Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 107

O Hamas está sob cerco há anos, vivendo totalmente com armas de fabricação própria, e (...) alcançou um nível de fabricação de armas superior a qualquer país árabe desenvolvido.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 107
As Brigadas Al-Qassam, braço militar do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).

RESISTÊNCIA ATACA SETE TROPAS SIONISTAS EM KHAN YUNIS

A resistência palestina confirmou o direcionamento contra o exército de ocupação em vários locais na Faixa de Gaza. A rádio de ocupação afirmou que o exército intensificou e expandiu suas operações em Khan Yunis, ao sul da Faixa.

As Brigadas Al-Qassam, a ala militar do Hamas, transmitiram imagens mostrando um drone espião, alegando tê-lo capturado em uma operação de inteligência no norte da Faixa de Gaza.

As Brigadas Al-Quds, a ala militar do Movimento Jihad Islâmica, disseram que seus combatentes miraram, com um míssil “Badr 1”, uma concentração de soldados de ocupação a leste do acampamento de Maghazi, no centro da Faixa de Gaza.

As brigadas também bombardearam com granadas de morteiro um local onde soldados de ocupação estavam posicionados, a leste do bairro de Al-Zaytoun, na Cidade de Gaza, e miraram um veículo militar com um projétil RPG no centro de Khan Yunis.

As Brigadas do Mártir Abu Ali Mustafa, braço militar da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), também relataram que suas unidades de artilharia destruíram uma posição de veículo inimigo a leste de Gaza com granadas de morteiro de calibre pesado.

As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, braço militar do movimento Fatah, afirmaram que bombardearam uma concentração de forças inimigas e soldados no eixo avançado, “no bairro austríaco”, a oeste da cidade de Khan Yunis, com uma saraivada de granadas de morteiro de calibre pesado.

Por outro lado, a Rádio Hebraica informou que o exército de ocupação intensificou e expandiu suas operações em Khan Yunis, explicando que há 7 brigadas ativas, tanto subterrâneas quanto acima do solo, na região.

A Batalha de Khan Yunis se aproxima de seu terceiro mês sem que o exército de ocupação consiga apertar seu controle sobre a governadoria, que os líderes sionistas veem como o centro militar mais importante para a resistência.

THE TIMES: ‘GOVERNO DE GUERRA DE ISRAEL ESTÁ À BEIRA DO COLAPSO’

O jornal britânico The Times citou um oficial de segurança sionista afirmando que o governo de guerra sionista está prestes a entrar em colapso e que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está hesitante e perdendo tempo.

O jornal destacou que o governo de guerra, formado rapidamente devido à guerra na Faixa de Gaza, enfrenta muitas questões sobre a continuidade da guerra contra o movimento Hamas em Gaza – disse – ou concordar com um cessar-fogo que permitiria a libertação de 136 presos sionistas que ainda estão no setor.

O jornal afirmou que desacordos sobre essas questões, além de outros desafios relacionados a quem governará Gaza após o fim da guerra, estão dilacerando o governo de guerra sionista.

Também observou que algumas declarações revelam a tensão que aflige a liderança desse governo, pois Gadi Eisenkot, ex-comandante do exército e membro do gabinete militar, acusou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ocultar a verdade sobre os alvos militares em Gaza.

No mesmo contexto, o portal israelense Wala revelou no sábado que o ministro da Defesa, Yoav Gallant, tentou invadir o escritório de Netanyahu, e a situação quase se deteriorou para uma briga física.

Gallant ameaçou o Ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, de chamar as Brigadas Golani para controlar a situação no conselho de guerra.

Dermer, que renunciou à sua cidadania americana para servir como enviado econômico em Washington antes de se tornar embaixador lá, é considerado um dos associados mais próximos de Netanyahu.

De acordo com o Walla, a equipe de Netanyahu monitorou a equipe de Gallant enquanto gravava o desenrolar das reuniões de segurança em uma fita de áudio.

A mídia israelense relatou que Gallant deixou a reunião do conselho de guerra – no último sábado – pois seu diretor de gabinete foi impedido de comparecer, em meio a uma crescente tensão dentro do conselho.

Na época, o Canal 12 relatou de uma fonte que a retirada do ministro ocorreu depois que ele chegou à sede da reunião e seu assistente foi impedido de entrar com ele, mas quando entrou na sala, encontrou 5 auxiliares de Netanyahu.

A fonte acrescentou: “Netanyahu disse a Gallant que, enquanto meu assistente não estiver presente, seu assistente não deve comparecer, apesar da presença de 5 de seus funcionários no local”, e isso levou o Ministro da Defesa a se retirar.

Segundo o canal, Netanyahu acredita que o exército está vazando algumas informações relacionadas às negociações ou discussões bilaterais.

Nos últimos meses, a mídia israelense abordou repetidamente desacordos em curso entre Gallant e Netanyahu, relacionados à gestão da guerra na Faixa de Gaza e às consequências da guerra, além das tentativas repetidas de Netanyahu de responsabilizar o exército pela guerra na Faixa de Gaza.

Muitos analistas israelenses destacam que cada membro do Conselho de Guerra pensa apenas em seu futuro político, e não nos interesses de Israel.

Ofer Shelah, pesquisador do Instituto de Pesquisa de Segurança Nacional, acredita que os membros do Conselho de Guerra estão se preparando para o pós-guerra desde o primeiro dia da guerra, “e isso porque o fantasma de 7 de outubro os assombra, e cada um deles está conduzindo campanhas midiáticas feias em canais via satélite afirmando que está se saindo bem, enquanto os outros estão errados.”

RESISTÊNCIA PALESTINA É CAPAZ DE LUTAR POR VÁRIOS MESES

O especialista militar e estratégico, General Fayez Al-Duwairi, afirmou que nos últimos três dias ocorreram duas batalhas importantes no norte da Faixa de Gaza, o que refuta as declarações dos líderes da ocupação sobre desmantelar as estruturas militares do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na região e confirma vazamentos americanos sobre a ocupação estar longe de atingir seus objetivos de guerra.

Nesse contexto, Al-Duwairi explicou que Al-Qassam, a ala militar do Hamas, reorganizou e reabilitou suas brigadas após a morte de alguns de seus líderes e a nomeação de outros. Modificou suas estruturas defensivas, como aprimorar a missão do Batalhão Shujaiya para defender a região e partes do bairro de Al-Tuffah, entre outros, redesenhando o mapa defensivo.

Al-Duwairi destacou que o Hamas está sob cerco há anos, vivendo totalmente com armas próprias, e seu principal arsenal baseia-se em mísseis que vão desde o “Qassam 1” até o “Ayyash 250”, além de armas de curto alcance como os mísseis “Al-Yassin 105”, “Tandum” e “TBG”, fabricados em túneis com base em engenharia reversa, além de drones.

Ele acrescentou que o Hamas alcançou um nível de fabricação de armas superior a qualquer país árabe desenvolvido.

Vale ressaltar que o jornal americano Wall Street Journal – citando fontes na CIA – afirmou que a ocupação está muito longe de “destruir o movimento Hamas”, apesar da morte de entre 20 e 30% dos combatentes do movimento desde 7 de outubro do ano passado.

O jornal americano citou essas fontes dizendo que o Hamas “tem munição suficiente para atacar Israel e suas forças por vários meses” e que mudou suas táticas contra os ataques sionistas, com seus combatentes realizando operações em pequenos grupos e preparando emboscadas para as forças israelenses.