Trabalhadores de TI pelo Fim da Escala 6x1 e por uma jornada de 30h semanais

Nota política do PCBR em São Paulo

Neste último período, os trabalhadores de TI enfrentaram o constante medo das demissões em massa, uma prática cada vez mais comum nas empresas do setor. Além disso, sofremos com o aumento da precarização do trabalho, com a pejotização se tornando a norma, enquanto os lucros e investimentos das empresas batem recordes, ficando atrás apenas dos EUA, China e Japão.

Mais recentemente, temos visto um crescimento significativo da luta em torno de uma pauta fundamental para a classe trabalhadora: o fim da escala 6x1, a implementação da escala 4x3 e a redução da jornada para 30 horas semanais, sem perda de salário. Essa é uma demanda crucial para os trabalhadores de TI, especialmente aqueles nas áreas de suporte, atendimento, controle de qualidade e desenvolvimento, que enfrentam condições cada vez mais precarizadas com jornadas exaustivas que afetam diretamente a qualidade de vida de todos e coloca em risco a saúde física e psicológica dos trabalhadores como mostram os inúmeros e crescentes casos de adoecimento psíquico.

Neste cenário, o maior sindicato de tecnologia do país, o Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (SINDPD), em uma nota recente, defendeu o fim da escala 6x1, mas vem ignorando completamente as demandas por uma nova jornada de trabalho, com menos horas semanais e melhores condições para a categoria. O sindicato não convocou nenhuma assembleia, plenária ou mobilização efetiva, como o Ato Unificado de Luta pelo fim da escala 6x1, marcado para o dia 15/11. Isso é mais um reflexo de uma prática histórica do SINDPD: ao longo dos anos, ao tentar enfrentar os ataques aos trabalhadores, o sindicato tem se alinhado consistentemente à via da institucionalidade e judicialização burguesa, adotando um papel meramente reativo, em vez de ser uma ferramenta de mobilização ativa para os trabalhadores de TI. Ou seja, o sindicato, em vez de impulsionar a luta por avanços, têm se conformado com a defesa mínima e anunciado isso como grandes vitórias.

A recusa, durante anos, em massificar as lutas e em mobilizar as massas resultou em uma categoria desorganizada e sem articulação! Por isso, defendemos que, neste momento, o SINDPD e outros sindicatos têm o dever de agir para mobilizar suas bases e ir além da defesa da escala 6x1. A luta pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e pelo fim da jornada 6x1, com a implementação de uma escala com 4 dias de trabalho por semana, são exigências urgentes e essenciais para garantir uma melhoria real nas condições de vida e trabalho dos trabalhadores de TI. Por isso, nós, do PCBR, convidamos todos os trabalhadores de TI a somarem forças no Ato Nacional pelo Fim da Jornada 6x1. Em São Paulo, o ato será realizado no MASP (Av. Paulista) às 09h!