'Twitter Files: a liberdade de expressão para a extrema direita e a nossa atuação nas redes sociais' (Cabra)
A audiência pública sobre o Twitter Files deixa explícita um fato conhecido pela maioria dos comunistas, mas ainda pouco debatido: as redes sociais, especialmente aquelas sediadas em países imperialistas, servem como um aparato da burguesia para desestabilizar governos."
Por Cabra para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
A audiência pública sobre o Twitter Files deixa explícita um fato conhecido pela maioria dos comunistas, mas ainda pouco debatido. As redes sociais, especialmente aquelas sediadas em países imperialistas, servem como um aparato da burguesia para desestabilizar governos, principalmente criando desordem e confusão no debate político, e disseminando de forma massiva a ideologia capitalista. Vale a pena planejar com cautela como vamos atuar nesses espaços.
O que é o Twitter Files: “Twitter Files” é um termo criado para vazamentos de informações que comprovariam que funcionários do FBI, teriam influenciado a propagação de informações na plataforma, restringindo o alcance de contas, abafando histórias envolvendo o filho de Joe Biden. A narrativa sustentada pela direita estadunidense tem o objetivo de comprovar um suposto viés de esquerda no funcionamento da rede social. A polêmica americana se inicia em 2020, três semanas antes da eleição presidencial.
Twitter Files Brasil: Nos últimos meses a polêmica começou a ser exportada para o Brasil. O jornalista americano Michael Schellenberger divulga e-mails de funcionários do Twitter questionando as decisões do STF que determinam a exclusão de conteúdos. Segundo o jornalista, Alexandre de Moraes estaria excluindo hashtags como #VotoDemocraticoAudiutável #BarrosoNaCadeia, exigindo dados pessoais de usuários que disseminam fake news e as políticas de diretrizes da plataforma foram usadas para prejudicar a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro.
Jornalistas envolvidos
David Ágape: Se descreve como jornalista freelancer, fundador do site “A Invetigação”. Ágape é bolsonarista, adepto de teorias da conspiração. Sua página diz combater a militância dentro do jornalismo, trazendo investigações que seriam abafadas pela mídia tradicional.
Michael Schellenberger: Jornalista americano, narra sua juventude a modo de fazer parecer que era um jovem de esquerda. Diz que se mudou para a Nicarágua aos 17 anos para ajudar os sandinistas (eu - autora da tribuna -, não achei evidências dessa informação, achei uma palestra do TEDx Talks em que ele diz ter se mudado para a Nicarágua em uma missão de paz e diplomacia). Em 1994 se mudou para São Paulo onde entrevistou Lula, figura que alega ter admirado durante a juventude. Se diz profundamente decepcionado com as ações de Lula pela censura no Brasil. Se diz curado do socialismo de sua juventude.
Eli Vieira: Biólogo de formação, tendo mestrado em Cambridge e premiações nessa área acadêmica. Diz ter se tornado jornalista na Gazeta do Povo, por acidente.
Audiência Pública do dia 11/04: Argumentos utilizados para a defesa de fake news e neonazismo.
No dia 11 de abril ocorreu a audiência pública sobre Twitter Files Brasil. Com um plenário dominado por parlamentares de direita, a audiência marcada às pressas, teve como objetivo fortalecer uma narrativa sobre o Governo Brasileiro estar cerceando a liberdade de expressão de seus cidadãos. Um teatro narrativo é montado em torno de convencer o público de que estamos prestes a entrar numa ditadura, e a censura se mascara com o nome de “PL das fake news”, “politicamente correto” e “gabinete do amor”, e é criado sentimento de que temos que agir rápido antes que toda nossa liberdade esteja cerceada.
A partir daqui vou explorar alguns argumentos e estratégias retóricas usadas pela direita para defender a difusão de notícias falsas e o ataque às minorias. É preciso ter em mente que esses argumentos estão sendo preparados para inviabilizar a aprovação de leis mais severas para conter a difusão de fakes news, permitir a circulação livre de ataques racistas, misóginos, transfóbicos, lgbtfóbicos, e mais que isso, lançar uma narrativa internacional sobre a formação de um governo ditatorial no Brasil. Apesar de isso parecer não nos afetar agora, existe uma tentativa americana de exportar o conceito de “liberdade de expressão individual irrestrita”, a modo de alterar a lei brasileira para facilitar a intervenção de redes sociais no processo eleitoral, não só no Brasil, como em outros países. Por parte da equipe de advogados de Jair Bolsonaro, já existe uma intenção de estudar o caso para tentar reverter a inelegibilidade do ex-presidente.
Assistindo a audiência identifiquei quatro argumentos principais, por mais que pareçam ilógicos, esses argumentos podem ser armadilhas retóricas para confundir alguém leigo na discussão. A ideia de questionar o que é a mentira, ou “como o governo pretende proibir a mentira” comparando uma criança que mente para faltar à escola, com disparos de notícias falsas operados e robôs financiados por milionários, está sendo usada para que a permissão para o uso dessa “forma de campanha eleitoral”, não seja proibida, assim ganha quem tiver mais dinheiro.
1. A velha história do Grande Irmão
A coisa que me dá mais raiva, é a ideia de que precisamos censurar para proteger a democracia, isso é totalmente Orwelliano” - M. Schellenberger (11:30)
A velha tática dos liberais de usar a anedota de 1984 de George Orwell, nunca é descartada e jamais fica velha. A ideia de que uma ditadura dá sinais claros antes de ser instaurada, e só um bobo como eu ou você não notamos a gravidade, ou que estamos reféns de uma figura onipotente, que consegue vigiar a todos, como Alexandre de Moraes, pode parecer engraçada, mas na verdade ela é trágica.
David Ágape inicia sua fala dizendo que a defesa da liberdade de expressão não se trata de um debate entre direita ou esquerda, mas sim uma defesa dos mais básicos direitos humanos. Embora nenhum representante de esquerda tenha sido convidado para estar presente na audiência ou fazer fala, mostrando uma velha tática da direita de instrumentalizar pautas consideradas “neutras” pelo senso comum, depois acusar a esquerda de promover a polarização do debate. A todo momento existe o intuito de parecer que não estão defendendo a direita ou a esquerda, mas sim, a verdade.
A partir disso, utiliza-se narrativas que ditaduras não começam repentinamente, mas sim vão dando passos curtos até se estabelecerem. O PL das fake news seria uma forma de censura mascarada, uma tentativa do Governo de controlar o pensamento das pessoas, baseado numa perspectiva pessoal do que Lula e Alexandre de Moraes acham certo ou errado.
Organograma de como Ágape diz funcionar o “complexo da censura”:
Gabinete do amor: A página coordenada por psolistas, “gabinete do amor”, que servia para levar engajamento para postagens de esquerda no período eleitoral, em contraposição ao gabinete do ódio, seria parte de uma ideologia de censura do Governo Lula. Michael Schellenberger que fala logo depois de Ágape, alega que antes do Twitter ser comprado por Musk, a rede social seguia a “agenda woke”, e colegas eram censurados por não utilizar o pronome certo com pessoas trans. (1:17:06 minutagem da Audiência)
Durante toda a audiência os políticos bolsonaristas endossam uma narrativa de que Ágape e Schellenberger estão em perigo, que suas integridades estão em risco e suas famílias precisam ser protegidas. Em dado momento, é dito que Schellenberger precisa ser protegido até no aeroporto, ou que deveria ser acionado o serviço de proteção à testemunha.
As fake news existem, são um problema e só serão combatidas com a verdade:
“Tivemos séculos de democracia com pessoas reclamando do processo democrático e ainda temos democracia, mas agora eles querem censurar as reclamações sobre as eleições” M. Schellenberger (1:20:17)
Está implícito, nesse trecho, a ideia que os americanos têm de seu próprio Estado. Desde 1776, ano da independência americana, existiria uma democracia perene e inabalada, que apesar de ter sofrido transformações, seus princípios se mantiveram sempre os mesmos. Isso não é realidade, a democracia liberal em todas as partes do globo sofre turbulências, podendo ter avanços ou retrocessos quando confrontada com os interesses do capital. A ideia abstrata de democracia como “soberania popular” ou “liberdade de expressão” não se concretiza na realidade.
A permanência da democracia liberal não acontece sem o uso da força física e da censura. A censura para os comunistas brasileiros, é uma realidade em todos os governos. Durante essas crises cíclicas engendradas pelo sistema capitalista, a mesma liberdade de expressão defendida pelos liberais tende a ser extremamente reduzida, manifestações são duramente reprimidas, sindicatos são enfraquecidos e ataques na educação, onde ocorre a formação do pensamento crítico, são deliberados pela iniciativa privada. A esquerda moderada nesses momentos volta-se a defender a institucionalidade, buscando proteção para si própria. Esse tipo de censura e retaliação às forças de esquerda, não causa alarde nenhum em liberais defensores da liberdade de expressão.
Durante março desse ano, livros como o Avesso da Pele, de Jefferson Tenório, foram recolhidos de escolas públicas a pedido de cinco governadores bolsonaristas. O que tem nesse livro que não poderia ser lido por adolescentes de escola pública? O Avesso da Pele trata de racismo, violência policial e as inumeráveis aflições de um jovem racializado na periferia. Mesmo tendo ganhado o prêmio Jabuti, esses temas nunca estão livres de censura. A liberdade de expressão capitalista é, na verdade, uma ditadura da ideologia capitalista.
Nesse argumento, também está presente uma ideia de que as pessoas teriam acesso às mesmas informações, na mesma intensidade, o lado A e o lado B. Essa não é a realidade do Twitter. A rede social se propõe a criar bolhas, onde só é recebido aquele conteúdo que a rede social julga ser preferência para determinado perfil. E mesmo se fosse possível expor o lado A e B na mesma intensidade, não faria o menor sentido expor histórias inventadas e verdadeiras as pessoas para que decidissem no que acreditar.
A proibição das fake news geraria mais desconfiança entre o povo, pois “se a verdade é tão explícita e tão forte” , porque teríamos que proibir a mentira?
“Uma vez a casa branca pediu ao facebook para censurar pessoas que estavam reclamando de efeitos colaterais de vacinas em suas crianças. Os executivos do facebook disseram à Casa Branca que não censurariam, porque segundo eles, censurar iria aumentar as suspeitas sobre as vacinas. Por que as pessoas pensam: Se as vacinas são tão boas, por que tem censura?” - M. Schellenberger (1:42:54)
Aqui se inverte a realidade, a desconfiança da vacina existe pela difusão de notícias falsas e o conflito de narrativas, não pela ausência deles. A maioria das histórias de efeitos colaterais ou mortes em razão de vacinas que circulam na plataforma nunca foram comprovadas, em sua maioria, foram totalmente criadas. O argumento é colocado sob o véu de permitir um debate científico. Para a ciência, é saudável questionar os resultados se algo não ocorre como o esperado, certo? Sim. Mas os resultados só podem ser questionados com fatos concretos, não inventados.
Só existiria debate científico se as duas partes tivessem conhecimento necessário sobre o que está sendo tratado, seus métodos e processos para a chegada do resultado. O que presenciamos na pandemia, foram diversas pessoas leigas a respeito da produção de vacina acreditando em histórias falsas de como a vacina teria sido feita e os problemas colaterais de sua aplicação. A repetição massiva de histórias falsas no senso comum gera desordem no debate das redes, pois quase tudo nas redes sociais é narrativa, não experiência científica.
O 8 de janeiro foi apenas um problema de segurança
“Jornalistas brasileiros dizem que precisamos censurar as pessoas que questionam o processo eleitoral por conta do 8 de janeiro, porém isso é uma loucura, não havia segurança suficiente, é por isso que o 8 de janeiro ocorreu” - M. Schellemberger (1:19:00)
“Acredito que precisa de segurança, policiais para proteger as pessoas no mundo real, não precisamos dos policiais para proteger as palavras e para monitorar as palavras. É uma coisa muito creepy.” - M. Schellemberger (Ata da reunião)
Nas falas existe uma ideia de que o mundo virtual e real, são totalmente dissociados, e não podem realmente se influenciar, por mais irônico que seja dizer isso numa audiência pública sobre o Twitter. Se os Estados Unidos levassem isso como verdade, não faria sentido discutir sobre banir o TikTok no país, porém a argumentação bolsonarista não se preocupa em fazer sentido em todos os contextos, tem apenas o objetivo de prover um jargão rápido que possa parecer lógico que para os bolsonaristas disseminem suas ideias.
A internet se tornou o principal meio de comunicação da atualidade, e a comunicação por si só tem como objetivo principal influir sobre a realidade. A medida que a difusão rápida de notícias para todas as pessoas do globo se torna um problema, a censura de postagens de apoio à palestina, ou que denunciam o racismo se tornam realidade dentro da Meta. As redes sociais se tornam uma arma política para o imperialismo, seja pelo bombardeio de propaganda ou pelo roubo de dados. Países como China e Rússia que trabalharam em popularizar redes sociais próprias, conseguem de certa forma blindar uma grande parte dos seus cidadãos do roubo de dados por nações estrangeiras.
Para a argumentação da direita, os atos do dia 8 de janeiro, que ameaçaram o curso normal da democracia liberal, não teria sido conduzida por ideias e sim por loucura, e uma grande falha na segurança do atual governo. Isso oferece uma brecha para que os políticos bolsonaristas tenham a alma lavada dos atos do dia 8 de janeiro. Não é recente a narrativa que tira o foco dos bolsonaristas e coloca a segurança dos prédios das instituições estatais como o fator principal para o 8 de janeiro. Essas ideias foram repetidas incansavelmente na CPMI dos atos do dia 8 de janeiro. Um problema de segurança pontual tira o foco da participação do exército brasileiro e diversos políticos de direita que estão hoje no congresso, e tenta incutir um pensamento de que tomar a democracia é apenas tomar os prédios.
A defesa da liberdade de expressão irrestrita é uma defesa da violência
No que se baseia a defesa da liberdade de expressão da extrema direita e o bolsonarismo?
“Desenvolver uma casca grossa diante de palavras ofensivas é uma exigência da democracia. É um dever dos cidadãos participantes de uma democracia tolerar palavras ofensivas contra si - claro que com limites -, mas a mera ofensa subjetiva não deveria ser codificada em lei.” Eli Vieira (12:40 horário em que foi dito, Ata da reunião)
A defesa da liberdade de expressão pela extrema direita é a defesa do direito de praticar a violência. Todos deveriam ter o direito de ofender pelos mais diversos termos, aqueles que se sentirem ofendidos, não sabem viver no jogo democrático, ouvir suas reclamações seriam um ataque à liberdade individual. A defesa da violência em nossa sociedade não é abstrata, porque não são todos que têm como praticá-la. Apesar de existir entre a classe trabalhadora diversas contradições que resultam em variados tipos de violência, só existe uma classe que detém o poder de sobrepor sua força agressora sob todas as outras, detendo o monopólio da violência, a burguesia.
A ideia de descriminalizar ofensas racistas, machistas, transfóbicas, lgbtfóbicas e contra PCDs traz consigo uma força de dominação atroz para com as classes excluídas. Sem uma lei que regule o espaço da internet, discursos contra minorias continuarão a ser disseminados em larga escala, auxiliando grupos de extrema direita, continuando a fazer vítimas. O PL das fake news foi derrotado no congresso, algo que tem passado despercebido entre as esquerdas é que estamos tão vulneráveis hoje, quando estávamos na eleição de 2018 e 2022. O uso de robôs foi tão deliberado, que a maioria de nós que vive em nichos de esquerda dentro do Twitter se deparou com eles. Já está mais do que claro que as eleições de 2026 para a direita, começam a ser preparadas agora.
“Em 1977, a Corte Suprema dos Estados Unidos resolveu que os nazistas podiam fazer manifestação num bairro dos judeus. É uma coisa incrível. Eu me senti chocado no momento em que eu aprendi essa história. E não foi somente um bairro de judeus, mas de sobreviventes do Holocausto. Uma coisa incrível! É para entender nosso compromisso com a liberdade nos Estados Unidos.” - M. Schellemberg (Horário 11:33. Ata da Reunião)
Efeitos colaterais
Existem diversos camaradas que tratam o Twitter como um espaço de militância e disputa de linha política. Nas semanas próximas aos congressos estaduais, diversos perfis se envolveram em discussões, debates, muitas vezes deixando nítidos atritos pessoais. Alguns camaradas tentam fazer uma discussão aberta com outras forças, procurando explicitar falhas na atuação ou linha política dessas organizações, algo que com frequência termina em discussões longas e pouco frutíferas. Outra prática comum é a ridicularização de tribunas sem entrar num debate aprofundado, seja por militantes do RR ou pessoas de fora.
Embora eu não acredite que deixar o Twitter seja um caminho efetivo para mitigar tais problemas, existem alguns fatores que devemos nos atentar. Primeiro, sendo o Twitter banido ou não, a atuação militante de esquerda na plataforma vai ser cada vez menos amplificada. Isso já está sendo sentido por diversos perfis que na última semana notaram uma perda vertiginosa no número de seguidores. Segundo, embora todas as plataformas de rede social vendam nossos dados, a posse do Twitter sobre nossos dados é potencialmente mais danosa. Elon Musk vem trabalhando para tornar a rede social uma fortaleza da extrema direita, não será incomum que perfis de esquerda caiam ou sejam banidos por infringir as diretrizes da plataforma.
Em terceiro, é necessário considerar que a nossa identidade militante no Twitter - símbolos de foice e martelo, emojis, bandeiras de determinados países - utilizados por grande parte da militância, podem ser facilmente apropriados por contas não comunistas, que inclusive podem alegar ser da nossa organização, e se utilizar do alcance que tem entre pessoas de esquerda para tumultuar o debate. Não podemos desconsiderar a possibilidade que notícias e perfis falsos sejam usados para confundir nossa militância.
Defendo que a polêmica pública é boa para a organização e o movimento comunista como um todo, logo após o racha notamos uma melhora instantânea no compartilhamento de ideias e acúmulos das mais diversas regiões do Brasil. Porém, até agora não vi um debate mais aprofundado sobre como isso se dá nas diferentes redes sociais. No máximo vejo utilizarem a vida de Marx que foi um polemizador, ou trechos em que Lênin se refere de maneira ríspida à camaradas como exemplo de como se davam as polêmicas públicas e quão enérgicas poderiam se tornar. Mas nada que se aproxime a tentar entender nossa atuação no Twitter ou se a polêmica dentro do Twitter realmente nos conduz a uma melhoria do debate.
Quantas vezes nossos tweets realmente furaram a bolha da esquerda radical? Quantas vezes a lógica de engajamento da plataforma deu muito mais visualizações às tribunas problemáticas, do que aquelas realmente úteis? Quais ganhos qualitativos de envolver o nome da organização em disputas de opiniões pessoais? Seria ético agitar pela adoção de determinado autor durante a etapa estadual, a fim de fortalecer uma linha para o congresso de algo que sequer é discutido? Cada um tem o direito de utilizar suas redes sociais da forma que acha mais apropriado, porém quando se envolve o nome da organização não temos uma atuação unificada, em regra geral cada perfil agita pela linha que acredita pessoalmente ser a mais avançada. Quem frequenta o Twitter de esquerda radical já consegue notar que o RR parece um aglomerado de tendências difusas.
Ressalto que existe uma atuação importante nos perfis que buscam trazer informação, organizam fios educativos sobre o comunismo e temas relacionados. Esses perfis desempenham um papel significativo na disputa do usuário comum, embora exista uma tendência que nossos conteúdos tenham o alcance cada menos amplificado. Porém, nossa atuação em polemizar no Twitter não parece ter trazido grandes avanços, e de certo modo prejudicado o nosso movimento, expondo atritos entre militantes ás mais diversas pessoas e aparentando desorganização e indisciplina interna. Não é possível proibir que nossos militantes tenham contas no Twitter, mas é possível que reflitamos sobre o modo que agimos, para trazer mais qualidade à nossa atuação, especialmente num ambiente que terá tendência a se tornar cada vez mais hostil às esquerdas.
Referências:
Reunião da comissão:
https://legis.senado.leg.br/comissoes/reuniao?0&reuniao=12480&codcol=2614
Apresentação de Power Point utilizada por Ágape
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento/download/030f29e8-397a-4104-b0e2-145bf3820d9c