As sombras da guerra na Ucrânia para além do front
Entre moedores de carne, revogações de direitos trabalhistas e falatórios patrióticos sobre “salvar a civilização”, vale analisarmos os desenvolvimentos recentes que dão indicativos importantes sobre os próximos meses desta guerra no leste europeu.
Por Konrado
Neste fim de fevereiro concluímos o segundo ano desde o início de um dos maiores pontos de virada na conjuntura internacional, a Guerra Russo-Ucraniana. Seu cenário atual se desenvolve cada dia mais como um ensaio geral de uma nova grande guerra interimperialista, e a cada mês se torna mais clara a tendência do povo ucraniano, até então usado como escudo de carne para as potências euro-atlânticas, ou ser abandonado ou substituído em um conflito que não tem perspectivas de se encerrar.
Para além do palavreado chauvinista e da forte propaganda de ambos os lados, seja na Rússia ou na Ucrânia, os trabalhadores cada dia mais são apertados entre a exploração do trabalho para o complexo industrial-bélico ou enfrentar as duras condições do front. Entre moedores de carne, revogações de direitos trabalhistas e falatórios patrióticos sobre “salvar a civilização”, vale analisarmos os desenvolvimentos recentes que dão indicativos importantes sobre os próximos meses desta guerra no leste europeu.
Histórico
De maneira geral, a entrada da Rússia na guerra civil ucraniana, que se alastrava desde 2014, foi marcada primeiramente por uma escalada da participação ocidental direta no suporte militar-econômico do país invadido. Se por um lado a Ucrânia já dispunha de uma série de mecanismos legais em parceria com a OTAN, e portanto pode receber uma série de “avisos” sobre a mobilização de tropas russas para perto de sua fronteira, também é verdade que ao não compor diretamente o bloco militar atlântico, o país se viu numa situação de lutar uma guerra por procuração para a Europa e a América do Norte mas apenas com soldados próprios.
O suporte logístico e militar se soma a uma série de apoios financeiros, de modo que a dependência deste país com os seus fiadores ocidentais escala ao ponto de muitos analistas dizerem “se acabar o fornecimento à Ucrânia não dura um mês”. Segundo dados do governo dos EUA, até dezembro de 2023 os yankees sozinhos haviam enviado mais de 75 bilhões de dólares ao país desde o início da guerra, e vultosas somas também foram enviadas pelas potências européias ocidentais e por grandes monopólios multinacionais. Em qualquer cenário possível, o futuro ucraniano certamente é um futuro de profunda dívida e subordinação externa.
Já para a Rússia os pacotes mais robustos de sanções foram implementados, com a famoso bloqueio do país do Sistema Swift, na expectativa de que o impacto econômico de comprar uma briga com o ocidente fosse grande demais para o país manter seus planos. E para a surpresa ocidental, a economia russa sofreu muito pouco, se recuperando rapidamente e inclusive tendo crescimento de 3.6% no PIB no ano passado, e projeção de crescimento de 2.3% para 2024. Boa parte desse crescimento vem em ligação externa com uma crescente de participação do capital chinês no país, além de uma redobrada exploração do trabalho nos setores bélico, de transportes, da mineração e da construção civil, como discutiremos mais adiante.
Outra consequência imediata foi uma intensa onda migratória da Ucrânia para a Europa Ocidental, segundo a ONU dos 43,8 milhões de habitantes ucranianos, mais de 6,3 milhões estão refugiados em outros países, e 3,7 milhões sofreram migração interna. Este fenômeno também foi observado com russos indo a países vizinhos, como o Cáucaso. Ficou escrachado como a xenofobia da europa ocidental tem caráter profundamente racista, recebendo imigrantes brancos, loiros e de olhos azuis à vontade e com ampla campanha de solidariedade, enquanto em contrapartida os imigrantes do Oriente Médio, África e América Latina são notoriamente mal recebidos. Mas nos últimos meses vem aumentando a discriminação para com os próprios ucranianos, à medida que o âmbito militar não se desenvolve tão bem, que a guerra aparenta que irá durar muito mais, e que a classe trabalhadora européia vê sua qualidade de vida ser comida pela inflação e os demais custos do apoio constante à guerra.
Também é importante notar que a continuação da política por meio das armas não se restringiu ao palco ucraniano, mas, instigado por ele, uma série de conflitos no Sahel e velhas tensões no Cáucaso foram levadas à diplomacia das pontas de fuzil e dos tanques. A região de Nagorno-Karabakh no Azerbaijão teve seu separatismo suprimido na base da bala, a despeito do apoio armênio. No continente africano, Burkina Faso, Niger e Gabão sofreram golpes de estado, o Sudão entrou em guerra civil, e Serra Leoa e Guiné Bissau tiveram tentativas fracassadas de golpe de estado. E no Oriente Médio diversos grupos guerrilheiros aprenderam novas técnicas e obtiveram equipamentos de ponta da guerra na Ucrânia através do mercado negro, especialmente o Hamas, que os usou em seu levante contra a ocupação israelense na Operação Tempestade Al-Aqsa.
A histérica propaganda ocidental sobre a guerra, à qual tanto ouvimos aqui no Brasil apesar da neutralidade oficial do governo, se desenvolveu de maneira profundamente hipócrita também com o desenrolar da guerra. O uso de mercenários do grupo Wagner parece uma grande novidade, numa análise rasa que esconde o extenso uso dos EUA de companhias militares privadas como a Blackwater/Academi, inclusive na América Latina. Ao mesmo tempo, se naturalizou a entrega de munição radioativa para a Ucrânia por parte da Inglaterra e dos EUA, bem como a especulação por ambos os lados sobre o uso de armas nucleares, sempre com a desculpa de serem “de pequeno porte e localizadas”.
Agora, passando ao terreno estritamente militar, a guerra se inicia com um cenário estratégico de conquista: as tropas russas avançam rapidamente pelas principais estradas, cercando ou desviando de uma série de cidades, rumando à Kiev, na tentativa de desalojar o governo. Fato é que o exército ucraniano, auxiliado por inteligência ocidental, havia a meses retirado seus principais contingentes de tropas e equipamento das maiores e mais expostas bases militares, especialmente dos aeroportos, e por mais que a Rússia tenha destruído a maioria das principais pistas de decolagem nos primeiros dias do conflito, essa manobra de realocação foi suficiente para impor uma resistência muito mais dura do que se era esperado.
Em menos de dois meses a estratégia é mudada para uma guerra de atrito, com o objetivo de desgastar o exército ucraniano ao máximo, e por tabela obrigar o Ocidente ao mesmo desgaste ao ter que suprir o país numa longa guerra. Os russos se retiram do cerco à Kiev e de toda a metade norte do país, e restringem a guerra ao Donbass - região onde o apoio à Rússia foi muito maior, e onde as extensas fortificações militares construídas, mantidas e reforçadas continuamente desde 2014 foram muito mais difíceis de se atravessar. Tanto foi assim que os principais sucessos russos nessa região se desenvolvem ao longo de extensos meses de batalha, e em regiões mais distantes das fronteiras profundamente entrincheiradas das províncias separatistas de Donetsk e Lugansk. Mesmo após dois anos do início da guerra, em alguns pontos a linha de contato se mantém exatamente a mesma da guerra civil, como nas cidades de Krasnohorivka e Toretsk/Niu-York.
Mesmo as maiores batalhas próximas a esses limites, como Avdiivka, Soledar-Bakhmut e Severodonetsk-Lisichansk se desenvolvem, devido a essa estratégia da guerra de atrito, de maneira bastante lenta e com relativamente poucas tropas. A título de comparação, a maior batalha do século XXI, a de Bakhmut, se desenvolveu com aproximadamente 50 mil soldados de cada lado, enquanto que na Segunda Guerra Mundial, apenas na batalha de Kiev de 1941 os soviéticos tiveram 480 mil soldados capturados.
Uma diferença fundamental de se analisar também é que a tática de caldeirão e cerco, isto é, avançar sobre os flancos de uma grande fortificação ou cidade e eventualmente cercá-la completamente, aprisionando o máximo de soldados dentro, esta tática quase não foi usada: a exceção de Mariupol, e de alguns pequenos combates posicionais com centenas ou mesmo dezenas de soldados, todos os demais semi-cercos desenvolvidos pela Rússia fizeram questão de manter o caldeirão aberto, isto é, manter alguma estrada aberta para a passagem de suprimentos e tropas ucranianas para dentro da fortificação, permitindo assim que grandes “moedores de carne” se desenvolvessem mesmo com uma quantidade menor de tropas alocadas por vez: ao estender a batalha ao longo de vários meses, o número de baixas do inimigo é muito maior, e a quantidade de prisioneiros para se lidar é bem menor.
Trazendo em termos compreensíveis para brasileiros, a Ucrânia tem território comparável ao estado de Minas Gerais, enquanto o território controlado pelos russos quando da escrita dessa matéria, a meados de fevereiro, têm área similar à região conhecida como Triângulo Mineiro, ou a duas vezes o estado do RJ; já a linha de frente tem cerca de 1.200 km, distância maior que ir de São Paulo à Brasília, ou da capital federal à Salvador.
É sob essa estratégia de mudanças lentas nos mapas da guerra mas ao mesmo tempo muitas baixas que a guerra seguiu desde maio de 2022 até hoje. As grandes fortificações construídas desde 2014 no lado ucraniano são as maiores dificuldades russas, e ao mesmo tempo seu principal alvo, sabendo que ao ultrapassá-las eles terão um caminho muito mais fácil rumo a Kiev. As duas únicas contraofensiva ucranianas consideráveis, entre Kharkiv-Izium-Kupyansk (setembro de 2022) e em Kherson (novembro de 2022) foram seguidas de extensas preparações por parte dos russos em 2023, construindo a “Linha Surovikin”, uma sequência de trincheiras e fortificações que são ocupadas e desocupadas alternadamente, de modo a enganar o adversário e ao mesmo tempo forçar que os avanços ucranianos sigam por caminhos já conhecidos e desejados.
Essas defesas foram essenciais em barrar a última grande contraofensiva ucraniana na região de Zaporíjia em Junho de 2023, queimando muitos suprimentos para obter avanços mínimos sobre vilas estéreis. Mesmo fazendo uso de equipamentos novíssimos, inaugurados naquelas batalhas e de batalhões “de elite” treinados no estrangeiro, os ucranianos sofreram uma grande derrota neste último semestre, ficando profundamente desmoralizados para os países Europeus.
Panorama Atual
Isso serviu de gatilho para aprofundar tensões internas no bloco euro-atlântico, a exemplo da virada de posição da Polônia, que foi de um dos maiores apoiadores da Ucrânia para um dos grandes opositores aos pacotes de apoio econômico-militar, contando inclusive com grandes greves de caminhoneiros e camponeses que bloquearam a fronteira com o país em guerra para qualquer tipo de transporte. A crise também atravessou o oceano, e os Democratas do governo dos EUA são fortemente enfrentados pelos Republicanos sobre a continuidade da guerra (de maneira quase física, a ver a crise do Texas a algumas semanas), e as eleições aparentam ter fortes chances de ver o retorno de Donald Trump à presidência, na promessa de “acabar com a guerra em 24h”.
As últimas notícias sobre o front são, no geral, muito ruins para o ocidente e para o governo ucraniano. Por um lado, o governo Zelensky se vê profundamente desgastado e, pode-se dizer, sobrevive às custas de aparelhos: sem a extensão da lei marcial, eleições gerais devem ser convocadas ao final de Março, e a popularidade do presidente tem caído muito.
Como medida paliativa foi anunciada a substituição do Comandante-em-Chefe do Estado Maior ucraniano, condenando as falhas de Valerii Zaluzhnyi na defesa de Avdeevka e passando o comando para Oleksandr Syrskyi, general conhecido como “O Açougueiro de Bakhmut”, apelido que ganhou não por conseguir infligir grandes derrotas aos russos, mas por massacrar os próprios ucranianos na defesa fracassada da cidade.
Ao mesmo tempo, há forte pressão das forças armadas e de grupos extraoficiais (como o grupo Azov, admitido à estrutura oficial de Brigada de Assalto dentro do exército, mas preservando muita da sua estrutura logística para além da oficialidade) sobre as decisões políticas da nação: a mais recente lei de mobilização, que prevê o alistamento de 600 mil civis para o exército, foi pressionada publicamente à meses pelo grupo Azov e outras facções de extrema direita do país.
Vídeos de civis sendo arrastados pelas ruas ou retirados à força de seus carros pelo exército para cumprir o seu alistamento obrigatório tem se tornado rotineiros. Notícias sobre a deportação de ucranianos refugiados na Europa para serem alistados e irem ao front também vêm surgindo, com as devidas reviravoltas diplomáticas que se tornam necessárias para isso. Em paralelo, há relatos de que há um mercado negro de recrutamentos na Ucrânia, onde por 10 mil dólares pode-se “encomendar” o alistamento de alguém.
Também vieram à tona, nas últimas semanas, uma série de documentos “vazados” de governos das principais potências ocidentais, como Alemanha e Inglaterra, que expõem o planejamento da OTAN para um futuro conflito com a Rússia a partir de 2025. É importante notar que esses “vazamentos” acontecem em conjunto com o anúncio de grandes exercícios militares de treinamento marcados para se iniciar este mês e durar até Maio, tendo como palco os países mais orientais e que fazem fronteira com a Ucrânia e a Rússia - Polônia, Finlândia e o Báltico. É muito provável que ambas movimentações sejam manobras diferentes de uma mesma estratégia: normalizar, na opinião pública européia, o cenário do envolvimento direto no conflito, no mínimo através da colocação de tropas no oeste ucraniano, e vender com mais facilidade a imagem de que “era inevitável a intervenção”.
Ao mesmo tempo, não se pode pensar que, graças ao lado russo representar uma oposição ao principal centro de dominação capitalista mundial hoje, que esta seria uma potência antiimperialista, da mesma maneira que apoiar a França contra a Inglaterra durante a expansão colonial em África no século XVIII não seria antiimperialista, apenas anti-inglês. O papel desempenhado pela União Soviética em sua política externa não é o mesmo da Rússia atual, ainda que em grande medida seus principais inimigos se mantenham, isso pelo simples fato de que houve uma restauração capitalista no país e hoje todos os interesses do estado russo são os interesses da burguesia russa, e não da classe trabalhadora.
A situação na palestina se mostra bastante didática para este fim: em vez de apoiar ativamente a lutas de libertação deste povo do jugo colonial israelense, a Rússia faz vista grossa e tem assumido uma postura amplamente neutra frente ao genocídio palestino. A postura do Iêmen de solidariedade completa com a libertação do povo é diametralmente oposta ao papel que a Rússia, e sua principal sócia, a China, vem assumindo.
Para os comunistas, o posicionamento internacional deve estar diretamente ligado às lutas da classe trabalhadora no estrangeiro, sejam de libertação nacional, seja contra a sua burguesia interna; e o plano interno russo também é muito didático para derrotar as ilusões sobre um “antiimperialismo” russo.
Vimos com o início da “operação militar especial” russa um recrudescimento brutal das leis trabalhistas no território do país, desde a “flexibilização” para o trabalho de menores desde os 14 anos, passando por duras repressões à greves, incluindo o alistamento forçado de sindicalistas e grevistas, e a colocação na ilegalidade de diversos movimentos trabalhistas e comunistas. Ao mesmo tempo, o uso de mão de obra prisional barata nos mais diversos ramos industriais e, especialmente, no exército foi amplamente flexibilizado, com o notável alistamento de dezenas de milhares de ex-prisioneiros russos à companhias privadas como o grupo Wagner e, posteriormente, a inclusão direta deles nas forças armadas russas.
Hoje qualquer mobilização anti-guerra está, de fato, sujeita à lei federal, enquanto cresce o apelo a um discurso cada vez mais chauvinista e militarista tanto em meios oficiais como extragovernamentais no país. Putin, em entrevista recente ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, insistiu no ponto que o povo ucraniano, por compartilhar as mesmas raízes históricas que o russo, tem diferenças artificiais com a Rússia, e que “a Ucrânia foi criada como um estado tampão artificial para atender unicamente os desígnios de Stalin”. É curioso que isso se some com o envio ao front em maior medida de cidadãos etnicamente não-russos (como chechenos, tártaros e buriates) das mais diversas repúblicas autônomas (províncias com grande contingente populacional de não-russos étnicos), que muitas vezes contribuíram até em números absolutos com mais soldados que oblasts (províncias) tipicamente russas.
Soma-se isso ao estreitamento do uso do governo russo de companhias mercenárias nos mais diversos países do terceiro mundo, especialmente em África, como se tornou notório pelo caso dos Wagner. Isso se dá ao mesmo tempo em que se aprofundam as parcerias comerciais com outros adversários burgueses do bloco ocidental, como o Irã, se desenvolve uma relação quase que de subcolônia na Bielorrúsia, Cazaquistão e Síria. Os interesses da burguesia russa são exclusivamente de expandir seus mercados e eliminar competidores, e de nenhuma maneira podem ser confundidos com a postura de internacionalismo proletário da já finada URSS.
Para a classe trabalhadora, tanto do lado russo quanto do lado ucraniano e do bloco ocidental, a guerra só trouxe uma piora nas condições de vida e de luta, e especialmente, maior dificuldade na luta por qualquer questão trabalhista ou política que vá diretamente contra os interesses burgueses de seus países. É claro, essa conjuntura em alguma medida empurra os trabalhadores a choques mais diretos com seus patrões, e há de certa maneira uma crescente no movimento sindical (como já comentado sobre a Polônia, e se faz verdade em diversos outros países), mas a que custo?
Neste sentido, saudamos os esforços dos comunistas italianos e gregos por sua atuação contundente contra o chauvinismo pró guerra, incluindo fortes mobilizações para interromper o fluxo de mercadorias e suprimentos militares através de seus portos e fronteiras. É certo que a atuação dos comunistas nos demais países do bloco ocidental terá desafios, mas também fortes novas oportunidades de romper o marasmo da política social-democrata e denunciar os seus limites, especialmente no cenário de crescente convulsão interna que se vê na Alemanha, Portugal, Polônia, e os grandes protestos camponeses na Holanda, França, Espanha e outros países.
Além disso, a crescente de chauvinismo e xenofobia é um perigo a se atentar, especialmente com o uso já muito notável de mão de obra imigrante barata. Com as crescentes ondas migratórias nestes últimos dois anos, é redobrada a perspectiva de aumentos de jornada, demissões em massa e perseguições trabalhistas que sempre afetam com mais força os imigrantes e povos oprimidos. Portanto, a atenção comunista não apenas à solidariedade internacional para além das suas fronteiras, mas também com relação aos imigrantes dentro das suas respectivas fronteiras nacionais se faz urgente.
Ainda assim, esse trabalho, como na Ucrânia e na Rússia, tem que se dar muitas vezes por meios clandestinos, mas essas são as urgências conjunturais de nossos tempos; o ponto central é que a luta dos trabalhadores contra suas burguesias e em defesa de suas vidas vai, cada dia mais, rumo a uma crescente agitação anti-guerra e em ligação com denúncias à social-democracia e à onda chauvinista. Nos colocamos e nos colocaremos sempre em solidariedade com os movimentos marxistas-leninistas que tiverem essa clareza de visão e não se alinhem aos interesses ideológicos e mesquinhos de suas burguesias locais.