Nota política: Apoiar as operações militares da resistência palestina!
Benjamin Netanyahu já anunciou que irá atacar Gaza com “força total”, enquanto os moradores estão presos em um cerco por ar, terra e mar. Não podemos permitir que haja condições para uma ofensiva total e arrasadora de Israel sobre a Faixa de Gaza.
Solidariedade não é uma palavra vazia
As atenções de todo o mundo voltaram-se à Operação Tempestade Al-Aqsa neste sábado (7/10), a maior e mais bem-sucedida ofensiva militar contra o Estado Sionista de Israel dos últimos 50 anos. Foi a maior operação entre as planejadas e executadas de forma conjunta com todas as forças de resistência palestinas.
Iniciada na madrugada com o lançamento de cerca de cinco mil mísseis a partir da Faixa de Gaza, a operação conseguiu romper a fronteira sul de Israel e realizar incursões profundas em seu território, adentrando as fronteiras da Palestina Histórica, o que não ocorre desde 1948.
Sabemos também da organização de comemorações militares e não-militares em diversas cidades palestinas, que também entraram em confronto com as forças de ocupação, como em Nablus e em Qalandia Camp, na Jordânia. O que vimos ontem não foi mais um ataque em retaliação contra o Estado de Israel, que não deixaria de ser uma iniciativa legítima e necessária do povo palestino, tampouco o simples início de mais um conflito na região. A operação tornou ainda mais viva a possibilidade concreta do fim da Ocupação Israelense nas terras palestinas, a libertação dos prisioneiros políticos das prisões da Ocupação e o retorno dos refugiados às suas terras.
O atual governo de ocupação israelense eleito em 2022 intensifica, dia a dia, os esforços de ocupação e expulsão dos palestinos. Sua vocação é dar fim, de uma vez por todas, à existência da causa palestina e ao futuro da Palestina enquanto um Estado próprio.
Desde o início de 2023, mais de mil palestinos foram mortos, incluindo dezenas de crianças e mulheres, e mais de 5.000 palestinos foram presos pelas Forças de Ocupação Israelenses. Esses números somente representam uma parte da contínua exploração, opressão e colonização sofrida pelo povo palestino há mais de 75 anos. A resistência palestina é justa, legítima e necessária em sua resposta aos planos do sionismo israelense em desalocar e desabrigar palestinos por meio da expansão de assentamentos, anexação de terras e agressões morais e ideológicas nos campos palestinos da Cisjordânia e na Mesquita de Al-Aqsa.
Desde 2021, intensifica-se um processo de estreitamento de laços entre as diversas organizações de resistência palestina, que passaram a trabalhar de maneira ainda mais conjunta, desde os refugiados no Líbano, na Síria, na Jordânia e no mundo afora onde atuam, até em Gaza, na Cisjordânia ou dentro da Palestina Ocupada. Ações conjuntas, mobilizações de solidariedade contrárias às incursões israelenses em territórios específicos, chamados à greve geral e outros eventos, protagonizados em muitos casos pela classe trabalhadora palestina e pelas forças de libertação nacional, são exemplos dessa atuação mais coesa.
Vivemos o momento de intensificação da unidade da resistência palestina, independente das diferenças políticas e estratégicas existentes entre eles. Trata-se de uma nova correlação de forças na luta pela libertação nacional da Palestina contra a ofensiva imperialista de Israel, a partir do qual as ações de todos os tipos aumentarão e se intensificarão. Diante dela, dizemos o que precisa ser óbvio: em uma guerra de extermínio como a movida por Israel, os meios empregados em resposta pelo povo oprimido não podem ser medidos pelos padrões de conduta de uma guerra regular. O povo palestino, em todas as suas legítimas formas de resistência, receberá apoio irrestrito dos comunistas brasileiros.
O papel da solidariedade internacional neste novo momento é fortalecer as condições para o prolongamento da ofensiva palestina. Em resposta à Operação, as Forças de Ocupação Israelense bombardearam civis na Faixa de Gaza, resultando em mais de 250 palestinos martirizados e centenas de feridos. Benjamin Netanyahu já anunciou um genocídio ao afirmar que atacarão Gaza com “força total” e solicitar a saída imediata dos civis, quando Gaza sofre um cerco por ar, terra e mar. Não podemos permitir que haja condições para uma ofensiva total e arrasadora de Israel sobre a Faixa de Gaza.
Isso significa ganhar tempo para a organização das forças de resistência palestina e a reorganização da classe trabalhadora, potencialmente unificada em todos os territórios que se encontra, de forma a não ser obrigada a se submeter aos interesses israelenses ou as negociações ilusórias da Autoridade Palestina, que tentam desorganizar a resistência, afastando o povo da libertação. Trabalhemos incessantemente de forma que o tempo ganho através das ações de solidariedade — pressão sobre embaixadas e governos, manifestações de rua em apoio ao povo palestino e de ações que possam de uma ou outra forma incidir diretamente sobre o esforço de guerra israelense — sirvam para mostrar que solidariedade não é uma palavra vazia, mas uma forma de garantir melhores condições para a luta.
Pelo fim da ocupação israelense e pelo direito de retorno a todos os refugiados!
Pela libertação de todos os prisioneiros e prisioneiras palestinas!
Em apoio e solidariedade a luta e resistência do povo palestino!
Por uma Palestina Livre do Rio ao Mar!