Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 181

Conselho de Direitos Humanos da ONU adota resolução que proíbe a exportação de armas para Israel. A decisão é uma vitória, contribuindo para um maior isolamento internacional da ocupação, embora lamentavelmente o Conselho não possua qualquer meio vinculante para impor sua execução.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 181
Dia Quds é celebrado em diversos países do mundo nesta sexta-feira (5). Síria, Líbano, Jordânia, Iêmen, Omã, Bahrein, Paquistão, Malásia, Indonésia e Nigéria foram palco de grandes protestos em apoio ao povo palestino. Reprodução: redes sociais.

CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU ADOTA RESOLUÇÃO QUE PROÍBE A EXPORTAÇÃO DE ARMAS PARA A OCUPAÇÃO

A Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) acolheu com satisfação a adoção pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas de uma resolução que proíbe a exportação de armas para Israel por uma maioria de 28 votos a favor e 6 contra. Esta decisão representa uma importante vitória simbólica, contribuindo para um maior isolamento internacional da ocupação, embora lamentavelmente o Conselho não possua qualquer meio vinculante para impor a execução dessa decisão.

A Frente acrescentou: “Apesar desta decisão, solicitada pelo Paquistão em nome de muitos países, ter chegado após mais de seis meses de contínua guerra genocida, e embora não tenha qualquer viabilidade de aplicação direta, ainda é uma decisão sobre a qual se pode trabalhar para aumentar a pressão sobre a ocupação e seus fornecedores de armas para interromper este massacre contínuo contra o povo palestino na Faixa de Gaza sitiada.”

A decisão do conselho coincide com a decisão dos EUA de fornecer ao regime sionista um grande número de armas letais, incluindo milhares de bombas e equipamentos militares, aeronaves F35 e outras, o que mina a base da decisão do Conselho de Direitos Humanos, do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da Corte Internacional de Justiça.

A FPLP concluiu seu comunicado convocando os movimentos populares internacionais contínuos em cidades e capitais ao redor do mundo, bem como todas as partes internacionais envolvidas nas instituições internacionais, a continuarem pressionando para alcançar uma decisão vinculativa nos termos do Capítulo VII da Carta das Nações Unidas, que garanta o compromisso do regime sionista de cessar a agressão, levantar o cerco e permitir a entrada de ajuda humanitária sem restrições no território, e também garanta que os países sob a égide desta cláusula estejam proibidos de exportar armas para este regime sionista desviado, o mais criminoso e brutal da história.

COMUNICADO DA FPLP: CONTRA AQUELES QUE EXPLORAM O POVO PALESTINO

Enquanto o bravo povo palestino na Faixa de Gaza enfrenta uma guerra genocida sionista em todos os sentidos da palavra, levando a repercussões catastróficas e humanitárias sem precedentes e insuportáveis, refletidas em condições de vida difíceis, um estrato de mercadores da morte, agiotas e intermediários emerge. Ao invés de contribuírem para aliviar o sofrimento do povo palestino, aproveitam-se do desespero das massas para aumentar seus lucros, elevando as taxas de remessas financeiras de 2 a 3% para taxas exorbitantes de 18 a 19%.

A FPLP, diante desta grave questão que atinge o cerne da resistência palestina e agrava seu sofrimento no auge da guerra de genocídio lançada contra eles, afirma:

Embora a ocupação seja em última análise responsável pelo sofrimento do povo palestino e pelas consequências econômicas e financeiras de sua agressão abrangente, advertimos veementemente qualquer comerciante, intermediário e agiota que explore essas condições para enriquecer às custas do povo aflito. Os instamos a cessar essas práticas que agravam o sofrimento de nossos irmãos e a se unirem para enfrentar as consequências catastróficas da agressão.

Apelamos à Autoridade Monetária (PMA), bancos e autoridades responsáveis em Gaza para resolver o problema da liquidez e não participar dessa problemática que permite que alguns aproveitadores explorem o povo. Também é necessário adotar mecanismos rigorosos de controle sobre os agiotas e casas de câmbio para barrar essa exploração em face dos palestinos.

É importante que os cidadãos palestinos relatem todos os casos de exploração e boicotem-nos. Deve-se criar listas de boicote a eles.

O fortalecimento da resistência popular é uma necessidade nacional que cabe a todo o povo, e exige que todos assumam a responsabilidade, pois as condições são catastróficas, o que exige a rejeição de todos os comportamentos hostis ao nosso povo nesse momento.