Projeto de Lei da privatização da Sabesp é aprovado após repressão violenta na Alesp
A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi aprovada nesta quarta-feira (6), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após o governo Tarcísio de Freitas expulsar violentamente e prender manifestantes que protestavam pacificamente no local.
A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi aprovada nesta quarta-feira (6), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após o governo Tarcísio de Freitas expulsar violentamente e prender manifestantes que protestavam pacificamente no local.
A maioria dos manifestantes eram estudantes secundaristas, menores de idade e idosos, todos atacados violentamente com spray de pimenta e golpes de cassetete pela Polícia Militar. Parte dos manifestantes também relatam que foram mantidos em cárcere privado, dentro de salas da Alesp, pelas forças policiais.
Até o momento da publicação desta matéria, três militantes da Unidade Popular (UP) haviam sido presos, entre eles Vivian Mendes, presidente estadual do partido em São Paulo.
Apesar da repressão, as manifestações seguiram do lado de fora da Alesp, com falas denunciando o projeto privatista de deputados da base do governo do estado.
Partidos da base do governo do estado votaram favoráveis ao projeto mesmo após a população mostrar-se contrária a tal medida. Em plebiscito popular organizado por sindicatos em São Paulo, 97% da população votante se mostrou contrária à privatização dos serviços públicos. Além disso, duas greves gerais do funcionalismo público ocorreram no segundo semestre deste ano.
Deputados da oposição deixaram o plenário em forma de protesto. A votação contou com 64 votos favoráveis e um contrário ao PL. O projeto de privatização foi, portanto, aprovado.
A RECENTE PRIVATIZAÇÃO DAS LINHAS DA CPTM E SERVIÇO DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA SE DEMONSTRARAM NEGATIVAS
O aumento no número de falhas após as privatizações das linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em novembro deste ano, foi expressivo. Só no mês de outubro de 2023, houveram ao menos 4 ocorrências de falhas graves. Em média, uma linha privatizada falha 5,5 vezes mais do que uma linha pública.
Também em novembro, centenas de milhares de pessoas no estado de São Paulo ficaram sem energia elétrica por mais de 100 horas seguidas graças a redução de 36% no quadro de funcionários após a compra da concessão da estatal Eletropaulo para a Enel. Com as grandes ondas de calor provocadas pela crise climática, e de acordo com a própria Enel, houve aumento de cerca de 36% do consumo de energia apenas na região da Avenida Faria Lima, em São Paulo. Esse tipo de aumento gera sobrecarga na rede elétrica, que não está preparada para a oscilação de tensões. As privatizações no Rio de Janeiro, muito criticadas pela população, já dão indícios sobre qual será o futuro dos serviços públicos, agora privatizados pelo poder público, e como isso poderá atingir a população.