'Sobre redes sociais, agitação e propaganda e organização' (L. Queen)

A estrutura de transmissão de informação na internet apresenta uma estrutura hipertextual. Essa estrutura está caracterizada pela existência de nós, ou seja, conjuntos de informações, ligados a outros nós através de arestas.

'Sobre redes sociais, agitação e propaganda e organização' (L. Queen)
"A nossa comunicação interna unificada precisa ser centralizada, mas a agitação externa nas redes sociais deverá necessariamente ser descentralizada"

Por L. Queen para Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Camaradas,

Em virtude das recentes polêmicas públicas e da necessidade de se construir um XVII Congresso, quero dar um pontapé inicial numa discussão que já planejava trazer à CR da UJC/SP através da tribuna de debates do talvez falecido Caderno de Contribuições Dinarco Reis. Escrevo este texto como forma de contribuir no debate sobre agitação e propaganda e organização nas redes sociais. Vou fazer algumas considerações teóricas sobre a estrutura das redes e apontar algumas críticas à decisão que a então Coordenação Estadual da UJC tomou em 2020, de acabar com todas as páginas de redes sociais dos núcleos do estado e centralizar a agitação e propaganda online nas redes sociais da UJC-SP, o que considero um erro. Os pontos que trago aqui neste trecho são fruto também do acúmulo do núcleo a respeito da questão e são reflexos de uma carta não respondida pela então CE, em que o núcleo pedia a retomada de suas redes sociais.

Minha argumentação aqui irá se encaminhar para a posição tomada pelo meu núcleo a respeito disso, a qual acho pertinente, que é a retomada das páginas dos núcleos. A reflexão tem como fundamentação teórica direta e principal (mas não única), o livro As Tecnologias da Inteligência, do sociólogo francês Pierre Levy (seu livro Cibercultura também nos ajuda a esclarecer alguns aspectos das redes sociais, recomendo a leitura). Em que pese seu posicionamento liberal e seus comentários anti-marxistas, o autor traz uma reflexão bastante pertinente à respeito do funcionamento das redes digitais, em sentido amplo.

Precisamos também observar as particularidades da atuação do nosso partido nas redes sociais. Em análise, as redes sociais (no sentido mais amplo) da nossa organização apresentam uma função dupla: como uma das ferramentas da nossa agitação e propaganda (através de páginas de figuras públicas nas mais variadas redes sociais, de páginas de organismos partidários, compartilhamento de panfletos digitais através de WhatsApp, podcasts, vídeos, etc), mas também como uma ferramenta de organização (grupos nos aplicativos de mensagens, notas do Partido que orientam politicamente a militância publicadas em redes sociais e websites, chamados para atos e manifestações, etc). Esse caráter é dialético e próprio da relação entre agitprop e organização (algo que o Lenin já nos demonstrou): o aumento da quantidade de agitação em torno de uma ideia/pauta pode se converter em uma qualidade organizativa das massas.

Contudo, nosso trabalho permanece artesanal e pouco coordenado nas redes. Acredito que a tentativa da CR de centralizar as postagens na página da UJC-SP vão no sentido de tentar coordenar e centralizar essa agitação, mas creio que tomam o termo centralizar num sentido muito literal e mecânico, que não leva em conta a própria estrutura de funcionamento das redes.

De um modo geral, aí reside nosso trabalho, converter agitação e propaganda em organização das massas através de uma coordenação centralizada e democrática. Como operar essa lógica dentro das redes sociais?

Como um bom marxista, devo iniciar essa reflexão alguns anos antes da criação das redes sociais, quando a humanidade ainda não havia inventado a escrita.

O desenvolvimento histórico da comunicação

A história do desenvolvimento das tecnologias da comunicação (e tecnologias da inteligência) tem seu início com o surgimento dos primeiros grupos humanos, no qual impera um tipo de comunicação oral. Nestas sociedades, “o edifício cultural está fundado sobre as lembranças dos indivíduos”1, ou seja, sobre a memória de curto e longo prazo dos seres humanos. É a repetição da palavra (associada à memória de curto prazo) que mantém a memória social viva. Este tipo de comunicação fez perdurar por gerações tradições e culturas, que se modificaram muito lentamente no curso da história.

Um segundo estágio do desenvolvimento da comunicação humana surge a partir da escrita, especificamente com o surgimento das tabulas cuneiformes2. Aqui temos uma diferença fundamental com as marcas da oralidade: a palavra agora pode ser fixada em um suporte físico, não se modifica com o tempo e pode ser copiada e enviada para outros lugares com maior facilidade. Isso possibilitou um novo tipo de organização social: surgiram as leis escritas e as religiões com seus textos sagrados. A aparente transcendência dos limites da memória que a escrita forneceu possibilitou aos humanos formularem sobre o transcendental e absoluto, fossem leis humanas ou divinas. Ainda assim, neste estágio do desenvolvimento da escrita, devido à baixa capacidade de produção destes textos em larga escala e ao pouco acesso das pessoas, permaneceu uma forte presença da oralidade na transmissão do conhecimento: mestres que liam para seus discípulos e os ensinavam a interpretar os textos, sacerdotes que detinham exclusivamente o conhecimento das letras e transmitiam à sua interpretação o que ali estava escrito.

Então no século XV temos na Europa o surgimento da prensa de Gutenberg3. Com esta nova etapa do desenvolvimento produtivo ocorre uma mudança quantitativa significativa que, por consequência, resulta numa mudança qualitativa. A possibilidade de se reproduzir um texto em larga escala deu acesso aos intelectuais todo o tipo de descoberta filosófica, matemática, científica e artística das mais variadas partes do globo resultando, durante o século XVI, na chamada Revolução Científica e na Reforma Protestante (que traduziu do latim os textos sagrados e deu início a programas de educação em massa).

Num próximo momento de desenvolvimento das forças produtivas4, situado mais ou menos após o final da segunda guerra mundial e, em grande parte, decorrente dela, surgem os computadores e a comunicação em rede. Inicialmente restrita aos militares e acadêmicos, a partir da década de 70 (e com mais força na década de 90) surgem os computadores pessoais e a internet, possibilitando um novo tipo de comunicação. Aqui a informação não circula de forma oral, subjugada à memória de curto prazo humana e sujeita às suas falhas. Tampouco ela se apresenta através da linearidade dos livros.

A Lógica das Redes

Tanto a estrutura interna do computador, quanto a estrutura de transmissão de informação na internet apresentam uma estrutura similar, a estrutura hipertextual. Essa estrutura está caracterizada pela existência de nós, ou seja, conjuntos de informações, ligados a outros nós através de arestas, que conectam informações particulares contidas nos nós.

O exemplo clássico é o Wikipedia, onde um link de uma página leva à outra, mas essa lógica está presente em absolutamente todos os aspectos do mundo digital. Pensemos em outro exemplo: se alguém deseja jogar League of Legends e inicia o jogo, aquele nó representado pelo arquivo .exe do Lol se conecta à diversos outros nós que estão salvos no computador e fora dele – arquivos de skins, arquivos da trilha sonora, contas de outros jogadores, etc. Essa lógica também ocorre nas redes sociais: o perfil de um usuário se conecta ao perfil de diversos outros usuários e/ou páginas (que podem ser páginas de organizações, empresas, memes, coletivos culturais, etc); as publicações podem possuir diversos links para outros nós, sejam perfis de outros usuários, páginas marcadas, links para sites externos, vídeos, outras publicações (repostagens), links para compartilhamento, etc.

Levy elenca seis características da estrutura hipertextual, são estas5:

Princípio da metamorfose: “a rede hipertextual está em constante construção e renegociação. (...) Sua extensão, sua composição e seu desenho estão permanentemente em jogo para os atores envolvidos, sejam eles humanos, palavras, imagens, traços de imagens ou de contexto, objetos técnicos, componentes destes objetos, etc”.

Princípio da heterogeneidade: “Os nós de uma rede hipertextual são heterogêneos. Na memória serão encontradas imagens, sons, palavras, (...), modelos, etc. (...) O processo sociotécnico colocará em jogo pessoas, grupos, artefatos, (...), com todos os tipos de associações que pudermos imaginar entre estes elementos”.

Princípio de multiplicidade e de encaixe de escalas: “O hipertexto se organiza de um modo ‘fractal’, ou seja, qualquer nó ou conexão, quando analisados, pode revelar como sendo composto por toda uma rede, e assim por diante, indefinidamente, a longo da escala dos graus de precisão”.

Princípio da exterioridade: “A rede não possui unidade orgânica, nem motor interno. Seu crescimento e sua diminuição, sua composição e sua recomposição permanente dependem de um exterior determinado: adição de novos elementos, conexões com outras redes, excitação de elementos terminais (captadores) etc”. Este princípio indica que a criação da rede é fruto da ação humana, trabalho, e que esta não é um ente natural, por mais que fetichização da mercadoria assim a faça parecer.

Princípio da topologia: “Nos hipertextos, tudo funciona por proximidade, por vizinhança. Neles, o curso dos acontecimentos é uma questão de topologia, de caminhos. (...) Tudo que se desloca deve utilizar-se da rede hipertextual tal como ela se encontra, ou então será obrigado à modificá-la”.

Princípio de mobilidade dos centros: “A rede não tem centro, ou melhor, possui permanentemente diversos centros que são como pontas luminosas perpetuamente móveis, saltando de um nó a outro”.

Crítica à deliberação de acabar com as redes sociais dos núcleos da UJC-SP

Dada essa descrição da estrutura do hipertexto, voltemos à questão das redes sociais dos núcleos da UJC no estado de SP. Essa deliberação da então Coordenação Estadual causou diversas críticas entre os militantes do núcleo, tendo sido, inclusive, deliberada em reunião a escrita de uma carta e seu envio à CE, pedindo permissão para reabrir as redes sociais. A resposta da CE foi de que a supressão das páginas dos núcleos teria como objetivo centralizar a Agitação e Propaganda estadual nas redes.

Entendo perfeitamente a necessidade que temos de criar uma agitação e propaganda centralizada nas redes sociais e fora dela6, mas a lógica de acabar com os diversos nós que a nossa rede possuía, para centralizar a informação em um único nó, é contrária à própria lógica e estruturação das redes sociais (que é o hipertexto). Essa decisão foi fruto de uma análise que não levou em conta o caminho que a informação faz até chegar ao nosso público (o princípio da topologia), nem a existência de múltiplos centros da rede (princípio da mobilidade de centros), nem a necessidade de se ter a maior quantidade de nós possíveis para atingirmos a maior quantidade de pessoas (princípio de multiplicidade).

E é pensando no acesso ao público (agitação, propaganda e organização) e na nossa própria organização interna que precisamos organizar a nossa utilização nas redes. Agora vou focar a reflexão no uso de redes sociais como Facebook e do Instagram, pois eram nestas que se concentrava a maioria da agitação e propaganda digital dos núcleos, é o funcionamento delas que mais me interessa aqui, agora. Debates sobre o uso de aplicativos de mensagens, como Whatsapp, Telegram ou Signal, deixarei para que outros camaradas façam.

Um usuário, ao se cadastrar em alguma destas duas redes sociais (que pertencem ao mesmo monopólio, a Meta) tem seu primeiro contato com a rede através de outros usuários que a plataforma sugere (seja por uma lista de contatos telefônicos, pela lista de contatos do email ou de outra rede social existente) e por meio de páginas, também sugeridas pela plataforma. Estas últimas, ao iniciar uma conta, estão relacionadas à interesses comuns e marcas. Ao longo do uso da plataforma, o algoritmo alimenta o usuário a partir de seus interesses e engajamentos.

No caso específico do espaço de atuação local do meu núcleo, a Unicamp, as pessoas que queremos atingir (principalmente) são estudantes e trabalhadores da universidade. Muitas destas pessoas, por sua vez, seguem páginas relacionadas à vida universitária: páginas de atléticas, centros acadêmicos, páginas de grupos de pesquisa, a página oficial da universidade. O que há em comum com todas essas páginas é que o nome Unicamp, seja no nome oficial da página, na descrição ou nos textos publicados. As pessoas que têm acesso a estas páginas buscam conhecer a vida universitária através das informações publicadas nestas páginas e, quanto mais a pessoa buscar interagir com o termo Unicamp na rede, cada vez mais aparecerá páginas e publicações que tenham este termo.

Contudo, é um resultado do atual momento da luta de classes, com a falta de uma perspectiva da classe para si, que estas pessoas não procurem necessariamente se engajar com um conteúdo comunista – mesmo que tenham posição progressista e afinidade vaga com a ideia do comunismo. Dessa forma, por mais que os usuários militantes da UJC compartilhem as publicações da página estadual, o alcance é limitado pelo próprio conteúdo diverso da página estadual da UJC. Não há conteúdo sobre a Unicamp o suficiente para que a plataforma sugira a página para um estudante da Unicamp.

A rede possui muitos centros, a depender de seu próprio uso. Dessa forma, para o usuário, a página estadual da UJC oferece uma ponta descentralizada da informação que se quer. Ali, um estudante da Unicamp irá obter informações sobre rifas de núcleos da cidade de São Paulo, informações sobre uma greve de estudantes no litoral paulista, um ato na região sul do Estado, etc. Nenhuma dessas informações oferece um interesse imediato do estudante da Unicamp, o engajamento com a página é baixo. Um independente, com nível de consciência de classe média, mas que tenha aproximação com a UJC à nível local (por conta de nossas atividades e trabalho de base), se interessa pelo que está próximo, pelos eventos que ocorrem à nível local. Neste caso, a página estadual é de pouco interesse para que ele siga a página e tenha acesso constante às informações veiculadas ali.

Por outro lado, esta estrutura de organização das redes sociais, além de produzir uma dificuldade para o nosso público ter acesso ao que lhe interessa, também produz uma dificuldade organizativa interna. Se antes, com as páginas dos núcleos, um militante destacado poderia publicar as artes produzidas pelo núcleo diretamente, agora a arte tem que ser enviada pelo assistente para alguém da Comissão de Agitprop estadual postar. Temos uma etapa a mais, desnecessária, no processo de postagem.

Dessa forma, a agilidade e atuação em tempo real que é resultado da internet7, é limitada pela necessidade de comunicação entre mais um ser humano. Se antes um membro da Comissão de Agitprop do núcleo produzia a arte, enviava para o grupo da comissão e outro membro postava (ou o mesmo postava, o que é ainda mais rápido); agora este membro envia para o secretário de Agitprop, pois é elu quem coordena a produção das artes, que envia para o assistente, que envia sabe-se lá para qual caminho.

A prova desta ineficiência é que o núcleo Unicamp, como em outros núcleos universitários, acabou por se apropriar das páginas locais do MUP, utilizando-a para divulgar seus próprios eventos e notas políticas. Isso inclusive gerou diversos tensionamentos com o MUP/Unicamp, que se sentia desrespeitado pela UJC, já que o militante que cuidava das redes sociais do MUP era um militante da UJC que simplesmente postava o que o secretariado pedia.

Temos uma faca de dois gumes enfiada na nossa barriga, em que os dois gumes estão cortando nosso intestino simultaneamente. Um deles é a ineficiência de comunicação externa e outra é a ineficiência de comunicação interna.

Uma possível solução

Camaradas, a lógica das redes implica um espraiamento cada vez maior da nossa mensagem, através dos mais variados meios. Sobre a questão dos meios, vou no futuro escrever outra tribuna a respeito. Se nesta tribuna meu foco foi na teoria do sociólogo francês Pierre Levy, esta tribuna futura terá como foco um outro autor da teoria da comunicação, o canadense Marshall McLuhan, que fala sobre a relação entre meio de difusão e conteúdo da mensagem.

Na internet não há somente um centro de obtenção/difusão da informação, portanto, se queremos que nossa agitação chegue de maneira coesa em todos os cantos possíveis da internet e fora dela, precisamos que uma mesma mensagem seja veiculada de maneira descentralizada pelos diversos meios possíveis. Assim, a nossa comunicação interna unificada precisa ser centralizada, mas a agitação externa nas redes sociais deverá necessariamente ser descentralizada, porque somente assim promoveremos a criação dos mais diversos centros de difusão de uma mesma mensagem.

Acredito que várias soluções para este problema sejam possíveis, mas gostaria de sugerir uma e esperar dos camaradas contribuições que apontem outras formas mais criativas.

Primeiro acredito que as páginas dos núcleos deveriam ser recriadas. Os conteúdos locais gerais, como chamados para atos, artes de denúncia para toda a Universidade, informações importantes a todos os estudantes, etc, produzidos pelos núcleos devem ser publicados em conjunto com a página estadual. Para os conteúdos relativos às pautas locais específicas, associados a algum grupo específico de alunos (sejam os estudantes do Instituto de Artes, os estudantes moradores da moradia, os estudantes da pós, estudantes LGBTQIA+, etc) devemos ter como prioridade o compartilhamento conjunto com a redes social de outras entidades, como centros acadêmicos, coletivos, movimentos, etc. Por outro lado, os conteúdos estaduais produzidos pela página estadual devem ser publicados também nas páginas locais, marcando a página estadual na postagem.

Dessa forma, por exemplo, o aluno médio da Engenharia Mecânica, que não tem contato ou aproximação com a UJC, poderá descobrir a página do núcleo através do contato com uma postagem sobre um cinedebate feita em conjunto com a página do centro acadêmico de seu instituto.

É necessário ainda uma comunicação a nível estadual (ou regional) interna para realizar o envio das publicações estaduais para os núcleos e para realizar a postagem conjunta com os núcleos. Um simples grupo num aplicativo de mensagens, com militantes destacados dos núcleos e da CR (provavelmente os mesmo que irão postar nas páginas), poderia resolver essa questão. Ainda assim, se houver a necessidade de se publicar algo com rapidez e o militante da CR não responder a tempo, mantém-se a autonomia do núcleo em publicar e marcar a CR (ao invés de uma postagem conjunta).

Creio que esse caminho apresenta uma lógica de redes mais coerente, que diz respeito ao funcionamento das redes, mantém a comunicação em tempo real e atinge a maior quantidade de pessoas com a nossa linha política, aproveitando os mecanismos de engajamento e algoritmos das redes sociais.

Espero poder iniciar um debate para que meus camaradas contribuam e assim possamos retirar uma síntese satisfatória.

Saudações comunistas!

Viva a Reconstrução Revolucionária do PCB!

Rumo ao XVII Congresso!

*Núcleo UJC/Unicamp


1 LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. 2010, p. 77

2 Idem, p. 87-96.

3 Idem, p. 96-101.

4 Eu propositalmente “pulei” a criação do rádio, não por uma falta de sua importância (que é inegável), mas pelo caráter primariamente oral da comunicação radiofônica. Para a argumentação deste texto, analisar com profundidade a implicação de uma comunicação oral de massas (radiotelevisão) está fora de meus objetivos.

5 LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. 2010, p. 25-26

6 Inclusive, precisamos parar de discutir as redes sociais e o mundo real como se fossem coisas antagônicas, o mundo real e o ciberespaço se imbricam no tecido social, da mesma forma que a escrita e a linguagem oral. Estas tecnologias da inteligência efetivamente servem como mediadoras para a representação da realidade, porque são elas mesmas produtos de um processo de desenvolvimento produtivo.

7 LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. 2010, p. 115-116.