'Quem pode vestir nossa identidade?' (Guilherme Pazetti e gatasovietica)
Devemos, como marxistas-leninistas, ter um compromisso permanente, não com uma defesa abstrata de inclusão, mas de uma noção básica dentro da nossa militância: nossos corpos são diferentes e nossas formas de agir são diferentes.
Por Guilherme Pazetti e gatasovietica para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
Camaradas, escrevo este texto com a intenção de fazer uma crítica e instigar um debate que praticamente nunca vi ser feito em nossa estrutura partidária (pelo menos até onde meus olhos conseguiram alcançar), que é o fato de as vestimentas de nossa organização (ao menos nas vendas de que tive conhecimento) não terem tamanhos que atendam a mim e, acredito, a outros militantes em todo o país.
Vejam bem, geralmente as vendas de roupas com nossos logos vão no máximo até um G3 (que costuma ter cerca de 63 cm de largura por 83 cm de comprimento). Isso quando vão, pois o comum é ter um XG, e olhe lá. Um exemplo recente disso é a venda da camiseta especial de aniversário da UJC divulgada pela página da RR, que vai exatamente até o XG. Outro exemplo é a venda das camisetas normais da UJC, que até a última vez que vi iam até o G3.
Entendo que possa haver dificuldade em encontrar fornecedores, mas vejam camaradas, hoje em dia praticamente qualquer loja de esquina oferece roupas até um G5 ou algo parecido. Lojas essas que não têm qualquer compromisso com qualquer tipo de inclusão. Como nós, que nos comprometemos com essa pauta, não oferecemos sequer a nossa vestimenta a todos os nossos militantes?
O principal motivador que me fez escrever esta tribuna, mesmo sem nunca ter feito nenhuma contribuição desse tipo, foi uma situação recente no ConUEE, onde fiz parte da nossa delegação e vi praticamente todos os camaradas devidamente caracterizados, enquanto eu não tinha disponibilidade de ter uma camiseta por conta desse problema de tamanhos. E o que mais me fez pensar foi olhar pelo congresso e encontrar militantes da UJS que aparentavam ter o mesmo número de roupa que eu, com camisetas de sua organização.
Devemos, como marxistas-leninistas, ter um compromisso permanente, não com uma defesa abstrata de inclusão, mas de uma noção básica dentro da nossa militância: nossos corpos são diferentes e nossas formas de agir são diferentes. O Partido Revolucionário de Classe deve estar preparado para acolher em seu seio as mais diversas multiplicidades.
Espero que tenha feito as críticas certas e sem grandes equívocos aqui, camaradas, pois para mim isso é um assunto muito sério que ainda precisa ser muito melhorado dentro de nossa estrutura. Com 1 ano e meio quase de militância, ainda não tenho previsão de quando vou poder vestir o símbolo da organização que tanto prezo e luto por.