'Reconstrução revolucionária do que?' (Otávio Ilibio)
A reconstrução revolucionária é um nome que trás dentro de si o novo e o velho, o revolucionário é o que há de vir, o reconstrução, aqui no caso não apenas do partido, até porque ele não é o fim em si mesmo, é o entendimento das nossas mais diversas lutas passadas em seus erros e acertos.
Por Otávio Ilibio para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
Os camaradas Thali e Bernie em sua tribuna “somos um novo partido”, apontam algumas considerações necessárias sobre nosso processo de reconstrução revolucionária, a mudança de nome, nesta tribuna responderei meus camaradas e iniciarei algumas discordâncias com conclusões que julgo precipitadas, entre elas a principal, a negação do velho na construção do novo
Somos um novo partido?
Ferreira Gullar em uma célebre frase disse sobre o partido “Quem contar a história do nosso povo e seus heróis tem que falar dele, ou estará mentindo”, sim camaradas, nossa história enquanto organização é indissociável da história de nosso país, fomos por muito tempo um dos maiores difusores de cultura popular do Brasil, pegando, juntando e produzindo antropofágicamente aquilo que há de melhor em nossa estética, do nosso modo de ser e de pensar, nossa construção política até então, embora por erros teóricos não fosse capaz de trazer a revolução fez um acerto inegável, a afirmação dos Brasis em si já é revolucionária em um país cujo nacionalismo burguês o nega diariamente.
De fato, diversos militantes saíram de nossas fileiras, de Marighella a Prestes que inclusive terminou a vida no PDT de Brizola, outros tantos voltaram, como é o caso do próprio Ivan Pinheiro, e isso é indicativo de algo a ser examinado, embora já saibamos a resposta, o partido da forma como estava estruturado, seja em parte do conteúdo ou em suas práticas tinha algo que atraia revolucionários que entendiam nele algo de novo, daqueles que saíram já estavam cansados com o velho, a incapacidade por questões das mais diversas de irromper o velho escolheram por sair. Já outros, por entenderem as contradições dadas no velho PCB escolheram voltar e apostar nas contradições e na dialética do jogo, não negando o passado mas o superando.
A reconstrução revolucionária é um nome que trás dentro de si o novo e o velho, o revolucionário é o que há de vir, o reconstrução, aqui no caso não apenas do partido, até porque ele não é o fim em si mesmo, é o entendimento das nossas mais diversas lutas passadas em seus erros e acertos, seja de palmares, da independência da Bahia, de nossas guerrilhas e afins, os exemplos são os mais diversos, muitos partidos comunistas não tinham comunista no nome, o Movimiento de Izquierda Revolucionária chileno é um exemplo, outro é o próprio Panteras Negras, seus nomes evocam não algo estático e sim o movimento, seu nome é em si um chamado para luta, uma palavra de ordem, façamos disso continuidade daquilo que há de melhor em nosso passado.
Velho nome
Sobre o nome PCTB, camaradas, me desculpem mas tal nome é horrível, no meio de tanta sopa de letrinhas do congresso nacional não há como tal nome não ser identificado como apenas mais um nanico do tipo do Levy Fidelix e seu aerotrem que servia de meme nas disputas eleitorais a alguns anos atrás, devemos sim deixar o PCB para trás, se quiserem fazer política burguesa que façam, não os iremos impedir por picuinha de quem é o “verdadeiro” a ser validado pelo próprio estado burguês, o partido não é o nome embora ele também revele algo de si, e sim sua linha política, sua história e suas práticas. devemos aqui, recuperar o velho nome da reconstrução revolucionária de 92 e reafirmado nesse racha, viva a reconstrução revolucionária camaradas, sigamos.