'Uma análise critica a legalidade de um partido revolucionário em um estado burguês' (Kamn)
A tão polemica legalidade da luta revolucionaria nada mais é do que um engodo aplicado pelo estado brasileiro para desarticular a luta revolucionaria pois relega a luta aos termos da lei que nada se preocupa com o proletariado pobre e preto no Brasil
Por Kamn para Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
O Estado Burguês Capitalista tárdio como a Republica Federativa do Brasil será nosso objeto de observação nessa discussão, esse recorte é sobre a realidade democrática apresentada no Brasil pós abertura democrática e a estrutura adotada pela elite politica, para desarticular os movimentos revolucionários que foram perseguidos no período ditatorial vivido entre os anos de 1964 á 1985.
A legalidade vivida hoje pelos partidos ditos revolucionários que temem a perca desse status pouco significante na luta pela construção socialista no território hoje compreendido como Brasil. Isso se dá pela necessidade de segurança politica volúvel que o Brasil apresenta mesmo após a Reabertura democrática, é inegável a instabilidade politica brasileira onde em pleno 2023 as estruturas de estado foram agredidas e ainda sofrem ameaças da extrema direita e da ameaça militar que nos estados latinos americanos possuem a cultura politica de interfererir na politica civil sendo uma das principais ameaças ao estado brasileiro e de seus vizinhos, ao longo da historia não falta estados ditatoriais de cunho burguesa-militar que foram financiados pela elite capitalista mundial.
No Brasil, tão cultural quanto a interferência militar na estrutura democrática é a ameaça direta apresentada pela burguesia, que utiliza de todos métodos possíveis para silenciar a oposição revolucionaria que nada pode fazer pois o estado burguês controla em todos os niveis a estrutura politica do estado, e uma das mais escusas formas de controle apresentadas pelo estado Burguês é a legalidade.
A tão polemica legalidade da luta revolucionaria nada mais é do que um engodo aplicado pelo estado brasileiro para desarticular a luta revolucionaria pois relega a luta aos termos da lei que nada se preocupa com o proletariado pobre e preto no Brasil, financia ataques a periferia, a terras dos povos originários e aos territórios quilombolas, e o povo nada pode fazer se não mobilizações esvaziadas em atos contra o racismo, a lgbtfobia ou a luta por direitos no estado burguês.
O que se apresenta como uma contradição pois a revolução é um ataque direto a o estado burguês de direito que em nada nos representa, a luta pela destruição do Estado Burguês e a construção socialista prevê o conflito e o tensionamento do estado, essa estratégia parece ter sido abandonada pelos partidos revolucionários, isso gerou um dos maiores racha já vivenciado em um Partido Comunista, explicitando as diferenças da teoria e da pratica revolucionaria.
Muito tem se falado de Centralismo Democrático e de Reconstrução Revolucionaria, mas essas pautas se esvaziam quando falta disciplina revolucionária e a unidade de ação, a legalidade se apresenta como forma de aprofundar o distanciamento dos revolucionários pois a interferências e disputas de um estado burguês afasta e coloca as organizações revolucionárias uma contra a outra desmobilizando suas organizações da construção revolucionaria e colocando a disputa por espaço na politica, essa distração é proposital pois coloca a organização partidária revolucionaria como uma organização burguesa mesmo que no principio de ação e organização seja o principio revolucionário, isso se da pois o partido acaba tendo sua atenção voltada para o processo eleitoral onde não e dado espaço em nenhuma instituição burguesa de mídia ou telecomunicação, e caso seja utilizado meios alternativos para a disputa não é possível competir com a estrutura burguesa pois essa detém amplo financiamento que atua diretamente em diversos meios de propaganda dispondo seus recursos para limitar o meio de ação.
Dessa forma leva a necessidade a identificação da real necessidade da legalidade a um partido revolucionario, qual o projeto socialista vamos criar para o Brasil e como vamos chegar a todo o proletariado no Brasil? até quando vamos nos reunir em atos contra racismo, lgbtfobia ou contra os massacres feito pelo estado brasileiro para chorar a morte dos nossos e no dia seguinte continua esses massacres?
Precisamos de um Basta!
A vida é tratada pelo estado brasileiro como um item de luxo que não temos o direito de ter, precisamos reorganizar e orientar nossa politicas de atuação para nossa realidade, até quando ficaremos presos a politicas academicistas que falam muito sobre revoluções mas como Lenin disse uma vez a pratica é o critério da verdade, não podemos esperar, precisamos de ação, e precisamos de politicas revolucionárias eficazes que atendam as necessidades de atuação no Brasil.