'Proletarização ou Pcb 2.0?' (J)

Bom, se tivermos uma hegemonia pequeno burguesa no partido, que formule a estratégia e tática pro próximo ano, formule a estética e a teoria sobre o brasil atual, continuaremos sendo pequeno burgueses.

'Proletarização ou Pcb 2.0?' (J)
"É sintomático, nas pré-teses temos apenas 2 linhas reservadas para a questão indígena, essa a qual o pcb historicamente se negou a participar teoricamente e praticamente, ainda somos muito racistas com os povos indígenas e suas várias etnias."

Por J para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Pequenas reflexões sobre o processo de reconstrução do novo partido.

Camaradas, venho nesse pequeno texto discutir algo de importância:

Nossa baixa proletarização dentro das nossas fileiras, a estrutura ainda desgastante que destrói militantes e o perigo da formação de um partido pequeno burguês.

Ao longo do texto vou discutir essas 3 partes, mas já adianto que minha contribuição não é algo fechado, um fim em si mesmo, é mais uma chamada para debatermos mais os temas centrais de nossa organização.

1° Baixa proletarização;

Devemos focar em nossa reconstrução não é? Então primeiro temos que nos lembrar que um partido comunista não é algo formado por pessoas fora da luta de classes, ao mesmo tempo que somos comunistas somos Proletários.

É um erro muito comum classificar um comunista como “acima do proletariado”, e bem continuamos nesse erro em nossa organização.

Durante a cisão com o já decadente e cadáver ambulante Pcb, ocorreram umas séries de contradições e problemas, como a gestão do rompimento com as antigas amarras do cc, quem conduziu isso, etc.

Bom temos o exemplo da pior maneira de se gerenciar a cisão, que foi com os camaradas do Rio Grande do Sul, em que uma parcela de camaradas fez o processo de costas com a base, sem dialogo e debate com a mesma, formando uma espécie de burocracia durante e depois da cisão.

Esse é um exemplo que conheço, mas não duvido que se chegou a níveis semelhantes.

Contextualizados, agora podemos notar que esse ambiente todo de caos, má condução do processo de cisão, junto com fatores de pós CONUNE, Trabalho, problemas familiares, etc, deu combustível e ESTÁ dando para camaradas mais proletarizados se desligarem e afastarem, na época foi na cisão e agora durante o novo Pcb rr.

Reclamamos que a estrutura do pcb cc era anti proletária, mas somos herdeiros diretos dessa mesma, continuando e acentuando os problemas e contradições.

2° Estrutura moedora de militantes Proletarizados/Orgânicos

Bom já começo com uma reclamação, meu núcleo assim com vários está em processo de ler as pré-teses, debate-las e mandar suas contribuições, a chamada “etapa regional” está marcada para esses  dias no calendário.

Esse mesmo calendário que parece o mesmo do velho PCB, extremamente apertado e desorganizado, algo que expõe que quem organiza as coisas a nível Nacional, Estadual, Regional, Municipal, não é proletarizado, pois usemos o raciocínio básico de 2+2, aonde cargas d’água alguém arruma um calendário desorganizado e apertado, para o mesmo usar e sofrer com a insuficiência do mesmo?

Bom pode ser um masoquismo? Acho que não, as coisas vão mais afundo, mesmo as pessoas sendo proletarizadas, elas podem e vão seguir decisões pequeno burguesas, e desgastantes para os seus companheiros, pois quem hegemoniza os cargos de direção(nacional ao nível local) são Pequeno Burgueses.

Assim camaradas, eu não quero continuar sendo um partido comunista brasileiro 2.0, que destrói militante proletarizado e continua tendo formulações, decisões e estética pequeno burguesa.

3° O perigo da formação de um partido pequeno burguês

“Esperemos até o 17° congresso extraordinário para resolvermos isso” bom não sei como vocês dizem isso na região de vocês, aqui dizemos : Isso é história para boi dormir

Bom, se tivermos uma hegemonia pequeno burguesa no partido, que formule a estratégia e tática pro próximo ano, formule a estética e a teoria sobre o brasil atual, continuaremos sendo pequeno burgueses, até aqueles mais proletários estarão concordando que a favela é algo separado do “verdadeiro proletariado brasileiro”.

“Temos que ir nas favelas, periferias, morros, vilas e bairros” bom se formos lá estaremos sendo como diz o galo : “Alienígenas chegando na quebrada”.

O Próprio galo, falhamos em recrutá-lo quando ainda estávamos no pcb, e continuamos negando os proletarizados das diferentes realidades desse brasil :

Periferia, morros, interiores, indígenas, quilombolas, camaradas do norte, etc.

Galo estava certo em falar que espaço para organização é roda de capoeira, samba e terreiro, por que isso é o Brasil oras!!!! Não vivemos mais em uma economia industrial dependente, não há quase mais nenhuma indústria e proletariado de chão de fábrica, se acharmos que esse que é o proletariado eu tenho um spoiler a dar:

Continuamos pequeno burgueses descolados da realidade do Brasil e da particularidade dos Brasil(s).

É sintomático, nas pré-teses temos apenas 2 linhas reservadas para a questão indígena, essa a qual o pcb historicamente se negou a participar teoricamente e praticamente, ainda somos muito racistas com os povos indígenas e suas várias etnias.

Sintoma de uma doença chamada Hegemonia da Pequeno burguesia.

Termino meu texto chamando a vocês camaradas, a discutir e elaborar críticas, será essencial, logo mais virá mais tribunas elaborando o conceito da Hegemonia pequeno burguesa no pcb rr , espero que tenhamos mais tribunas focando no que atualmente é a questão chave : A proletarização de nossas fileiras, estrutura partidária e programa político.

Saudações comunistas.