Atualização sobre a Operação Tempestade Al-Aqsa: dia 48

Moradores da província de Cienfuegos, no interior da ilha de Cuba, expressaram sua solidariedade à Palestina através de uma marcha para exigir justiça e condenar a terrível agressão cometida pelas forças de ocupação "israelenses" contra a Palestina.

Atualização sobre a Operação Tempestade Al-Aqsa: dia 48
Manifestantes com bandeiras da Palestina e do Líbano em Londres, Reino Unido. Reprodução: FPLP

FACEBOOK APROVOU SÉRIE DE PROPAGANDAS SIONISTAS INCITANDO À VIOLÊNCIA E DESUMANIZANDO PALESTINOS

O site de notícias americano Intercept disse na terça-feira que uma série de anúncios desumanizando e incitando a violência contra os palestinos, destinados a testar os padrões de moderação de conteúdo do Facebook, foram todos aprovados pela rede social, de acordo com materiais compartilhados com o portal.

Os anúncios enviados, tanto em hebraico quanto em árabe, incluíam violações flagrantes das políticas do Facebook e de sua controladora Meta. Alguns continham conteúdos violentos que apelavam diretamente ao assassinato de civis palestinos, como anúncios que exigiam um “holocausto palestino” e a eliminação de “mulheres, crianças e idosos de Gaza”. Outras postagens, como aquelas que descreviam crianças de Gaza como “futuros terroristas” e uma referência a “porcos árabes”, continham linguagem desumanizadora, segundo o Intercept.

O redator do artigo dá como exemplo Nadim Nashif, fundador do grupo palestino de pesquisa e defesa de mídia social 7amleh, que enviou os anúncios de teste como, citando: “A aprovação desses anúncios é apenas o mais recente de uma série de fracassos da Meta em relação ao povo palestino”. “Ao longo desta crise, temos visto um padrão contínuo de clara parcialidade e discriminação da Meta contra os palestinos.”

A ideia do 7amleh de testar o aparato de censura de aprendizado de máquina do Facebook surgiu no mês passado, quando Nashif descobriu um anúncio em seu feed do Facebook pedindo explicitamente o assassinato do ativista americano Paul Larudee, cofundador do Movimento Gaza Livre.

A tradução automática do anúncio de texto feita pelo Facebook dizia: “É hora de assassinar Paul Larudi [sic], o terrorista antissemita e dos ‘direitos humanos’ dos Estados Unidos”. Nashif denunciou o anúncio ao Facebook e ele foi retirado, disse o Intercept.

O anúncio foi colocado por Ad Kan, um grupo “israelense” de direita fundado por ex-militares das Forças de Defesa “israelenses” e oficiais de inteligência para combater “organizações anti-israelenses” cujo financiamento vem de fontes supostamente antissemitas, de acordo com seu site (Nem Larudee nem Ad Kan responderam imediatamente aos pedidos de comentários).

O site conclui dizendo que, no ano passado, uma auditoria externa encomendada pela Meta descobriu que, embora a empresa usasse rotineiramente a censura algorítmica para excluir postagens em árabe, a empresa não tinha um algoritmo equivalente para detectar “discurso hostil em hebraico”, como a retórica racista e o incitamento à violência. Após auditoria, a Meta afirmou que “lançou um classificador de ‘discurso hostil’ em hebraico para nos ajudar a detectar proativamente mais conteúdo violador em hebraico.”

Conteúdo hostil, isto é, como um anúncio defendendo o assassinato, incitamento à violência em grande escala, saltando das mídias sociais para o mundo real, não é uma mera hipótese: em 2018, investigadores das Nações Unidas descobriram que postagens violentamente inflamatórias no Facebook desempenharam um “papel determinante” no genocídio dos rohingya, em Myanmar.

CUBANOS SOB O LEMA “PAREM O MASSACRE NA PALESTINA”

Uma enorme presença oficial e popular cubana em solidariedade ao nosso povo palestino contra a guerra de aniquilação sionista.

Moradores da província de Cienfuegos, “a Pérola do Sul”, no interior da ilha de Cuba, expressaram sua solidariedade à Palestina através de uma marcha que percorreu as ruas da cidade e se reuniu na Praça José Martí para exigir justiça e condenar a terrível agressão cometida pelas forças de ocupação “israelenses” contra a Palestina.

A plataforma de solidariedade foi presidida por Maridy Fernández López, membro do Comitê Central do Partido Comunista Cubano e primeira secretária da organização política da província, Angelica Maria Chorrence Fernández, do Conselho de Estado da República de Cuba, e Alexandre Corona Quintero, governador da província. Participaram também representantes do partido e do governo, da Juventude Comunista, da Associação de Veteranos, das organizações de massas, das Forças Armadas Revolucionárias e do Ministério do Interior.

Na plataforma criada para a ocasião, os artistas cubanos manifestaram através da sua música e dança o seu apoio ao povo da Faixa de Gaza, e sua rejeição ao crime de genocídio cometido pelo sionismo na Faixa de Gaza, que ceifou a vida de mais de 13.000 pessoas até agora, a maioria delas mulheres e crianças.

Maritza Rodríguez Gavin, especialista do Departamento de Pós-Graduação da Universidade de Ciências Médicas Raúl Dorticos Torrado, levantou a voz em nome das crianças que sofrem de medo, desespero e morte.

Já Jorge Mesas Hernández, secretário da União da Juventude Comunista no principal município da província, destacou o compromisso da juventude cubana com os sentimentos internacionalistas e de solidariedade incutidos pelo Comandante Supremo Fidel Castro Ruz com as causas justas, incluindo a da Palestina.

Além disso, Jonathan Sarria Bernal, o pioneiro da Escola Primária “Guerrilheiro Heroico” Che Guevara, falou em nome dos seus colegas, dirigindo-se aos seus amigos em Gaza que estão privados do direito à educação.

Roberto Carlos Cuellar Soco, presidente regional da Associação de Estudantes Secundaristas, e Yoana Pedra Sarria, professora da Universidade de Cienfuegos, também se manifestaram, denunciando os crimes sionistas e exigindo seu fim imediato no interesse da paz mundial.

As últimas palavras foram proferidas por Youssef Abu Al-Rub, único estudante palestino em Cienfuegos, que está no sexto ano de medicina na Universidade Raul Dorticos Torrado, que expressou: “Não somos terroristas nem animais”, disse ele. “Estamos apenas defendendo o que é nosso e o que os tanques e as escavadeiras nos tiraram.”

Ele acrescentou: “No próximo ano me formarei como médico, e é uma profissão que escolhi com o objetivo de ajudar o meu povo, que o sionismo israelense procura limpar da terra”.

Abu Al-Rub continuou, explicando a situação que o nosso povo está a viver na Faixa de Gaza, dizendo: “É uma mentira terrível e um crime de guerra por parte dos EUA e de Israel esconder ataques a hospitais sob a narrativa distorcida de que o a resistência se esconde nesses locais. Lá você encontra apenas médicos trabalhando à luz de celulares, sem anestesia para procedimentos cirúrgicos; recém-nascidos morrendo por falta de energia elétrica nas incubadoras; crianças sofrendo traumas ao longo da vida; mulheres grávidas prestes a morrer antes de dar à luz; pacientes que sofrem de doenças graves.”

Na conclusão do seu discurso, Abu Al-Rub sublinhou que “rendição não está no nosso dicionário. Depois de 75 anos, a única palavra que define a nossa identidade é resistência, e com ela, mais cedo ou mais tarde, alcançaremos a vitória.”