Trabalhadores da seguridade social realizam greve histórica e ocupam a presidência do INSS

Com ocupação histórica na presidência do INSS em Brasília nos dias 4 e 5 de setembro, trabalhadores lutam por melhores condições salariais e de trabalho.

Trabalhadores da seguridade social realizam greve histórica e ocupam a presidência do INSS
Fonte: FENASPS

Por Redação

Após mais de 50 dias de greve, os trabalhadores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) protagonizaram uma ação histórica ao ocupar a presidência do órgão em Brasília, nos dias 4 e 5 de setembro de 2024. Esta medida ousada foi uma resposta direta à brutal retaliação do governo, que judicializou a greve, impôs descontos severos e tentou marcar faltas injustificadas. A Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS) e o Comando Nacional de Greve (CNG) utilizam a ação para sublinhar a urgência de uma negociação real e reivindicar justiça social e respeito aos direitos dos servidores.

O INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é um pilar fundamental da seguridade social brasileira, responsável por garantir benefícios essenciais para milhões de trabalhadores e suas famílias. Fundado em 1990, substituindo o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS), o INSS administra aposentadorias, pensões por morte, auxílio-doença, salário-maternidade, e diversos outros benefícios que asseguram a dignidade e a segurança dos trabalhadores em momentos de fragilidade. Contudo, o atual governo tem promovido um ataque sistemático a este importante órgão, vinculando-o ao desmonte mais amplo da previdência social.

A Reforma da Previdência, aprofundada pelo Novo Teto de Gastos, é uma tentativa clara de desmantelar a seguridade social. Ao limitar os investimentos públicos, o Novo Teto de Gastos ataca diretamente a previdência social, cortando recursos e ignorando as crescentes necessidades de uma população envelhecida e vulnerável. Este movimento não é apenas um ataque aos direitos dos trabalhadores, mas um passo em direção à privatização e sucateamento dos serviços públicos.

A luta e as reivindicações da categoria

Os trabalhadores do INSS, que estão em greve há mais de 50 dias, têm exigido uma série de melhorias fundamentais, incluindo:

●     Recomposição Salarial

●     Reestruturação das Carreiras

●     Cumprimento do Acordo de Greve de 2022

●     Reconhecimento da Carreira do Seguro Social como Típica de Estado

●     Melhorias nas Condições de Trabalho

Frustrações nas Negociações e Golpe Sindical

Os momentos de negociação foram marcados por tentativas de diálogo ineficazes e imposições unilaterais por parte do governo. A mais recente frustração foi a imposição de propostas sem ouvir os trabalhadores, onde mudanças foram apresentadas sem considerar as reais necessidades da categoria. Além disso, os servidores enfrentaram um golpe sindical quando a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), um ente com pouca representatividade nacional ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), assinou um acordo sem a ciência dos demais sindicatos e sem a avaliação da base.

Esse golpe resultou na decisão da presidência do INSS de considerar a greve encerrada e impor faltas injustificadas aos servidores que permanecerem em greve. Tal medida pode levar à demissão por abandono de cargo, ameaçando diretamente os direitos dos trabalhadores.

A ocupação da presidência do INSS: um marco de resistência

Em resposta à retaliação, o Comando Nacional de Greve (CNG) da FENASPS, em conjunto da categoria, ocupou a presidência do INSS em 4 de setembro de 2024. Esta ocupação durou 24 horas e foi uma demonstração de coragem e resistência. Os trabalhadores e trabalhadoras que participaram da ocupação conseguiram a revogação do ofício que impunha faltas injustificadas, mostrando a força e a determinação da categoria em sua luta por direitos.

Após a ocupação vitoriosa, o CNG da FENASPS orienta os trabalhadores a fortalecer as caravanas de 9 a 13 de setembro e a ampliar a greve em todo o país. A pressão sobre os parlamentares e o governo é essencial para avançar nas negociações e garantir que as demandas da categoria sejam atendidas.

A luta dos servidores do INSS é uma batalha crucial na defesa dos direitos sociais e da seguridade social no Brasil. A ocupação da presidência do INSS é um exemplo brilhante de resistência e compromisso com a justiça social. Agora, mais do que nunca, é fundamental apoiar a greve e exigir que o governo negocie de forma séria e respeitosa.