'Rever e discutir o artigo 2' (Vesúvio)
Não acredito que nosso símbolo deva ser a foice e o martelo. Apesar da importância histórica de tal símbolo, e dele poder e dever continuar a ser utilizado, seria muito mais representativo de uma concepção orgânica do marxismo-leninismo que nosso símbolo seja um “brasão de ferramentas”.
Por Vesúvio para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
Camaradas,
De maneira breve, sucinta, sem ter tempo para uma discussão mais elaborada, MAS, na esperança de que alguém posssa fazê-lo, me coloco contrário ao ARTIGO 2 do nosso caderno de teses pré-congressuais.
Não acredito que nosso símbolo deva ser a foice e o martelo.
Apesar da importância histórica de tal símbolo, e dele poder e dever continuar a ser utilizado, seria muito mais representativo de uma concepção orgânica do marxismo-leninismo que nosso símbolo seja um “brasão de ferramentas”.
São coisas semelhantes, mas diferentes.
Qual a diferença?
Um brasão de ferramentas localiza e atualiza o símbolo. Isso não é nada de novo. Já foi adotado por exemplo pela Coreia Popular que incluiu à foice e o martelo um pincel para representar artistas e intelectuais, a bandeira da Angola possui uma lâmina e uma engrenagem… etc.
Inclusive, circula amplamente nas redes sociais propostas para um símbolo brasileiro, como uma famosa ilustração (da qual não consegui identificar o artista original) que junta uma enxada, um facão e uma flecha. Só não dá para inventar de meter uma “pomba branca da paz” como vergonhosamente os “comunistas” ingleses acharam que seria o máximo fazer…
Eu não tenho como elaborar qual seria esse brasão.
Proponho apenas que ele deveria representar tanto a cidade quanto o campo. E não apenas o movimento operário estrito, mas o “exército industrial de reserva”, aquele mar de precarização e desemprego onde submergimos cada vez mais!
Adotar tal símbolo seria o ideal. Ao mesmo tempo que manteria nossa identidade como comunistas, geraria mais identificação da massa e ajudaria a nos destacar dos demais partidos de nosso campo político. De brinde, ainda ajuda a evadir ofensivas fascistas que querem criminalizar o símbolo histórico, semelhante ao que ocorreu na Ucrânia.
Não há como recorrer à retórica baseada na distorção das experiências socialistas do século XX para colocar na ilegalidade um símbolo novo. Não que isso nos torne imunes a tais medidas, apenas dificulta a vida dos nossos inimigos de classe.
Espero que alguém possa pegar essa bola que levantei, bater e marcar ponto, mas o capitalismo, infelizmente, me obriga a ser raso.