'Profissionalização militante e comunicação interna partidária' (Malvólio Henrique)
De nada nos serve um dirigente completamente focado em uma atividade alienada das praticadas pela base.
Por Malvólio Henrique para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
Dentre leninistas, acredito não haver discordâncias com relação à necessidade de superação do caráter artesanal de nossa atuação militante, embora haja um esforço por parte de alguns de fazer parecer que há um grupo obstinado em atravancar a profissionalização de nossa atuação.
O que, pelo contrário, existe, são diferentes perspectivas com relação à forma como essa profissionalização deverá se dar. A partir deste debate, buscarei, por esta tribuna, expor que dar um passo maior que a perna ao buscar a superação do caráter artesanal sem um desenvolvimento de nossa comunicação interna até então defasada é inútil.
Tal defasagem é aferível. Diversos são os casos de cartas enviadas por militantes de base a instâncias superiores que sequer foram contempladas, ou de dirigentes que mal sabem dizer o que vem acontecendo em organismos de base. Isso não é, nem de longe, uma crítica pessoal, mas uma denotação de defasagem da organização comunicacional interna.
Durante a Etapa Estadual do XVII Congresso Extraordinário do PCB-Reconstrução Revolucionária, houve discussões marginais com relação à limitação de militantes em cargos de direção a uma atividade somente, ao que nem de longe me oponho, já que tal passo é inegavelmente essencial para a tão buscada profissionalização do trabalho militante.
Entretanto, de nada nos serve um dirigente completamente focado em uma atividade alienada das praticadas pela base partidária. Afinal, a organização pressupõe uma concatenação de trabalhos de diferentes instâncias. A única forma de evitar tal alienação,
fora de um trabalho artesanal em que um militante esteja, tanto presente em atividades de direção, quanto de base, é desenvolvendo os instrumentos de comunicação interna.
“Quem, de nossas fileiras, se opõe a um desenvolvimento comunicacional interno?” perguntará o cínico. Entretanto, ignora que de nada nos servem palavras de apoio vazias sem diligência ativa pelo fim desejado.
E aos militantes que defenderam este desenvolvimento como base para a profissionalização durante as discussões marginais congressuais, acusações de etapismo ou de defesa do caráter artesanal, apesar de estarem dando direcionamento de suporte à profissionalização, ao invés de atravanque, como acusou um grupo detratores ao que nosso cínico pertence.
Ao acusar-nos de etapismo sempre que uma tática seja apontada como essencial para sustentar uma outra, abdicaremos de estratégia, ao dar passos maiores que a perna de forma caótica, sem crítica, sem teoria.
Coloquemos um pé em frente ao outro, para que não tropecemos no idealismo, de forma a cairmos na desorganização.
Palavra, Povo e Pólvora!
Venceremos!