'Símbolos e organicidade de nossa práxis: um ponto final nas linhas de debate dispersas' (Camarada Gabriel L.)

Analisando por muito tempo essa pauta e conversando com diversos camaradas fica nítido para mim que nossa simbologia só poderá ser formulada por nossa práxis e uma linha política coesa e coerente que case com a realidade brasileira e com as manifestações culturais e da luta de nosso povo.

'Símbolos e organicidade de nossa práxis: um ponto final nas linhas de debate dispersas' (Camarada Gabriel L.)
"Existem bons e boas camaradas que pensam em largar nossa organização por causa de um encastelamento tão anti-identidades (já que a branquitude masculina cis e hetero não é identidade nenhuma, não é?)."

Por Camarada Gabriel L. para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Tendo analisado por muito tempo as discussões que abarcam o tema de nossos símbolos e unindo os principais pontos sobre o tema, acredito que nesse texto sou capaz de apresentar um caminho para que nossa organização não sustente daqui para a frente com comentários tão dispersos esse tema que, somente com o alarde causado, já provou sozinho sua importância.

Analisando por muito tempo essa pauta e conversando com diversos camaradas fica nítido para mim que nossa simbologia só poderá ser formulada por nossa práxis e uma linha política coesa e coerente que case com a realidade brasileira e com as manifestações culturais e da luta de nosso povo.

Mas a verdade é que eu não quero falar sobre símbolos. Peço encarecidamente que e leitore não abandone essa leitura por isso. Notem bem, meu nome sequer é Gabriel e, apesar de eu ver importância nesse tema, existe uma coisa me ardendo bem mais, mas os leitores (em sua maioria) que estão habituados a ler e comentar o tipo de tribuna que estou fingindo escrever jamais leriam o que eu quero genuinamente escrever, peço muito que não me deixem provar esse meu ponto. Esse clickbait surge de um desespero, não somente meu. Existem bons e boas camaradas que pensam em largar nossa organização por causa de um encastelamento tão anti-identidades (já que a branquitude masculina cis e hetero não é identidade nenhuma, não é?).

Camaradas, eu quero falar de opressões. E não só falar, não só escrever, quero que vocês, vocês mesmos que leem, escutem, levem de verdade o que falamos (nós militantes que no geral tratam sobre essas temáticas), não basta dizer "olhem como minha organização tem uma linha (Inserir aqui luta anti-opressões) e não fazer nada, camaradas, uma garota racializada, trabalhadora e lésbica foi duramente assassinada e nós republicamos a nota política do LGBTComunista, que ficou com no PCB (e daqui pra frente direi apenas PCB, sem acréscimos, porquê nós não somos o PCB). Eu acho que vomitaria ao escrever desse assunto, não quero nem me prolongar, acho que meu estranhamento já está bem claro e espero que esteja para vocês.

Camaradas (vocês são nossos camaradas?), nós estamos cansades, de sermos só parte de uma lista de opressões que vocês citam para dizer quem será afetado por alguma medida do neoliberalismo.

Acho que essa tribuna é um último suspiro. Vocês são militantes comunistas? Se são, talvez não saibam se estamos na época da I Internacional ou em 2023. Por que até no período de Lênin os militantes comunistas pareciam lidar melhor com pautas das opressões.

Cansamos de servir só para as aparências, queremos ser foco de pauta, queremos que vocês também aprendam e formulem sobre esses temas, eu sinceramente estou apertando um fodasse colossal para o fato de vocês não fazerem parte de nenhuma dessas minorias sociais, desde que vocês seja verdadeiramente militantes comunistas engajados com a classe trabalhadora, por que nós somos a classe trabalhadora, nos chamem de periferia ou proletariado eu não me importo, a linha de vocês é cada dia mais o descaso. Nosso partido, Camaradas, têm conteúdo imbuído em si, nosso partido não pode ser só uma estrutura partidária para primeiro construirmos os ossos e depois colocar nossa linha, os dois estão unidos, presos um ao outros, dito isso: vocês imaginam o que pode vir de uma estrutura partidária construída sem linha, pras opressões, por exemplo?

Pois eu respondo Camaradas, vem uma linha exatamente igual a de qualquer social-democrata, ou pior.

Estamos exaustes. Mas vocês não se cansam de seu castelo, não é?

Eu vos pergunto camaradas, em que momento a ideia de "todas as opressões estão ligadas a exploração capitalista, logo, a classe" para falarmos só de classe e ignorarmos as produções excepcionais de alguns camaradas sobre as pautas de opressões que tanto podem gerar uma linha espetacular.

Isso não fica só nas tribunas. Quantos de vocês leram os textos sobre o feminismo classista do CFCAM, ou leram as formulações do CNMO, até as mais limitadas e problemáticas produções do LGBTComunista? Não forço vocês a lerem, realmente o neoliberalismo tá torando paulada nas nossas costas, não pode ler? Caso você vá tirar um tempinho para ler e comentar as tribunas, lembrem que nós exitsimos, se interem e participem de nossos debates, ao menos que vocês queiram um parido “sem identidade”

Por fim, para esses que se acreditam tão dirigentes e tão marxistas, estes que não passam de encastelados em castelos vermelhos, tantas vezes, eu tenho duas perguntas: Vocês sabem bastante de cultura brasileira e a história da Ditadura Empresarial-Militar no Brasil não é? Vocês sabem o que é Pajubá, por acaso?