'Uma plataforma de comunicação revolucionária mais independente' (Mateus C.)
O aplicativo do partido será uma ferramenta poderosa para a educação política, a organização partidária e a agitação revolucionária, e, mais importante, de forma mais independente dos monopólios de comunicação burguesa.
Por Mateus C. para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
Nos tempos atuais, o partido enfrenta novos desafios e obstáculos para difundir as suas ideias e mobilizar as massas. Um desses desafios é a dominação dos meios de comunicação pelos grandes monopólios capitalistas, que controlam as redes sociais e os algoritmos que determinam o que as pessoas veem e ouvem. Esses monopólios usam o seu poder para manipular a opinião pública, silenciar as vozes dissidentes e censurar os conteúdos que contrariam os seus interesses burgueses.
Além do mais, tornam a difusão de conteúdo refém de seus algoritmos, que prejudicam o conteúdo revolucionário propositadamente e os mantém restritos à bolhas de militantes com opiniões semelhantes, dificultando a potencialização do alcance.
Também explicitado recentemente, o uso das mídias sociais nos torna vulneráveis a ataques de bots, hackers e, como já ocorrido, ataques coordenados de denúncias, como aqueles realizados pela fração academicista do PCB, em um ato de desespero. Uma conta derrubada significa anos de trabalho e conteúdo perdidos e, muitas vezes, sem possibilidade de recuperá-los, um risco muito alto.
Por isso, o partido precisa criar o seu próprio canal de comunicação, que seja independente, democrático e popular. Um canal que permita ao partido divulgar as suas propostas, denunciar as injustiças, debater os problemas da atualidade e convocar as ações de luta. Que possa alcançar milhares de pessoas, especialmente os jovens, os estudantes, os trabalhadores e os movimentos sociais direta ou indiretamente.
Esse canal deverá ser um aplicativo, distribuído à toda militância. O aplicativo do partido será uma ferramenta poderosa para a educação política, a organização partidária e a agitação revolucionária, e, mais importante, de forma mais independente dos monopólios de comunicação burguesa. O aplicativo permitirá aos usuários acessar os conteúdos do partido, como o seu programa, a sua revista ou jornal, os seus boletins, artes e os seus vídeos, como em qualquer rede social. Além disso, o aplicativo permitirá aos usuários compartilhar esses conteúdos nas redes sociais convencionais, ampliando assim o seu alcance e a sua repercussão. Isso diminuiria a relevância da existência centralizada de contas do partido nas mídias sociais.
A divulgação se daria através de múltiplas páginas descentralizadas e possivelmente nas principais do partido também, juntamente com os perfis dos militantes em si, compartilhando os conteúdos disponibilizados no aplicativo. Se uma página grande cai, o conteúdo ainda chega ao aplicativo, e por sua vez é compartilhado pelos militantes em outras páginas descentralizadas, nas novas páginas criadas para substituir as derrubadas, e em seus próprios perfis pessoais. Sem prejuízo tão grande como na dinâmica atual.
Isso não significa, porém que os conteúdos internos e sensíveis, deverão ser compartilhados em tal plataforma, isso adicionaria uma camada de necessidade de segurança da informação que a tornaria inviável com as condições materiais que dispomos.
Tal plataforma funcionaria efetivamente como uma central de distribuição de conteúdos do partido. Reduzindo, portanto a vulnerabilidade da nossa atuação das mídias sociais.
Sobre custos, existem plataformas como json storage e afins, que permitem armazenamento seguro de informações gratuitamente para serem consumidas pelo aplicativo.
Os conteúdos em si poderiam também ser armazenados em uma plataforma gratuita como o github. E a combinação dos dois métodos poderia nos fornecer uma infraestrutura volátil capaz de suprir as necessidades iniciais.
Manter os conteúdos temporariamente no ar amenizaria os custos e possíveis problemas de armazenamento.
Porém, vale ressaltar que quaisquer dessas plataformas citadas que manteriam a infraestrutura do aplicativo dependem de grandes corporações monopolistas da área da tecnologia, como a Amazon, Google e Microsoft. Por isso, uma estratégia de armazenamentos descentralizados e fáceis de replicar se fariam necessários para evitar derrubadas por parte das grandes corporações.
No horizonte mais longíncuo, com a devida materialidade, a infraestrutura poderia ser migrada para ambientes mais seguros, usando por exemplo, serviços de cloud chineses, peer-to-peer ou possíveis servidores privados do partido.
Outra questão óbvia seria manter tal infraestrutura, um time de militantes de tecnologia e designers deveriam ser destacados para tal tarefa, e manter o aplicativo seria sua tarefa primordial, que incluiria resolver problemas técnicos, dar suporte, replicar ambientes, coletar opiniões e sugestões de melhorias e as executar.
No horizonte da luta de classes, o domínio e autonomia tecnológicos definirão o poderio de agitação de propaganda de um partido revolucionário com verdadeiras capacidades. A luta de classes é também a luta pela tecnologia, e a tecnlogia é também uma arma da revolução.
Saudações camaradas,
Mateus C.