Trabalhadores terceirizados da rede municipal de educação de Belo Horizonte entram em greve pela redução da jornada

Reunidos na última quinta-feira, a categoria declara greve a partir de segunda-feira (24/02) pelo fim da escala 6x1, por 30h semanais e reajuste salarial.

Trabalhadores terceirizados da rede municipal de educação de Belo Horizonte entram em greve pela redução da jornada
Assembleia dos Trabalhadores no dia 20 de fevereiro em Belo Horizonte/MG - Foto: O Futuro

Por Redação

Nesta quinta-feira (20/02), trabalhadores terceirizados da rede municipal de educação de Belo Horizonte deflagraram greve com início na próxima segunda-feira (24/02). Reunidos em Assembleia na Praça Afonso Arinos pela manhã, a categoria recusou a proposta de reajuste salarial que consideram insuficiente e que, ainda sem resposta às tentativas de negociações com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Minas Gerais Administração e Serviços (MGS), permanece inalterada. Aprovada a greve, a Assembleia finalizou com um ato que ocupou a Av. Afonso Pena em frente à Prefeitura.

Essa luta está mobilizando milhares de trabalhadoras e trabalhadores que reivindicam a redução da jornada e melhores condições de trabalho e salário. Atualmente, a rede paga os piores salários da região metropolitana, a jornada de trabalho é de 44h semanais e os regimes variam entre a escala 5x2 e, para os porteiros e trabalhadores da limpeza, a 6x1. Em consequência a um amplo calendário de mobilizações e com o irrompimento da greve, o setor avança em suas reivindicações e protagoniza uma das maiores mobilizações na história recente da capital mineira.

Ainda em dezembro do ano passado, a categoria organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH) rejeitou a proposta apresentada pela MGS que submetia o reajuste à inflação acumulada até a data-base de janeiro de 2025. A contraproposta apresentada pelo Sindicato, deliberada em Assembleia (17/12) reivindica: o reajuste salarial com recomposição da inflação previsto mais 10% de ganho real; a equiparação salarial com trabalhadores da MGS que exercem funções similares em outros setores; reajustes diferenciados para os cargos de auxiliares; a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução salarial e o fim da escala 6x1.

Em 29 de janeiro de 2025, o setor paralisou para a realização da Assembleia de construção da Campanha Salarial, com cerca de 2 mil trabalhadores, que consideraram igualmente insuficiente a proposta da PBH: a categoria exige 14,8% de reajuste, ao invés dos 7% apresentados, e reafirma seu compromisso com a luta pela redução da jornada de trabalho. No dia 12 de fevereiro, a categoria realiza uma assembleia histórica, com mais de 4 mil trabalhadores que, diante da ausência de resposta da PBH e MGS, construíram um calendário de mobilizações com indicativo de greve para o dia 24 de fevereiro, caso não tivessem suas reivindicações atendidas.

Ato Nacional pelo Fim da Escala 6x1 no dia 16 de fevereiro em Belo Horizonte/MG - Foto: O Futuro

O terceiro Ato Nacional Contra a Escala 6x1, em 16 de fevereiro, mobilizou centenas de pessoas em Belo Horizonte. A manifestação, que iniciou com a concentração na Praça Sete, caminhou até o Shopping Cidade na região central, recebendo amplo apoio dos lojistas e demais trabalhadores no local. O ato finalizou com falas das organizações, movimentos e partidos presentes, em solidariedade à luta dos trabalhadores terceirizados em Belo Horizonte e a todas as outras categorias em luta pela redução da jornada de trabalho e pelo fim da escala 6x1.