Atualização sobre a Operação Tempestade Al-Aqsa: dia 67
Segundo o Haaretz, Netanyahu diz que “a única diferença entre o Hamas e a Autoridade Palestina é que o Hamas quer nos destruir agora, e a Autoridade Palestina quer fazê-lo por etapas”.
RESISTÊNCIA ENGAJA EM CONFLITOS COM A OCUPAÇÃO EM VÁRIOS FRONTS
A resistência palestina disse na terça-feira que entrou em confronto com soldados de ocupação e teve como alvo bases e veículos sionistas, observando que dois dispositivos antipessoal foram detonados numa emboscada por uma facção de infantaria na última terça-feira, a oeste de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.
A resistência anunciou que os seus combatentes entraram em confronto com uma tropa da ocupação na cidade de Al-Qarara, a leste de Khan Yunis, “e abateram 5 deles, com baixas e ferimentos”, e que tinha como alvo de um míssil Yassin 105 um veiculo de transporte de tropas na área de Al-Tawam, ao norte da cidade de Gaza.
Disse também que os seus combatentes atacaram 3 veículos militares com projéteis Al-Yassin 105 e entraram em confronto com uma força de infantaria, acrescentando que também atacaram uma força de 20 soldados dentro de um edifício na área de Sheikh Radwan, deixando “mortos e feridos”.
Anunciou também que tinha como alvo o quartel-general de comando de campo das forças de ocupação no eixo sul da Cidade de Gaza com um sistema de mísseis, após o bombardeamento das tropas da ocupação sionistas que penetraram nos eixos leste e norte de Khan Yunis com morteiros.
Além disso, a resistência revelou detalhes de uma emboscada que teve como alvo as forças da ocupação na terça-feira passada, dizendo que foi capaz de detonar dois dispositivos antipessoal numa emboscada contra uma formação de infantaria israelense a oeste de Jabalia, e que os seus combatentes “foram informados para realizar a emboscada e acabar com a formação do zero, deixando dezenas de soldados mortos e feridos”. Uma força de infantaria sionista avançou 2 dias após a emboscada, para um prédio onde perdeu 15 soldados.
HAARETZ: NETANYAHU O APOLOGISTA ESTÁ DE VOLTA, PROCURANDO ALGUÉM PARA CULPAR
O Haaretz, o jornal sionista, disse na terça-feira sobre os esforços de Netanyahu para escapar da responsabilidade pelos acontecimentos de 7 de outubro, tentando atribuir a culpa pela catástrofe a Yitzhak Rabin.
“Netanyahu está a tentar incitar ao coletivo a ideia de que a única política que correu mal naquele dia terrível foram os Acordos de Oslo, na década de 1990. Nunca deixa que digam que foi alguma das políticas que Netanyahu seguiu durante o seu mandato recorde em duração como primeiro-ministro”, disse o Haaretz no seu editorial.
O jornal indicou que Netanyahu continuou a rejeitar, durante os muitos anos que passou no poder, todas as tentativas de chegar a um acordo regional e separar “Israel” dos palestinos, sem ter vergonha de se gabar dos Acordos de Abraham e da fantasia de normalização com a Arábia Saudita, como se isso fosse possível sem Oslo.
Mesmo o crescimento econômico pelo qual ele é creditado não teria sido possível sem os Acordos de Oslo e o acordo de paz com a Jordânia.
Em vez de se demitir envergonhado e de reconhecer a sua responsabilidade pelo desastre de outubro e pelo colapso das suas políticas – diz o jornal – Netanyahu continua descaradamente a fazer discursos diplomáticos, como se o assassinato de 1.200 israelenses e a captura de outros 240 não fossem provas conclusivas de que o conflito “israelense”-palestino não pode ser apagado da sua agenda.
O jornal concluiu que Netanyahu não está a lidar com “o dia seguinte” para “Israel” e Gaza, mas sim, como especialista em evitar culpas, como ser absolvido pelo “júri” numa comissão de investigação governamental sobre o desastre de 7 de outubro, ele sabe que deve encontrar outro culpado.
O Haaretz concluiu que é assim que devemos entender as declarações de Netanyahu esta semana perante o Comitê de Relações Exteriores e Defesa no Knesset, quando disse: “Os Acordos de Oslo são um desastre que nos trouxe o mesmo número de vítimas que o ataque surpresa do Hamas”.
Segundo o jornal, ele explicou seus ataques à Autoridade Palestina: “a única diferença entre o Hamas e a Autoridade Palestina é que o Hamas quer nos destruir agora, e a Autoridade Palestina quer fazê-lo por etapas”.
CANAL 12 ISRAELENSE: ISRAEL FARÁ PROPOSTA PARA UMA “RETIRADA ACORDADA” AO HEZBOLLAH
De acordo com a cobertura do Canal 12, Israel apresentará uma proposta ao Hezbollah para “uma retirada acordada” (ou seja, paz temporária) com base nas duas condições seguintes:
1. A remoção do Hezbollah para um mínimo de 5-7 quilômetros da fronteira, para que não seja possível disparar diretamente contra os colonos israelenses ao Norte.
2. Nenhuma mudança na área após a remoção do Hezbollah, ou seja, a prevenção da reconstrução dos postos avançados do Hezbollah que foram destruídos pela IDF.
Segundo o ministro israelense Benny Gantz, se o Hezbollah não recuar da zona fronteiriça, Israel não terá outra escolha senão lançar uma “ampla campanha militar” no Norte.