de um raro câncer de medula óssea. Walid será transferido da Clínica Prisional de Ramala para a notória prisão Gilboa, em Bisan ocupada. Essa mudança gera riscos significativos e preocupações em relação ao bem-estar.

A obstrução por parte da administração prisional às visitas de advogados, restrições às equipes legais e a prevenção de monitoramento por instituições especializadas, exacerbam os riscos enfrentados por Walid Daqqah e centenas de outros prisioneiros doentes e feridos. A falta de tratamento necessário e a deterioração de suas condições de saúde são alarmantes, especialmente após anos de negligência médica.

Após 38 anos de detenção, a saúde de Walid Daqqah deteriorou-se enormemente. Enfrentando fome e medidas retaliatórias, incluindo a redução das porções das refeições, Walid, juntamente com outros prisioneiros doentes, é privado da nutrição necessária e adequada. Prisioneiros doentes suportaram décadas de morte lenta devido ao tratamento tardio. Abusos recentes e torturas, parte de crimes retaliatórios coletivos, representam uma ameaça às suas vidas.

As instituições apelam ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha para agir imediatamente, visitar os prisioneiros doentes e garantir que recebam tratamento necessário.  A comunidade global deve continuar levantando suas vozes contra as injustiças enfrentadas pelos prisioneiros, exigindo sua libertação e autodeterminação palestina.

Comissão de Assuntos de Prisioneiros e Ex-Prisioneiros expõe condições de saúde críticas de 14 prisioneiros na Clínica Prisional de Ramla

Segundo a Comissão, 14 detentos, incluindo paraplégicos e portadores de doenças crônicas, necessitam urgentemente de atendimento médico. As condições graves dos pacientes, juntamente com violações médicas contínuas, os tornam vulneráveis a mais doenças.

A administração prisional da ocupação segue negligenciando seus direitos, ignorando deliberadamente suas necessidades de saúde, aumentando seu sofrimento.

A Comissão divulgou o nome dos prisioneiros em condição crítica, são eles: Mansour Moqada, Mu'tasim Raddad, Iyad Radwan, Samer Abu Diak, Noor Jarbou, Asif Rifai, Walid Daqqah, Bashar Za'arour, Ali Abu Keshk, Asid Saleh, Mustafa Waqed, Abu Zaid Radaida, Mohammed Taqatqa, e Ra'fat Fanouna.

Prisioneiros têm sido executados sumariamente por Israel

A Frente Popular para a Libertação da Palestina, em pronunciamento, lamentou a perda de Thaer Abu Asab, herói da libertação palestina, que estava detido em Nablus. A FPLP denunciou  forças sionistas, responsáveis pela execução de Thaer em uma prisão da ocupação, além de ter condenado a execução sistemática de prisioneiros, relacionando-a com a legislação proposta no Knesset (assembleia legislativa de Israel).

A FPLP enfatizou a relação dos atos de maus-tratos em Gaza e na Cisjordânia e denunciou as instituições internacionais por sua evidente cumplicidade. O movimento promete priorizar a libertação de todos os prisioneiros, desafiando os crimes sionistas em curso.

Gabinete de Mídia do Governo em Gaza compartilha o impacto devastador da atual agres​são israelense

Total de mártires: mais de 13 mil, destes: 5.500 crianças, 3.500 mulheres, 201 profissionais de saúde, 22 membros da Defesa Civil, 60 jornalistas.

Desaparecidos: mais 6 mil, sendo 4mil crianças e mulheres.

Feridos: 30 mil, 75% destes são crianças e mulheres.

Dados sobre hospitais e centros de saúde:

  • 25 hospitais e 52 centros de saúde estão fora de serviço e 55 ambulâncias foram atingidas.
  • O Hospital Al-Shifa foi transformado em uma vala comum para os milhares de mortos.
  • Há demanda urgente pela abertura da fronteira de Rafah para permitir a entrada de combustível para os hospitais.

Locais religiosos:

  • 83 mesquitas foram completamente destruídas e 166 parcialmente destruídas.
  • 3 igrejas foram atingidas.

Instalações Governamentais:

  • 97 sedes destruídas.

Educação:

  • 262 escolas foram destruídas e 65 estão fora de serviço.

Unidades residenciais:

  • 43 mil residências foram completamente destruídas e 225 mil foram parcialmente danificadas. Aproximadamente 60% das unidades residenciais da Faixa de Gaza foram afetadas, seja totalmente destruídas ou inadequadas para habitação.

Até agora ocorreram mais de 1,330 massacres.

Além disso, o Ministério da Saúde se pronunciou especificamente sobre o Hospital Indonésio, onde as forças da ocupação estão exigindo evacuação. Os trabalhadores da saúde denunciam que o objetivo sionista é esvaziar a área de itens essenciais à vida dos pacientes e refugiados que estão hoje no local. Foram reportados também bombardeios nas proximidades do Hospital Indonésio, além a aproximação de tanques e nova leva de feridos pelos ataques aéreos de Israel.

Panorama atual na Cisjordânia

Agressões contínuas estão em curso nas cidades da Cisjordânia, como parte dos planos da ocupação sionista de despejo e aniquilação da resistência e do povo palestino.

Até então, as táticas utilizadas pelas forças sionistas consistiram em:

1. Incursões contínuas em Jenin, Nablus, Tulkarem e assentamentos de refugiados.
2. Sabotagem a infraestrutura das cidades e estradas que as conectam
3. Bombardeios aéreos brutais
4. Ações de prisão intensificadas.
5. Demolição de casas.
6. Multidões de colonos sionistas cometendo crimes contra palestinos

A partir de tais ações, é evidente que os objetivos sionistas são:

• Migração forçada.
• Impor a necessidade de rendição à resistência palestina na Cisjordânia.
• Evitar uma repetição da experiência de Gaza.

Dado tal panorâma, a resistência na Cisjordânia aponta para a necessidade dos palestinos de pegar em armas e formar comitês de proteção para sua defesa, mas também para dar respostas à violência sionista. Além disso apelam às Forças de Segurança locais, geridas pela Autoridade Palestina na região, a se juntarem à resistência, em uma posição política unificada, capaz de promover coesão, disciplina e firmeza.

Atualizações sobre as operações da Resistência Libanesa contra as forças de ocupação na fronteira entre Líbano e Palestina no último dia 19

Setor Leste:

1. Alvejada a região de Al-Marj durante manutenção, causando vítimas diversas.
2. Alvejada a concentração de uma ocupação pessoal e veículos perto de Metulla, causando vítimas diversas.
3. Alvejado o quartel Yfitah e Al-Malikiyah, causando vítimas diversas.
4. Alvejada a região de al-Abad com mísseis guiados, atingindo equipamento técnico e causando ataques diretos.
5. Alvejados múltiplos soldados da ocupação próxima de Al-Marj, dos quartéis Ramim e Hounin, obtendo baixas confirmadas.

Setor Oeste:

1. Alvejada a região de Al-Dhaira e Al-Jarda, obtendo ataques diretos
2. Alvejados soldados de ocupação no novo centro de comando desenvolvido em Jal al-Alam, obtendo baixas confirmadas.
3. Alvejada a região de Ramia, obtendo resultados diretos.
4. Alvejadas posições ocupadas e emboscadas em Khallet Warda, obtendo ataques diretos.
5. Alvejada a região de Hanita, conseguindo ataques diretos.
6. Alvejada a região de Jal al-Alam e arredores com mísseis e artilharia, causando ataques diretos.

O comunicado emitido pela Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) em 19 de novembro de 2023, destacou desenvolvimentos significativos no conflito em curso, especialmente nas ações da resistência iemenita.

Segue um resumo dos principais pontos:

1. Resistência Iemenita assumiu controle de navio sionista:

A resistência iemenita assume com sucesso o controle de um navio sionista no Golfo, cumprindo sua promessa de atacar tais navios no Mar Vermelho. Essa ação é uma resposta direta à contínua agressão sionista à Faixa de Gaza.

2. Tempestade Al-Aqsa entra em nova fase:

O sucesso da resistência iemenita marca um ponto de virada na batalha da Inundação de Al-Aqsa, simbolizando o retorno da luta ao seu lugar e cenário natural.

3. Cresce o Eixo da Resistência:

As resistências iemenita, libanesa e iraquiana expressam apoio à resistência palestina em Gaza, empunhando armas desde o início da agressão sionista.

4. Mensagens direcionadas ao inimigo sionista:

As ações da resistência enviam mensagens claras ao inimigo sionista e seus aliados, afirmando que a entrada sionista é proibida na região. Terra, ar e mar foram declarados palcos para operações e respostas de resistência.

5. Orgulho do Eixo da Resistência:

A participação do Eixo da Resistência na batalha tem sido fonte de orgulho e glória para a nação árabe, a região e todos os povos livres do mundo, promovendo belas cenas de apoio à Palestina e sua resistência.

6. Fim da submissão e do silêncio:

O comunicado declarou o fim da era de submissão, silêncio, cumplicidade e conspiração. Slogans de “paz” e “coexistência”  apenas serviram à aliança estadunidense-sionista até hoje, demonstrando-se ultrapassadas pela história.

7. Mobilização global pela Palestina:

Os eventos em toda Palestina, sobretudo na Faixa de Gaza, desencadearam ampla mobilização internacional em torno da causa palestina, restaurando o entendimento sobre a necessidade de resistência e sob o lema da unidade dos campos de batalha.

O comunicado enfatizou a resistência e a determinação das forças contra os inimigos sionista e estadunidense, enquadrando o conflito em curso como um momento crucial na luta pela justiça e pelos direitos do povo palestino.

400 advogados apresentam caso à Corte Criminal Internacional contra crimes de guerra da ocupação sionista

O advogado francês Gilles Devers afirmou na quarta-feira que apresentou, juntamente com outros 400 advogados, uma queixa no Tribunal Penal Internacional (TPI) em nome das vítimas palestinas dos ataques sionistas em Gaza. Em entrevista ao canal Al-Jazeera, Gilles declarou: "Para mim, está claro que na situação da Palestina, temos todos os critérios para um caso de genocídio."

A queixa visa os contínuos crimes de guerra cometidos pelo exército sionista em Gaza, resultando na morte de mais de 13 mil pessoas, incluindo 5.500 crianças, 3.500 mulheres e ferindo outros 30 mil.

Devers lembrou que os Estados Unidos e "Israel" fizeram diversos esforços para impedir que a Palestina fosse representada no TPI, apesar de ter assinado o Estatuto de Roma em 2015.

Segundo Devers e seu grupo, Israel não fez questão alguma de esconder os indícios de genocídio, cortando alimentos e eletricidade para Gaza, atacando civis e infraestrutura civil e utilizando linguagem desumanizadora que compara as pessoas a animais."Os governos devem escolher de que lado estão, se apoiam os direitos humanos ou o genocídio. Não podem fazer discursos sobre direito internacional e direitos humanos e depois aceitar o ataque de 'Israel' sem fazer nada", afirmou o advogado.