'Um foco nos trabalhadores do transporte' (Davi M.)

Camaradas se pretendemos fazer uma revolução nesse país, os caminhoneiros terão que estar do nosso lado, em 2018 tivemos a Greve dos caminhoneiros, lá eles mostraram o quão são fundamentais para a economia brasileira.

'Um foco nos trabalhadores do transporte' (Davi M.)
"Esse meu texto não é uma substituição da união operário camponesa, é somente uma visão de que existem certas áreas que devem ter uma atenção especial, seja porque os trabalhadores estão mais organizados, sua luta é mais urgente, possuem muitos trabalhadores ou como foi o foco desse texto, conseguem fazer uma mudança econômica no país que pouquíssimas conseguem."

Por Davi M. para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Saudações camaradas, tentarei expressar minhas ideias sobre uma das áreas da classe trabalhadora que nós comunistas devemos focar nas atuações para podermos avançar no processo revolucionário brasileiro, esse texto foi planejado inicialmente para falar dos militares, policiais militares e enfermeiros, mas por falta de conhecimento meu sobre essas áreas prefiro não arriscar em falar alguma bobagem, mas convido todos os camaradas que também acreditam que existem certos setores além dos operários que merecem uma atenção especial, a escreverem uma tribuna compartilhando sua visão.

OS TRABALHADORES DO TRANSPORTE

Bom, depois da pandemia da Covid-19, muitos trabalhadores foram para a informalidade para tentar sobreviver, alguns escolheram trabalhar como motoristas de aplicativos, principalmente a Uber e a 99 Táxi, já outros foram para serviços de entregas, como o ifood e outras empresas menores, fazendo com que hoje existem por volta de 2 milhões de pessoas trabalhando para essas empresas que se dizem ser de “tecnologia”, mas que, na verdade, só precarizou o trabalho e ajudou mais ainda na alienação e na expansão do imperialismo norte-americano, já que o discurso de “empreendedorismo” tomou conta deles, os afastando de sua real classe, a proletária. Além dos motoristas e entregadores de aplicativos, temos aqueles que são autônomos e/ou trabalham para empresas brasileiras, geralmente pequena burguesia, como uma pizzaria ou restaurante que não seja de franquias multimilionárias, esses às vezes possuem até a carteira assinada, mas ainda sim são proletários muito marginalizados, já falando dos taxistas e mototaxistas esses devem ser melhor analisado por nós, pois acredito que são poucos os militantes que sabem falar sobre suas realidades, principalmente pós-chagada dos aplicativos já citados, tudo que eu, e acredito que a maioria também deva saber sobre eles ainda é muito genérico, trabalham muito, recebem pouco, até o momento não tenho conhecimento do que poderíamos usar de específico para convencer eles a estarem ao nosso lado. Ainda temos principalmente nas capitais e grandes cidades a classe dos metroviários e rodoviários que recentemente receberam apoio do PCB-RR nas greves em São Paulo, esses são os trabalhadores que praticamente são todos empregados do grande capital nacional e internacional, esses são os que possuem uma organização sindical mais forte conseguindo realizar uma grande greve no estado mais importante pro capitalismo brasileiro, e de certa maneira ainda obtiveram um grande apoio da população de São Paulo, obviamente não são todos os estados nem todas as cidades que conseguirão ter sindicatos ou associações fortes como a de SP, ainda temos esse problema gigantesco no proletariado brasileiro no geral. Por fim gostaria de citar a talvez área mais importante do transporte brasileiro, e também a mais reacionária dentre as mencionadas, os caminhoneiros, camaradas se pretendemos fazer uma revolução nesse país, os caminhoneiros terão que estar do nosso lado, em 2018 tivemos a Greve dos caminhoneiros, lá eles mostraram o quão são fundamentais para a economia brasileira, como nosso país não teve um foco na construção de ferrovias para o desenvolvimento do capitalismo, basicamente todo o nosso transporte para fora da costa é feito por caminhão, então quando eles entraram em greve exigindo a diminuição dos preços dos combustíveis, conseguiram fazer algo que pouquíssimos setores conseguiram, paralisar todo, mercados não foram abastecidos, posto de gasolina paralisados, escolas paralisadas tirando alguns setores que tinham mercadoria o suficiente, e os pequenos produtores rurais, todos foram impactados de alguma forma nessa paralisação, e nem preciso falar o quanto isso é importante para o nosso projeto, obviamente o trabalho pela hegemonia ideológica nesses setores deverá ser mais priorizada e estudada já que muitos se identificados com o bolsonarismo.

Por fim gostaria de falar para não haver dúvidas, esse meu texto não é uma substituição da união operário camponesa, é somente uma visão de que existem certas áreas que devem ter uma atenção especial, seja porque os trabalhadores estão mais organizados, sua luta é mais urgente, possuem muitos trabalhadores ou como foi o foco desse texto, conseguem fazer uma mudança econômica no país que pouquíssimas conseguem.