Atualização sobre a Operação Tempestade Al-Aqsa: dia 55

As missões diplomáticas de Kissinger no Oriente Médio na década de 1970 tinham como foco de marginalizar a voz política palestina e excluir a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) de qualquer papel no conflito árabe-sionista.

Atualização sobre a Operação Tempestade Al-Aqsa: dia 55
Foto: Kissinger em encontro com Moshe Dayan, o falecido ministro da defesa sionista, em janeiro de 1974 em Tel Aviv. Reprodução: AFP / Getty.

EM LONDRES, FIGURAS DO MEIO CULTURAL E ARTÍSTICO CRITICAM SILENCIAMENTO ÀS VOZES PALESTINAS

Mais de 1.300 artistas trabalhadores da cultura em Londres expressam críticas contra a “repressão silenciamento, estigmatização de vozes e perspectivas palestinas” por instituições ocidentais, conforme reportado pelo Middle East Eye.

A carta, lançada no site Artists for Palestinian UK, recebeu assinaturas de renomados artistas, incluindo a atriz vencedora do Oscar Olivia Colman e as premiadas Olivier Award Harriet Walter e Juliet Stevenson, entre centenas de outros.

O comunicado afirmam que tais ações por parte de instituições e indústria cultural visam “ameaçar os meios de subsistência de artistas e trabalhadores culturais que expressam solidariedade com os palestinos, além de cancelar apresentações, exibições, palestras, exposições e lançamentos de livros."

Além disso, os profissionais da arte e cultura afirmam que não podem ficar em silêncio diante de violações flagrantes do direito internacional humanitário, e complementam: "Enquanto uma catástrofe se desenrola, observamos uma ausência flagrante de declarações de solidariedade com o povo palestino por parte da maioria das organizações artísticas do Reino Unido."

DECLARAÇÃO DA FRENTE POPULAR PARA A LIBERTAÇÃO DA PALESTINA: O INIMIGO TRAIÇOEIRO FALHARÁ NOVAMENTE E RETORNARÁ VENCIDO, ARRASTANDO AS CAUDAS DA DECEPÇÃO E DA DERROTA.

A FPLP responsabiliza integralmente a administração americana pela renovação da agressão.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina responsabiliza a administração americana e o criminoso de guerra, presidente americano Joe Biden, pelas novas agressões sionistas à Faixa de Gaza nesta manhã, devido ao sinal verde dado à ocupação para continuar o genocídio e cometer dezenas de massacres contra nosso povo.

A FPLP afirma que o povo palestino não tem outra escolha, a não ser resistir e permanecer firme, e que o inimigo traiçoeiro falhará novamente em alcançar qualquer um de seus objetivos, não importa o quanto bombardeie, destrua e cometa massacres. O sionismo retornará vencido, arrastando as caudas da decepção e da derrota, graças à resistência sólida e à forte vontade de nosso povo. Certamente, a resistência escreverá o fim do futuro político do criminoso de guerra Netanyahu e sua gangue.

A FPLP convoca as massas de nosso povo, os filhos de nossa nação árabe, e as pessoas livres em todos os países a se reunirem nas praças e cercarem as embaixadas dos agressores no mundo para pressionar pelo cessar da agressão e pelo contínuo genocídio sionista contra civis, especialmente crianças e mulheres.

Frente Popular para a Libertação da Palestina
Departamento de Mídia Central
1º de dezembro de 2023

RESPOSTA DA RESISTÊNCIA PALESTINA ÀS NOVAS AGRESSÕES SIONISTAS NESTA SEXTA-FEIRA

A culpa pela guerra renovada e pela agressão das forças de ocupação em Gaza repousa inteiramente sobre os ombros dos sionistas, uma vez que consistentemente rejeitaram quaisquer propostas ao longo da noite para a libertação de outros detidos.

Responsabilizamos a ocupação por reacender as hostilidades em Gaza. Negociações foram conduzidas ao longo da noite para estender o cessar-fogo. Durante essas conversas, nosso movimento sugeriu a troca de prisioneiros e indivíduos idosos, a entrega dos corpos dos detidos mortos devido ao bombardeio da ocupação – incluindo a família Bibas – e a liberação de seu pai para participar das cerimônias fúnebres, juntamente com dois detidos das forças de ocupação.

Todas essas propostas foram rejeitadas pela ocupação, pois já havia sido tomada a decisão de seguir com a agressão criminosa.

A administração dos EUA e o Presidente Biden carregam total responsabilidade pelos contínuos crimes de guerra sionistas em Gaza, dado seu apoio inabalável e o aval que novamente forneceram após a visita de seu ministro das relações exteriores.

Afirmamos que nosso povo resiliente, em sua própria terra, com sua corajosa resistência, está enfrentando a agressão em todos os fronts e retomando suas operações heroicas. Estamos confiantes de que eles frustrarão os objetivos desta agressão criminosa.

MORRE AOS 100 ANOS O EX-SECRETÁRIO DE ESTADO SIONISTA E VETERANO DOS EUA, HENRY KISSINGER

Henry Kissinger, um diplomata e militar veterano dos EUA, que serviu como Conselheiro de Segurança Nacional e Secretário de Estado sob o presidente Richard Nixon, continuando no cargo de Secretário de Estado sob o sucessor de Nixon, Gerald Ford, faleceu na quarta-feira em Kent, Connecticut, EUA.

Amplamente considerado por estudiosos como um eficaz Secretário de Estado, Kissinger também foi condenado por fechar os olhos para crimes de guerra cometidos por aliados americanos devido ao seu apoio a uma abordagem pragmática da política, conhecida como Realpolitik.

Por suas ações na negociação de um cessar-fogo no Vietnã, Kissinger recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1973 em circunstâncias extremamente controversas.

Momentos sombrios na história dos Estados Unidos mancharam sua imagem, como seu papel no apoio ao golpe de 1973 no Chile e na aprovação do derramamento de sangue na Timor-Leste em 1975, seu apoio ao Conselho Militar na Argentina e à ditadura Militar no Brasil, bem como na Guerra do Vietnã.

As missões diplomáticas de Kissinger no Oriente Médio na década de 1970 tinham como foco de marginalizar a voz política palestina e excluir a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) de qualquer papel no conflito árabe-sionista.

Portanto, para aqueles que verdadeiramente defendem os humanos, Kissinger é um verdadeiro criminoso de guerra devido ao seu nefasto apoio às ditaduras sangrentas e regimes de apartheid que resultaram na morte de entre três e quatro milhões de pessoas, em especial, na Palestina, Chile, Argentina, Bangladesh, Camboja e Timor-Leste.

"Os cubanos dizem que não há mal que dure cem anos, e Kissinger estou tentando provar que estão errados", disse o historiador da Universidade de Yale, Greg Grandin, autor da biografia "A Sombra de Kissinger", à Rolling Stone pouco antes da morte de Kissinger. "Não há dúvida de que ele será aclamado como um grande estrategista geopolítico, mesmo que tenha cometido erros na maioria das crises, levando a escaladas. Ele receberá créditos por “abrir a China”, mas essa foi a ideia e a iniciativa original de De Gaulle. Ele será elogiado pela distensão, e isso foi um sucesso, mas ele minou o seu próprio legado ao alinhar-se com os neoconservadores. E, claro, ele sairá impune de Watergate, mesmo que sua obsessão por Daniel Ellsberg realmente tenha levado ao crime.”

MEMBROS DA FEDERAÇÃO MUNDIAL DAS JUVENTUDES DEMOCRÁTICAS EM BANGLADESH DECLARAM SOLIDARIEDADE À PALESTINA

As organizações-membro da Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD) em Bangladesh lançaram em conjunto, no dia 29, uma declaração pública em virtude do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, data em que foi realizaram uma manifestação em Dhaka. Abaixo reproduzimos a declaração na integra:

“Nós, organizações-membro da Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD) em Bangladesh, acordamos em realizar esta declaração unitária, erguendo nossas vozes em um mesmo coro para manifestar profunda preocupação e repúdio em relação ao holocausto em curso praticado por Israel contra o povo palestino. Com o apoio maligno do imperialismo estadunidense, Israel Sionista comete severos crimes de guerra ao bombardear hospitais, abrigos, campos de refugiados e demais localidades civis, cercando a Faixa de Gaza e barrando o transporte de comida, água, remédios e combustível para mais de 2.3 milhões de pessoas.

Nós, membros da FMJD em Bangladesh, condenamos fortemente tais atrocidades e atos hediondos praticados sobre o povo palestino. Mais de 10 mil pessoas foram mortas desde o último outubro, enquanto o número de mortes de crianças já ultrapassa 4 mil. Apoiadas pela OTAN e EUA, as tropas de Israel mataram uma criança palestina a cada 10 minutos nos dias que antecederam a trégua temporária. Exigimos um cessar-fogo permanente sobre a Faixa de Gaza.

Nós, das três organizações estudantis e de juventude anti-imperialistas de Bangladesh, reiteramos firmemente a demanda por um estado palestino independente, conforme as fronteiras de 1967.

Fazemos um apelo à comunidade internacional e todas organizações anti-imperialistas, nossos camaradas: é mais necessário do que nunca acelerarmos a nossa solidariedade, erguer nossas vozes em solidariedade à luta do povo palestino por sua libertação, pelo fim da ocupação sionista, pelo retorno dos refugiados e pela reconquista de suas terras, pela liberdade dos prisioneiros e detidos e pela construção de um estado palestino baseado na vontade de seu povo e sua juventude, sem interferências imperialistas de qualquer tipo.

Para demonstrar nossa solidariedade a causa Palestina, as organizações-membro da FMJD organizarão manifestações no dia 29 de novembro, marcado pelo dia internacional de solidariedade ao povo palestino.

Vida longa à Palestina
Vida longa à Intifada”

Aderiram à declaração a União da Juventude de Bangladesh, o Fronte Socialista dos Estudantes e a União de Estudantes de Bangladesh, através da assinatura de seus presidentes e respectivos secretários-gerais.

No Brasil, a União da Juventude Comunista (UJC) também fez parte da convocatória da FMJD e esteve nas ruas no último dia 29, apoiando a resistência palestina, demandando o fim do estado sionista e a criação de um estado único, socialista e laico. Os jovens comunistas brasileiros também exigiram fim das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Israel, denunciando a utilização de aparato bélico e de inteligência militar israelense nas operações policiais sanguinárias nas periferias.