Trump declara março como mês das “fêmeas biológicas”

Em novo decreto contra a população LGBTI+, o presidente dos Estados Unidos define mulheres como “biologicamente fêmeas”.

Trump declara março como mês das “fêmeas biológicas”
Presidente americano assina decreto sobre dia das mulheres na Casa Branca. Foto: RTE.

Por Redação

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump assinou um decreto na última quinta-feira (06) em que define o mês de março de 2025 como o mês da história das mulheres. A Ordem Executiva, cujo texto foi publicado na íntegra no site oficial da Casa Branca, fala em “proteger mulheres e meninas do extremismo de gênero”, em mais um ataque à população LGBTI+, especialmente mulheres trans.

Sem apresentar qualquer evidência, o presidente alegou que “ideologias radicais” “devastam famílias ao doutrinar nossos filhos e filhas” e que busca proteger os “valores da família”.

Tornando a provocar pânico moral contra a população transgênero, Trump exaltou suas políticas danosas à essas pessoas já implementadas, como a alteração forçada do campo “gênero” em formulários governamentais e passaportes, além da proibição de que atletas trans compitam em esportes na mesma categoria que as mulheres cisgênero.

O documento, assim, retoma a definição de mulheres como “fêmeas biológicas”, bem como de homens enquanto “machos biológicos”, dizendo protegê-las das “ideologias radicais” supostamente promovidas pelo governo anterior. No caminho oposto de garantir os direitos das mulheres de acesso a procedimentos seguros de aborto, Trump também destacou medidas de seu governo para facilitar o acesso à fertilização in vitro, afirmando mais uma vez que “nunca vai parar de lutar pelas mulheres e famílias da América”.

Em 2023, um júri federal condenou o presidente americano, declarando-o culpado de abuso sexual e difamação num processo movido pela escritora e jornalista E. Jean Carroll. Ela alegou que Trump a havia estuprado em 1996. Outras duas mulheres testemunharam neste julgamento também terem sido vítimas de assédio sexual por Trump, em 1979 e 2005. A defesa de Carroll apresentou ainda um trecho do programa de televisão Access Hollywood, de 2005, em que o presidente dos Estados Unidos afirmou que as mulheres “historicamente” o permitem “agarrá-las pela vagina”, demonstrando seu comportamento predatório e violento. Em dezembro de 2024, um tribunal federal de apelações rejeitou o recurso da defesa de Trump, confirmando sua condenação e uma indenização de US$ 5 milhões.