Trabalhadores de Gravataí fundam comitê unitário pela redução da jornada de trabalho

A longo prazo, essa luta deve se desdobrar na construção de organizações mais sólidas e duradouras da classe para a organização das categorias, como sindicatos e associações em Gravataí.

Trabalhadores de Gravataí fundam comitê unitário pela redução da jornada de trabalho
Reprodução/Foto: Giro de Gravataí.

Por Redação

No fim de novembro, trabalhadores e organizações de esquerda se reuniram em uma assembleia contra a escala 6x1 na cidade de Gravataí (RS), onde fundaram o Comitê Gravataí Contra a 6x1 e firmaram sua unidade programática pela redução da jornada de trabalho na cidade.

A cidade de Gravataí necessita da organização dos trabalhadores. Dentre tantas contradições da classe trabalhadora na cidade, existe o domínio completo da burguesia local, fortalecida por sua influência nos órgãos públicos, como prefeitura e sindicatos patronais, potencializando o avanço de sua exploração contra nossa classe, muitas vezes se utilizando de dinheiro público para aumentar seus investimentos e seus lucros. Neste cenário, no entanto, há muitos anos não havia a construção unitária de uma maior fatia dos setores de esquerda e revolucionários para potencializar a luta e organização contra o domínio dos ricos.

Frequentemente, os trabalhadores mais conscientes, caso quisessem se organizar e lutar politicamente, tinham que ir para Porto Alegre (RS), onde a movimentação política é mais ativa. Reconhecendo essa situação e com a intenção de fortalecer a interiorização e a abrangência do movimento proletário, o PCBR, em conjunto com outras organizações de esquerda, como a Luta Operária, PSTU, PSOL e PT, e com presença ativa de trabalhadoras e trabalhadores independentes, iniciou na cidade movimentações para organizar a luta pela redução da jornada de trabalho.

Na plenária, realizada em 24 de novembro, os presentes ressaltaram a necessidade de não abandonar as bandeiras programáticas das organizações, mantendo a independência política dos membros do Comitê e demonstrando o caráter de esquerda e radical da movimentação. Além disso, houve o acordo de que a luta não pode se deter no fim da escala 6x1, mas avançar e se fortalecer no caminho da redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução salarial! Firmes no princípio da democracia proletária, o PCBR apontou a necessidade de constantes debates e mobilizações, mantendo a unidade política dos trabalhadores nessa luta, sem permitir aventuras oportunistas.

Para o PCBR, esse é somente o início da luta em Gravataí. O Partido afirmou que é necessário que este comitê unitário se desdobre enquanto referência para as trabalhadoras e trabalhadores gravataienses, que vejam nele uma forma de potencializar sua organização e encontrar seu papel protagonista na luta de classes local. Potencializando denúncias trabalhistas, análises locais, ações de mobilização e reuniões nos locais de trabalho, devem ser organizadas bases de trabalhadores em todos os locais da cidade para lutar em unidade, tomando o protagonismo do debate público.

A longo prazo, essa luta deve se desdobrar na construção de organizações mais sólidas e duradouras da classe para a organização das categorias, como sindicatos e associações em Gravataí. Para isso, é incontornável o debate da segurança nos trabalhos do Comitê, que deve se manter firme na defesa dos interesses da classe e da organização de trabalhadoras e trabalhadores não organizados, provendo espaços seguros onde consigam se manter orgânicos e ativos no movimento sem sofrer represálias da burguesia.